sinopse: "É possível amar alguém que você nunca viu?Apaixonar-se apenas por suas palavras?E se ele tiver uma vida absolutamente diferente da sua?Pois é, isso aconteceu comigo, ao abrir uma carta que não tinha sido endereçada a mim.A curiosidade por saber mais sobre o remetente, e conhecer a história de amor que ele vivera com sua 'amada eterna', foi muito mais forte do que a certeza de estar fazendo algo errado.Ao responder à carta, só não imaginava que aquela decisão seria o maior acerto da minha vida..."*livro cedido pelo autor



Nesse livro conhecemos a Marina, uma moça que saiu do interior para ir em busca de seus sonhos na cidade grande. Durante o dia, ela trabalha nos correios e, em paralelo, estuda moda e mantém um perfil sobre moda no instagram. Seu sonho sempre foi trabalhar numa grande grife de moda e ela se esforça muito pra isso.

Porém, como se fosse obra do destino, uma carta acaba caindo em suas mãos. Ela vem de Portugal e quem a escreve é Heitor, que, depois de muitos anos responde ao amor da sua vida. De uma certa forma, tocada pela história da carta, Marina resolve se corresponder com Heitor, fingido ser a ‘amada eterna’.



Mesmo antes de começar o livro, eu já sabia que seria uma daquelas leituras refrescantes. Leituras despretensiosas e gostosas de se fazer. E se você curte um romance, é uma baita pedida!

Eu já li outros livros do Maurício e sempre gostei da forma como ele escreve. Eu gosto da forma delicada com a qual ele conduz a histórias e o fato de a história sem bem objetiva também me encanta muito (aliás, se você gosta de histórias com capítulos curtos, é uma boa pedida).

Durante toda a leitura, eu me encantei muito com os sonhos da Marina e com a força dela. Também gostei muito da humanidade daquela personagem. E sem contar que eu adorei o fato de ela ter um perfil influente no instagram!



O desfecho do livro é de aquecer o coração, mas já aviso que o final do livro é meio aberto; mas eu adoro finais assim!

O Mauricio é um autor que vale muito a pena conhecer, qualquer um dos livros dele que você ler, garanto que não irá se arrepender!


Uns dias atrás eu fiz uma votação nos meus stories perguntando se gostariam que eu falasse desses dois livros que recebi em parceria com o queridíssimo Elias, em único post. O sim venceu, então cá estamos!



"Arthur e o Vale de Papel" conta a história de um garotinho que sempre adorou desenhar e um dia, um dos seus desenhos ganha vida e o leva pro Vale do Papel, o lugar onde todos os desenhos moram. 

Tudo estaria bem se não fosse por dois fatos: Arthur não pode ficar muito tempo no Vale pois ele começa a desbotar e perder as cores e, a Princesa do Vale quer fazer uma rebelião com todos os desenhos incompletos e se vingar de quem os desenhou.

É nesse universo que acompanhamos as aventuras do menino Arthur, pra não deixar que o Vale do Papel entre em colapso!



Em “O Castelo de Sofia” conhecemos a história da menina Sofia, que um dia foi comprar pão e quando volta pra casa, encontra um castelo no lugar da sua casa. Ela então resolve entrar no castelo a procura de sua mãe, mas acaba conhecendo a raposa que mora lá.

Esse castelo tem muitas portas e todas elas mudam de lugar com frequência (Harry Potter feelings?!), mas a menina não desiste de procurar a mãe, agora com a ajuda da raposa. 

Entre portas e mais portas, acompanhamos a jornada de Sofia dentro do castelo a procura de sua mãe.



Se tem uma coisa que o Elias consegue é me prender nas histórias! E tudo que ele escreve eu posso ler tanto pro meu irmão de 9 anos quanto pro meu pai, que ambos vão tirar boas lições sobre a história.

