E ai meus brilhinhos, como estamos hoje? 

hoje eu vim conversar com vocês sobre Porém Bruxa, um livro de fantasia urbana que vira e mexe aparecia na minha timeline do Instagram ou do twitter e eu sempre enrolava pra ler, até que no começo do mês de setembro eu decidi que era a hora e nossa, que livro MARAVILHOSO!




Ísis Rossetti é uma bruxa. Seu trabalho é monitorar crimes envolvendo forças sobrenaturais na cidade de São Paulo. Apenas esses. As regras são claras: se não houver magia envolvida, ela não pode intervir. Mas em meio ao caos sufocante da cidade, a vida dos comuns está constantemente em perigo. Não há como não ajudar. Tudo se complica quando, em meio a duas investigações extraoficiais, Ísis recebe uma missão de uma divindade. Ela precisa então reviver questões pessoais que preferiria manter enterradas no passado, guardadas a sete chaves por seus amigos, enquanto tenta lidar com os vigilantes olhos do Corregedor.



Esse livro me conquistou logo nas primeiras páginas. Primeiro que eu AMO um livro policial e eu nem sabia que precisava de um livro policial com uma bruxa até ler esse livro, de verdade. A Ísis é uma bruxa filha da terra que é responsavel por monitorar a cidade de São Paulo, mas ela também acaba ajudando a delegada Helena a solocionar crimes dos não bruxos, sempre meio que por debaixo dos panos. 

Mas quando começam a acontecer uns crimes muito bizarros que ela sente traços de um bruxo naquilo, as coisas começam a ficar mais dificeis, pois ela precisa correr contra o tempo e ligar os pontinhos muito rapido para que nada de ruim aconteça, então, com a ajuda de amigos que sabem um pouco do que ela é, ela vai correr atrás de desvendar esse crime, mas uma hora ou outra ela vai precisar da ajuda do temido Corregedor.

"Crença é diferente de louvor. E, para fins de influência divina, só a crença importa"

Essa história me tocou de uma forma que eu não sei nem mensurar. Eu adorei a escrita da Carol, muito fluida, simples e extremamente real, parecia que eu tava ouvindo alguém me contar a história sabe?! E os dialogos são fenomenais, os personagens falam palavrão, falam gírias, coisas que a gente fala e isso me encantou demais. Não me lembro de ter lido nenhum outro livro assim. Outra coisa que favoreceu demais é que a história se passa em São Paulo em cenários reais então a ambientação foi PERFEITA e eu consegui ver nitidamente tudo que tava rolando!!

O livro também fala muito sobre religião e sobre poder. O quanto de intolerância religiosa existe, como que esses religiosos lidam com a sua própria "crença" e essa critica me levou logo na primeira menção pois se tem um assunto que eu gosto de debater e religião e seus sincretismos e extremos, mesmo que eu saia abismada de todos esses debates, é sempre algo que me faz pensar muito. 

Eu amei todos os personagens, inclusive a tensão que rola entre o Corregedor e a Isis e todos os secundários são perfeitos e tem histórias de vida muito maravilhosas. Enquanto ia rolando toda a investigação e me sentia vidrada e presa naquilo como se eu tivesse correndo pra lá e pra cá junto com a Isis e tivesse sentindo tudo que ela sentiu. Ai, sensacional.

Eu quero muito que um dia exista uma série de livros sobre a Isis porque eu com toda certeza lerei todos, perdidamente apaixonada e apegada a cada um desses personagens. E você já leu Porém Bruxa? Aproveita que o livro tá disponivel no Kindle Unlimited e leia agora mesmo!! 

 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje eu vim conversar com vocês sobre esse livro que me deixou muito feliz. Sabe aqueles livros que a gente compra só porque achou a capa bonita? Então, esse é um deles. Eu não sabia nada sobre ele e eu li junto com a minha amiga Evy e nossa, que leitura, sério.


Tierney James vive no Condado de Garner, uma sociedade patriarcal onde as garotas aprendem desde cedo que sua existência é uma ameaça. Lá, acredita-se que jovens mulheres detêm poderes obscuros e, por isso, ao completarem dezesseis anos, são enviadas a uma espécie de campo de trabalho, no qual devem permanecer durante um ano para se “purificar”. Mas nem todas retornam vivas e as que voltam parecem diferentes. No Condado de Garner, é proibido falar sobre o Ano da Graça. Mas Tierney está pronta para subverter as regras.

