{RESENHA} Muito Além das Rosas - Camila Martins

Muito Além das Rosas

Camila Martins

Disponível no Wattpad

Nota 4/5 ✩'s 

Sinopse

"Com o passar dos anos, o amor pela leitura foi esquecido entre um aplicativo e outro.
Os livros estão quase extintos. Raros são os leitores adeptos da cultura, da história e da ficção.
Escritores? Quem ousaria se arriscar a levar para o papel as emoções quando elas não mais interessam a ninguém?
As palavras se tornaram tesouros entre os sensíveis poetas escondidos entre um casebre e outro. Tesouros que só quem os têm sabem do poder, por isso os resguardam.
Por medo.
Maria Rosa sabe escrever. Maria Rosa ama escrever. Maria Rosa não tem medo.  E ela, muito mais por esperança do que por interesse, está disposta a encarar o último concurso literário, o Rosas da Alma, mesmo sem saber que somente com uma vitória o futuro dos livros estará a salvo."

"Ela nem sabia ao certo o significado de estudar, mas queria ver e aprender."

Resenha

Antes de falar sobre a história, acho que devo explicar um pouco sobre o mundo do livro. Após uma praga que devastou o mundo como conhecemos, os políticos se juntaram e criaram um mundo novo, o continente americano virou um país só, divididos em estados. As pessoas são divididas em estirpes: a alta estirpe, os comerciantes e os camponeses. Cada uma dessas estirpes tem suas determinadas obrigações e regras a serem seguidas de acordo com determinações impostas pelo governo. Livros não existem mais e cada estirpe aprende aquilo que lhe convém aprender. Vamos à história agora.

Nesse livro, vamos acompanhar a Maria Rosa, uma menina de estirpe rural, a base de tudo, a estirpe que trabalha de sol a sol para manter as outras estirpes alimentadas, eles devem ser gratos pela benção de ser dessa classe (ATA).

Maria não tem pai, e mora numa casa com a mãe e com o irmão (ah, aos camponeses é estritamente proibido ter mais de um filho), em condições complicadas. Elas vivem do soldo da viuvez  da mãe e da cesta básica que o governo fornece se eles conseguirem atingir a quantidade minima daquilo que eles produzem a cada 15 dias.

Rebeca, a mãe da Maria, é uma pessoa muito rígida mas apesar disso, resolveu mostrar para a filha a unica coisa preciosa que ela tinha: ensinou a menina a ler e a escrever, apresentou-a aos livros e deixou com que ela estudasse o minimo que sua vida permitia, sempre no porão escuro da casa, tarde da noite; afinal para que os camponeses precisam aprender essas coisas??

Rebeca tinha consciência de que se não podasse a rebeldia de Maria, iria ter problemas. Dito e feito; a menina se encontrou na escrita e começou a escrever e a contar histórias para o irmão mais novo sempre que podia, coisa que a mãe abominava grandemente.

Um dia, quando ia levar a colheita da família para o centro comercial ela encontra o Zac, seu melhor amigo, que lhe oferece carona para a cidade. Chegando no centro comercial, logo após pesar a colheita e descobrir que passaram com certa folga do peso minimo, Maria e Zac vão passear pelo centro comercial e maria vê numa das TVs um anuncio sobre um concurso de escrita que ocorreria na capital que o ganhador teria direito a uma casa na capital e muito dinheiro. A grande chance de subir de estirpe. A grande chance de deixar com que seu irmão viva livre, sem se esconder. A chance de fazer com que sua mãe seja feliz. A chance dela.

"Tudo se tornava maravilhoso assim que a pequena rosa abria seu caderno e os livros."

Opinião

Esse livro é a primeira distopia que a Camila escreve e me atrevo a dizer que o inicio não poderia ter sido mais triunfal do que foi.

Gostei muito da forma com que a Camila construiu o mundo do livro, as personagens são muito boas e todas muito profundas, as que mais aparecem são a Maria, a Lily, uma comerciante que também está fazendo parte do concurso e a Avena, que é uma figura um tanto peculiar e que realmente tem todo o meu coração.

O desenrolar da história, do concurso e AQUELE PLOT do final, realmente me prenderam muito. Enquanto eu betava o livro, ficava realmente muito ansiosa para saber o que poderia acontecer e fiquei muito surpresa com o final.

Eu sempre gostei de ler distopias por que o mundo é diferente, mas eu senti que o mundo em que a história se passa é tão próximo, tão real. A narrativa é forte, angustiante em alguns pontos, daquele jeito que você não consegue MESMO parar de ler, sem contar que ele é curtinho, dá pra ler em dois dias.

O segundo livro tá sendo escrito (AMÉM) e estou apaixonada por essa experiencia maravilhosa de ser Beta de alguém. Realmente, essa trilogia tem tudo pra ganhar o mundo. Ansiosa estou pelo desenrolar da história.