Eu nem preciso dizer o quão feliz eu fiquei de saber que iria receber um dos unicos exemplares de Sofia! Que surpresa maravilhosa. Já Arthur foi uma releitura muito bem vinda, eu gosto muito de revisitar histórias pois acredito que elas guardam muitas coisas que deixamos passar na primeira vez e sempre aprendemos algo novo!

 Elias tem outros trabalhos publicados, inclusive um livro de fantasia que é sobre gatos gigantes (AMO MUITO!) que inclusive tá no segundo livro já. Amo essa capacidade dele de fazer histórias pra todas as idades, é incrível!

Você conhece alguma história que dá pra tirar boas lições independente da idade da pessoa que tá lendo? Vamos conversar!

Em novembro eu participei de um projeto chamado Bingo Literatura Negra, que foi organizado pelo pessoal do Afro Literária. O projeto consiste em escolher uma linha e adequar leituras pro tema, todos os livros tem que ser escritos e protagonizados por pessoas negras. Nesse post eu vou falar um pouquinho sobre minhas leituras pro projeto!



PROTAGONISTA LGBTQIA+

Confesso que eu fiquei meio sem ideias no começo, mas logo lembrei da Olivia e escolhi esse conto pra ler! Eu já tinha lido um outro conto dela e eu fiquei tremendamente apaixonada pela forma como ela escreve sobre meninas amando meninas, todos os contos dela são assim e eu quero muito ler todos! Esse me deixou meio aflita no começo, mas eu fiquei de coração tão quentinho, mas tão quentinho no fim!! Se a Olivia quiser que eu leia a lista de compras dela, eu vou ler, até os memorandos dela devem ser de aquecer o coração hahahahah 

O conto pode ser lido pelo Kindle Unlimited gratuitamente!




LIVRO PUBLICADO EM 2019

Obviamente que eu não perderia a chance de colocar o livro que a editora Kapulana mandou pra mim nessa listinha né?! Água doce foi uma leitura extraordinária, é até difícil falar sobre esse livro. Acho que eu nunca li algo tão espiritual quanto esse livro. O mais interessante de tudo, é saber que a Ada (personagem principal do livro) tem MUITOS aspectos parecidos com Emezi, muita coisa mesmo, eu chego a ficar assustada. 

Mas com toda certeza é um livro que eu vou levar pelo resto da minha vida, todo mundo deveria ter essa viagem espiritual pelos Eus da Ada!

Eu já fiz a resenha dele aqui e você pode comprar o seu exemplar clicando aqui



AUTORA MULHER

Bom finalmente eu posso falar que eu li Kindred né?! Gente que livro incrível, sério! Um llivro que me causou muitas emoções, eu chorei de ódio em tantos momentos que chega a ser absurdo. Realmente eu fiquei sem palavras. Eu via todo mundo panfletando esse livro por ai e eu sabia que era incrivel, mas não sabia que era tão incrivel! hahahahah

Foi um livro dificil, devo admitir, mas foi um livro que me fez pensar em muitas coisas, me mostrou muitas coisas que eu nunca teria noção. Afinal, a história da escravidão é contada por quem bate, não por quem apanha, né?!

Eu já falei desse livro aqui!



LIVRO NACIONAL

Eu tava namorando essa história desde quando eu vi o anuncio dela no twitter e eu claramente não poderia perder a oportunidade de ler!

Aqui, a Solaine contou uma história que tem uma representatividade ABSURDA! Eu adorei e também acabei a história de coração quentinho! Sem contar que foi um livro que eu dei umas boas risadas e eu até dei uma surtada hahahahahahah

O livro pode ser lido pelo Kindle Unlimited gratuitamente





ESPAÇO LIVRE

Como ultima leitura eu escolhi um livro que eu tava namorando fazia um tempão! Eu sempre amei poesia e acho que a capacidade que a poesia tem de me atingir é muito maior do que a dos romances. Dito e feito.