O ano da graça é uma história brilhante, assustadora e atual sobre os complexos laços formados entre mulheres e a resistência delas em uma sociedade misógina, patriarcal e desigual.


O livro será adaptado para o cinema pela Universal Pictures com produção e direção de Elizabeth Banks.


Tradução de Sofia Soster



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Eu não sei bem como descrever esse livro, pra mim ele foi uma distopia mas eu vi gente falando que sentiu que ele era um terror, mas não tem nada de assustador nele, pelo menos não pra mim, então vamos trabalhar com distopia por aqui, ok?!


Bom, o condado de Garner é o pesadelo de qualquer mulher. É uma sociedade extremamente misógina e pratriarcal, onde as mulheres não tem nenhuma voz e, quando chegam a uma determinada idade, elas são submetidas ao vexatório evento de serem escolhidas por um cara que esteja solteiro, não importa a idade dele. Se você não rece um véu, você tem sub trabalhos e não é mais considerada uma "mulher" por assim dizer. 


Depois de receber esse véu, todas as meninas nessa idade vão passar um ano isoladas numa ilha para, supostamente, "se livrarem da sua magia". Não se pode falar com ninguém sobre o Ano da Graça, nem com suas filhas. Tudo que se tem são rumores, fofocas e coisas que não podem ser confirmadas e a visão horrivel dessas meninas voltando pra casa depois desse um ano isoladas. E bom, esse é o Ano da Tierney.



"Somos chamadas de sexo frágil. Nos martelam com isso todo domingo na igreja, explicam que é tudo culpa de Eva por não ter expelido a magia quando pôde, mas ainda não entendo por que as garotas não têm escolha. Claro, temos acordos secretos, sussuros no escuro, mas por que são os garotos que decidem tudo? Até onde sei, todos temos coração. Todos temos cérebro. Só vejo algumas diferenças, e a maioria dos homens parece pensar com aquilo, de qualquer forma."


 O trajeto até essa ilha dura dois dias andando e ele por si só já é muito ruim, pois tem a ameça dos predadores que são pessoas das margens que caçam e comem as meninas que estão indo passar esse ano isoladas.

Esse livro é cruel em tantos sentidos e tão real que chega a dar medo, eu fico muito nervosa quando leio algo que parece tão palpavel e tão perto da realidade, sabe? Bom, mas como elas vão passar um ano tendo que sobreviver com pouco, a Tierney tenta fazer alguma coisa e é ai que a história começa a se desenrolar. 

O livro é contado pelas estações do ano em que elas estão naquele lugar e é muito assustador ver o quanto os homens tem uma capacidade de manipular aos poucos a cabeça da gente, fazendo com que a gente acredite que tá errada e que a gente não vale nada e o quanto é importante que tenhamos apoio.

"Há um lugar dentro de nós que eles não veem nem alcançam. O que queima em você, queima em todas nós."

Esse livro bate muito na tecla do quão importante é que a se gente se una e comoa revolução sempre começa nas pequenas coisas, nos pequenos atos, que de pouco em pouco, a gente consegue mudar toda uma realidade, desde que sejamos fortes e persistentes. Eu gostei demais da mensagem que esse livro passa e nossa, muito bom mesmo.

Todos os personagens são muito bem trabalhados, até os que a gente odeia, a gente meio que passa a gostar e a entender a visão deles e o desenrolar dessa história, as descobertas, as associações que a gente faz são incriveis. Eu e a Evy surtamos muito durante essa leitura criando teorias desde os primeiros capitulos. Foi uma leitura muito boa mesmo. 

Infelizmente não posso recomendar esse livro pra todo mundo, porque ele tem uns gatilhos, mas se você conseguiu ler O conto da Aia e Vox e gostou deles, você possivelmente vai gostar desse livro.


E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje eu vim conversar sobre uma história que ganhou meu coração e vocês não fazem ideia do quanto eu tava ansiosa pra conversar sobre essa história. Mas antes, um contexto rápido: uns tempos atrás eu fui convidada pra fazer parte da Associação Boreal que é uma reunião de autores que escrevem ficção LGBTI+, nisso se inclui fantasia, distopia, sci-fi, tudo isso. Então cá estamos, num belo dia em que fui chamada para ler antecipadamente e dar pitacos sobre essa história, o blurb da história é meu (choros). Dito isso, vamos conversar sobre essa história que ganhou meu coração. E ah, esse é o primeiro livro da coleção Abraqueerdabra, já tô ansiosa pelos outros!