Eu fiquei tão aflita nesse livro, fiquei com meu coração tão apertado que eu precisei conversar com alguém sobre isso. O livro mostra claramente a marginalização da pessoa negra. Pois conta a história de um menino que vê seu irmão levar um tiro e ele resolve se vingar do assassino, e diz ter certeza de saber quem matou o irmão. Acompanhar essa história contada em verso, foi estupendo! 



Essas foram as minhas leituras e eu tô muito feliz de ter tido esse empurrão pra conhecer histórias tão fortes, tão pesadas. 

Eu sempre procurei me conscientizar e entender o que acontece com as pessoas negras e cada vez que eu entendo mais um pouco, eu fico cada vez mais revoltada. É insano pensar sobre tudo isso, mas acho que projetos como esse são muito necessários, não só em novembro, mas no ano todo.

Pensando nisso, fui convidada a participar, junto com duas amigas minhas, do empretecendo narrativas. Um porjeto onde escolhemos 12 livros escritos e protagonizados por pessoas negras pra ler ao longo do ano. Eu tô super empolgada com o projeto e logo trago mais informações aqui e lá no instagram!

Quantos autores negros você já leu? Qual é o seu preferido?


Finalmente eu li Kindred!

Eu li o livro em uma leitura coletiva e devo confessar que não sabia bem o que esperar, mas conforme eu fui lendo, eu fiquei tão presa na narrativa que foi quase impossível parar. Que leitura incrível!

O livro conta a história da Dana, uma mulher negra que se muda para uma casa nova junto com o seu marido e, enquanto arrumava os livros na prateleira sente uma tontura e do nada ela se vê de frente pra um lago onde uma criança está se afogando. Mesmo sem entender muito o que tá rolando, ela salva a criança e depois, um homem aponta uma arma pra ela, nisso, ela volta pra casa.



No decorrer da leitura, descobrimos que essa criança, o Rufe, é um ancestral da Dana, e ele vive em meados de 1800. Quando a Dana entende isso, ela supõe que precise viajar no tempo para manter o Rufe vivo, para que ela possa existir e todos os outros antes dela também.

Essa viagem acontece algumas outras vezes e a Dana nunca tem como saber quando vai rolar, quando e como ela pode voltar pra casa dela, e o propósito real disso, pois ela só é “chamada” quando aquele menino tá em perigo.

Foi incrível acompanhar isso tudo, vendo a Dana ir pra um lugar onde a vida dela vale menos do que a de qualquer outra pessoa e pode pertencer a alguém, mesmo ela não sendo dali.

 


Esse livro é muito necessário e mesmo que ele tenha sido escrito há anos, ele continua muito atual. A escravidão aconteceu em muitos lugares do mundo e marcou uma era e toda uma raça pela brutalidade e desumanidade com a qual as pessoas negras eram tratadas. Na metade do livro, eu já tava questionando tudo e mais um pouco.

É extremamente horrível ler as cenas de punição dos escravos, as chicotadas, as coisas que eles passam, por mais que eu tenha estudado sobre isso, eu fiquei extremamente nauseada com as descrições, praticamente dá pra sentir o que eles estão sentindo, de tão realista que o livro é.

Essa foi uma das coisas que mais me marcou. “Ver” isso me deu uma sensação de impotência tão grande, uma sensação de desespero. Pensar que a liberdade é algo tão frágil, tão pequeno e que pode ser tirada de nós a qualquer momento, assusta muito. E também, imagina que horror seria nascer em mundo desse, onde só sua cor define tudo sobre você (ok, nem mudou tanta coisa assim né?!) Mas é assustador.



Em muitas partes do livro eu chorei de uma forma absurda. Outra coisa que se destacou muito pra mim foi ver a forma como os próprios escravos enxergam a situação, pois existe uma disputa entre eles mesmos, tanto que, em muitas partes do livro, a Dana é chamada de Preta Branca, pois ela sabe escrever, é inteligente e sabe dosar tudo, é considerada “dócil”, isso faz com que muitos dos negros ali a odeiem.

Kindred é uma obra prima, entrou pra lista de favoritos da vida e dos melhores livros lidos em 2019, sem sombra de dúvida! Quando eu terminei o livro, eu fiquei pensando em muitas coisas, mas a que me pegou foi a pergunta “O que fez a Dana viajar no tempo?” pois se ela tava ali, é porque todo mundo já tinha existido e tudo já tinha acontecido, certo?

São algumas das dúvidas que não tem resposta mesmo, mas Kindred é um livro incrível e arrebatador, eu fiquei realmente sem chão depois da leitura. Todo mundo deveria ler esse livro!

*TODAS as fotos usadas nesse post foram tiradas pela Evy, o uso foi autorizado pela mesma.*

Olá brilhinhos, como vocês estão?

O post de hoje é sobre uma série que eu assisti por recomendação da Renata vulgo minha esposa e acabou que eu amei a série! 

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, com mais ou menos 600 mil pessoas, e nos últimos anos, isso triplicou. Onde deveriam ter oito presos, tem 13.



Irmandade é uma série que fala sobre o sistema prisional brasileiro. A Irmandade é uma facção criada dentro da prisão pelo Edson (BRILHANTEMENTE interpretado pelo Seu Jorge!) e em conjunto, conta a história do Edson e da irmã dele, a Cristina que é advogada.

Edson foi preso quando jovem, mas a vida dele dentro da cadeia fez com que sua pena fosse prolongada e nisso ele se separou da família.

Já a Cristina está a muito tempo sem ter notícias do irmão e quando está no fórum, vê a pasta de julgamento do irmão e resolve interceder pelo irmão. Nessa, ela entra num dilema de saber o que é o certo a se fazer e o que é errado.



A série aborda temas bem polêmicos e o melhor de tudo, sem romantizar nada. Um dos aspectos que me ganhou muito nessa série foi o fato de terem colocado consequências a altura dos atos dos personagens. Foi incrível!

A série é muito envolvente, você simplesmente não consegue parar de ver, nos momentos em que eu pensava que nada ia acontecer, acontecia tudo é eu ficava com a cara no chão!

Não entendo muito de roteiros, mas gostei muito da forma como a série é urgente no sentido de deixar qualquer pessoa aflita, faz você duvidar de muita coisa que acredita e até te faz questionar qual lado realmente tá certo e qual tá errado.



Logo no primeiro episódio eu fui fisgada, conforme ia ‘subindo’ eu ficava cada vez mais eufórica e brava e tudo que der pra imaginar, sério, que série!

Tem uma frase que me marcou muito na série, que é quando o irmão mais novo da Cristina e do Edson quer entrar para irmandade:

“Eu sei que a irmandade não é só crime. Porque também é luta de quem cansou de engolir desaforo do mundo, de ser tratado que nem merda por gambé, de trabalhar o dia inteiro igual filho da puta pra chegar no final do dia com uma merreca que não é nem o suficiente pra família. Enquanto tem gente aí que usa tênis mais caro do que eu ganho no mês inteiro.”

Se tem uma coisa que define a série, é essa frase. Vale a pena tirar um tempo do seu dia para apreciar essa obra de arte Brasileira da Netflix. 


E aí meus brilhinhos, como é que vocês estão? 

Hoje eu vim aqui conversar sobre um livro que acabou comigo, mas ao mesmo tempo me fez renascer. Esse livro também entrou pra lista de melhores livros lidos de 2019 e com certeza tá na lista dos melhores da vida! Vamos lá então. (Atenção, este texto pode conter gatilhos.)

Ah! Essa resenha terá duas partes, essa aqui que você tá lendo, e uma outra que será no formato igtv!

Água doce (Freshwater), Akwaeke Emezi, da Nigéria, é um livro como nenhum outro. Com uma linguagem crua e, ao mesmo tempo, sensível, a obra celebra a possibilidade do ser múltiplo, os muitos “eus” que podem existir dentro de qualquer um.
Ada sempre foi estranha. Quando criança, vivendo no sul da Nigéria, a família se preocupa com ela. Seguindo a tradição, os pais rezaram para consolidar a existência da criança ainda no ventre, mas algo deu errado: talvez os deuses tenham esquecido de fechar a porta, pois Ada nasceu com “um pé do outro lado”, e começa a desenvolver diferentes personalidades. Quando ela vai para os Estados Unidos para a universidade, um evento traumático acaba sendo o catalizador que transforma esses muitos “eus” em algo mais forte. Ada vai desaparecendo e dando lugar a esses outros seres – às vezes, protetores, às vezes, algozes. Com isso, sua vida vai saindo de controle e se move em uma direção perigosa.

 
  • livro cedido pela editora Kapulana 
  • Traduzido por Carolina Kuhn Facchin

Bom, depois de ler a sinopse eu imagino que, assim como eu, deve ter ficado encantado com a história né? Mas calma, da pra melhorar mais ainda.



Quando o livro começa, já de cara a gente vê que Ada não aparecerá muito, ela tem uns 4 ou 5 capítulos no livros todo. A História de Ada é narrada por Nós.

‘Nós’ são os deuses que habitam A Ada (com letra maiúscula mesmo), são esses seres que vão nos introduzir no universo. No começo, esse universo todo de A Ada parece até fácil de compreender, afinal ela é uma criança diferente, uma criança que tem muita gente dentro dela e muitas vezes eu interpretei A Ada como um vaso, algo que serve pra carregar outras coisas, os deuses, no caso.

A Ada sempre foi bem indiferente às coisas da carne, coisas humanas. Mas na faculdade, Ada é estuprada pelo menino que ela gostava e isso faz com que Asughara nasça.



Asughara é mais uma pessoa que habita na Ada, que nasceu pra proteger ela depois desse evento. 

Mas ai você pensa, proteger do que? Proteger das coisas carnais. Quem caça é ela, quem faz sexo é ela, quem brinca com homens é ela. É sempre ela que toma a frente do corpo da Ada nessas situações. 

Mas a situação começa a sair do controle, começa a ficar difícil. E com tanta coisa rolando, é impossível não se deixar levar pelo livro.



Esse livro é daquele tipo que, na minha opinião, é impossível achar duas pessoas que tenham sentido, entendido, vivido a história da Ada da mesma forma.

Foi uma experiência surreal acompanhar e entender o que é uma criança que vem e vai (inclusive, Emezi se identifica assim) e ver o desprendimento com que os deuses lidam com a família biológica da Ada, a relação da Asughara com homens e pessoas, a relação deles com o sangue e com a cor vermelha, a mitologia Igbo sobre a deusa píton. Que experiência!

Sem contar que a narração foi tudo pra mim! É como se fosse uma terceira pessoa que na verdade é a primeira. Pois quem “controla” a Ada são eles, não ela.



Não pense que a Ada não tem voz, ela tem, mas quem é Ada? Ada são eles? Eles são Ada? Da pra saber a diferença? 

É muito fácil ocidentalizar o livro, mas também é engrandecedor ver a questão da fluidez de gênero (TUDO PRA MIM MEU DEUS), a questão de identidade de Ada, as mudanças que ela faz pra se ajustar ao interno e vice versa. É um livro simplesmente fantástico que eu vou levar pelo resto da minha vida! 


Sobre o autor

AKWAEKE EMEZI nasceu em 1987, na Nigéria, em Umuahia, mas cresceu em Aba. Atualmente vive nos Estados Unidos.Em 2017, recebeu uma bolsa do “Global Arts Fund”para realizar a videoarte de seu projeto The Unblinding, e uma bolsa “Sozopol Fellowship for Creative Nonfiction”.Akwaeke identifica-se como Ọgbanje, palavra da cultura Igbo que significa um espírito intruso que nasce em uma forma humana, e que resultaria em uma criança com um terceiro gênero. Traduzindo isto para sua realidade terrena, Akweke nasceu em um corpo feminino, mas não é mulher, identificando-se como trans e utilizando pronomes neutros para se referir a si. No texto Transition: My surgeries were a bridge across realities, a spirit customizing its vessel to reflect its nature, publicado no site The Cut, Akwaeke fala de suas cirurgias e experiências para adequar seu espírito à realidade física.

Se imagine dentro de um lugar extremamente branco e cheio de outras pessoas. Esse lugar se chama Chapman e você está aí porque foi acusada de matar o seu pai. Passa mais de dez anos nesse lugar. Não recebe visitas e seus únicos amigos são fantasmas. Ah, você também passa pela disciplinadora que é um quarto onde, geralmente, você sofre abusos de uma outra mulher. Foda né? Bom, essa é a vida da Hanah.

Porém, um belo dia (?), alguém aparece no internato para visitá-la. Essa mulher se chama Nora e diz que trabalha para a sua madrasta e diz que no dia seguinte voltará para buscar Hanah e levar a menina pra casa. 

Hanah não sabia e nem tinha como saber que essa tal casa, não tinha lá muita coisa de casa. Na verdade, Nora não trabalha para a madrasta de Hanah, na verdade ela foi uma amiga (?) da mãe de Hanah, Lubea Morgan que, supostamente, está morta.



Ok, como se não bastasse isso tudo, ela ainda tem que lidar com o fato de que ela é filha de uma etsican e que as etsicans são mulheres resultantes de um pacto profano com uma entidade. Essa entidade fica com a alma de todas as mulheres e todo homem que nasce nas familias oriundas da mulher que fez o pacto, são sacrificados.

As etsicans são seres que podem ser comparados às bruxas, porém mil vezes pior. Elas tem poderes sobrenaturais e a carga dos poderes é mais forte se a etsican estiver mais perto da linhagem principal. Mas todas elas tem poderes em maior ou menor quantidade.

Nessa casa para a qual foi levada, Hanah convive com Soi Van Haven, um ser que fazia parte de uma Ordem Sagrada que mata seres das sombras (a Hanah) PORÉM ele foi amaldiçoado pela Lubea. Nesse primeiro livro não sabemos bem qual a dimensão da maldição, o que ela realmente é capaz de fazer, nem nada muito profundo, mas sabemos que Soi e Hanah meio que estão ligados por ela.

Agora lide com isso.

"Nós, às vezes, esquecemos que os humanos são capazes de horrores tão grandes ou piores que os seres que chamamos de monstros."

Devo dizer que eu já sabia desse lançamento há um bom tempo, eu sabia dele antes mesmo de ter terminado de ler Sempre Estive Aqui (privilégios?) e também já conhecia a escrita da Bia por causa da novela que ela tem em Todas as Letras e do conto na antologia O Papai Noel não vem aqui e eu já tinha certeza que eu ia amar o livro. Sem contar que, eu conversei com algumas pessoas que são mais próximas da Bia ou que já leram o livro e todo mundo elogia, realmente não tinha como dar errado.

O livro me conquistou logo de cara, já no prólogo a gente conhece um pouco do tal do pacto com a entidade, quem fez e porque fez e isso já conquistou meu coração. 

Como eu tive o privilégio de ter a Bia me acompanhando durante minha leitura e explicando as coisas que eu não tava entendendo, me mandando fotos e podcasts em forma de áudio, ouvindo minhas teorias, confesso que a minha experiência com esse livro foi extraordinária.

"Se qualquer pessoa pudesse ter opção em não viver nesse mundo que a gente vive, devia agarrar com todas as forças."

Por se tratar de uma série com mais ou menos um 6 livros fora os spin off, achei que o livro cumpre bem a promessa de nos apresentar a esse mundo das Sombras. Tanto que, mesmo ele não tendo grandes reviravoltas (só no final), eu simplesmente não conseguia parar de ler, essa coisa meio sombria tipo Stephen King que a Beatriz conseguiu colocar no livro todo, me hipnotizou demais. Tanto que, mesmo se eu soubesse que a cena tava se passando de dia, pra mim o dia tava cinza. Entende?

Tudo isso de esconder algumas informações, jogar as coisas pro leitor ligar os pontos e criar suas teorias, me fez ficar perdidamente apaixonada! Eu gritei tanto nesse livro, cada revelação que eu pegava era um grito diferente, quando eu comecei a ligar os pontinhos e criar umas teorias que faziam sentido eu só sabia gritar e mandar mensagem pra Bia contando tudo!

Desnecessário dizer que eu tô ansiosa pra ler o segundo livro né?! O final do primeiro foi só tiro porrada e bomba pra tudo quanto é canto e eu PRECISO saber de muitas coisas, que eu tenho fé que serão explicadas no segundo livro e eu também terei novos problemas com mais teorias do segundo pro terceiro, mas a gente segue a vida kkkkkk

"Uma garota com tanta escuridão dentro de si, às vezes, tinha medo de não encontrar luz para acordar mais um dia."

O lançamento oficial do livro é hoje, 31/10, e se eu ainda não tiver te convencido a ler o livro, você pode ir no perfil da editora resistência, lá eles fizeram um desvendando personagens muito maravilhoso e eu também fiz uma série de posts super especiais pra esse mês. Ah! Cê também pode aproveitar que o livro tá de graça hoje na Amazon!


Olá brilhinhos, tudo bem? Hoje eu vim aqui falar sobre uma série e um filme documental que eu adorei assistir! 


Pose




Se você faz parte da comunidade LGBTQIA+ ou é um hetero sensato com toda certeza já viu mil posts sobre essa série por ai e se já viu, com toda certeza chorou. Eu chorei uma média de duas vezes por episódio e eu nem vi a segunda temporada ainda. 

A série se passa na década de 80 em Nova York, conta a história da Blanca que, depois de diagnosticada com HIV resolve deixar seu legado e funda a sua Casa, que é um lugar em que uma mãe (na maioria dos casos, travesti) abriga LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, é uma familia mesmo, levando em conta que cê tem que obedecer as regras da casa e contribuir financeiramente e tal.

É uma série que fala sobre resistência, sobre amor, sobre resiliencia, existencia, familia, força, prostituição, estereótipos, e o HIV permeia a série toda, é uma série muito muito muito profunda e que, se dependesse de mim, eu faria meus alunos assistirem, vale muito a pena. Mostra muito a nossa realidade e chega até ser meio insano ver que não mudou muita coisa de lá pra cá.


Holocausto Brasileiro



Assisti esse documentário porque eu precisava fazer um trabalho pra minha faculdade, mas olha, que filme! O documentário é baseado no livro de mesmo nome que foi escrito pela Daniela Arbex, o documentário também foi dirigido por ela e também tem sua participação.

O filme mostra o horror do hospital colônia, que na minha opinião, nada mais foi do que um extremo de omissão coletiva, não é possivel que ninguem soubesse daquelas atrocidades que causaram a morte de mais de 60 mil pessoas. 

Com imagens que me deixaram com vontade de vomitar e com relatos de gente que passou por ali, tanto como interno ou como funcionário, o documentário mostra o horror de pessoas que foram internadas a força, que foram submetidas a fome, frio, doenças, que eram inclusive enterradas de uma forma horrenda. 

Quando eu acabei o documentário, achei que conseguiria fazer o meu trabalho, mas acho que segui uma linha bem diferente daquilo que me foi proposto, afinal, o que nos somos capazes de fazer por poder? Como um ser humano pode arbitrar sobre a vida de outro ser humano? 

Nem preciso falar que tô doida pra ler o livro né?! 

Me conta ai, já viu algum deles? Quer assistir? Vamo conversar!