Em um lugar onde tudo acontece, descubra a magia e o amor por trás de uma coleção de releituras fantásticas. No primeiro livro, o Lobo desafia Chapeuzinho Vermelho de uma forma que você nunca viu.

Em Nova Eldorado, cidade que um dia teve o céu coberto pelo brilho da aurora boreal, as estudantes Amanda Valente e Luna Bocaiúva vivem como completos opostos. Ninguém pensaria que elas seriam vistas juntas, até que uma tragédia se acomete sobre a família de Luna, e ela precisa recorrer à inteligência de Amanda se quiser trazer justiça para os Bocaiúva. Porém não será tão fácil entrar em um acordo. Se Luna é lembrada por seu visual rebelde, sua falta de compromisso e sua ascendência, tomada como estrangeira por muitos, Amanda, a garota de cachos vermelhos, é famosa por seu orgulho, sua desconfiança e pelas notas incríveis.
O problema começa quando sentimentos inesperados se afloram entre elas, ao mesmo tempo em que uma chantagem trás o passado de Luna de volta. A confiança que constroem será posta à prova, o que pode não só afastá-las de vez, como também levá-las ao limite para decidir o que é mais importante para cada uma: orgulho, família, amizade ou amor?

Uma história de roteiro clichê de enimies to lovers entre a nerd e valentona e que teve inspiração em chapeuzinho vermelho e ainda por cima protagonizado por uma Lésbica e uma Bi, não tem como dar errado né? 

Amanda é uma menina super tranquila, extremamente focada nos estudos e no vestibular, filha e neta de professores sabe muito bem o que quer e sabe que pra isso vai precisar dar o máximo de si e é isso que ela faz. Já a Luna, é uma estrangeira que tem fama de "pegadora" e de ser meio desvirtuada, por assim dizer. Nossas meninas nunca se falaram muito , inclusive se evitam por serem de mundos diferentes.

Mas tudo começa a mudar quando Luna resolve que vai tentar passar no vestibular, sim aos 45 do segundo tempo, e pra isso ela precisa da ajuda da Amanda, que é a menina mais inteligente do colégio. A partir daí, nessas quase 200 páginas, somos inseridos num mundo onde LGBTfobia não existe, mas que tem muita intriga politica, xenofobia, mistérios, conspirações e elementos mágicos. 

Foto de Emily Hon no Unsplash

Eu fiquei muito feliz com o convite da Boreal e a história não me decepcionou em nada. Primeiro que a ideia do mundo é sensacional e dá muito pano pra manga e eu AMEI a escolha dos personagens e das representatividades. Inclusive, eu passei o livro todinho passando pano pras cagadas que a Luna fazia e acho que só existe esse jeito se ler essa história, real e oficial.

Os personagens são muito bem feitos. Muitas vezes eu tenho receio de ler histórias mais profundas e que tem poucas páginas por medo de não conseguir me apegar aos personagens mas não foi o caso, essas personagens são muito boas e bem feitas e até os personagens secundários são perfeitos e bem trabalhados, que trabalho incrivel!

Todo o emaranhado de problemas, o ponto alto do livro, me prendeu de uma forma muito gostosa e eu só queria surtar com tudo o que eu tava lendo com alguém. Simplesmente sensacional. Eu falo muito que sempre quis ver uma lésbica em um livro de fantasia e foi incrivel demais acompanhar essa história. Eu não tenho nem palavras pra descrever a experiência de ler esse livro.

Eu tô muito ansiosa pra ver o que as pessoas vão achar desse livro e se você ler ele, não esquece de vir falar comigo pra gente surtar junto!




E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

No papo do mês de setembro eu trouxe o Yago que é escritor, formando em psicologia, editor e gateiro pra conversar com a gente sobre Saúde Mental na literatura. Setembro é o mês da Saúde Mental e o Yago fala sobre isso nas coisas que ele escreve. Segue ai que o papo tá incrivel, sério!


Primeiramente, muito obrigada por aceitar participar desse papo com um assunto tão delicado quanto saúde mental na literatura, mas pra começar do principio, quem é Yago Gunchorowski?

 - Eu que agradeço pelo convite. Huuum… quem sou eu. Eu acho que sou o cara que pensa muito na pergunta “quem sou eu?”, sabe? Fora isso, eu sou um escritor, editor, leitor crítico (e sensível) e quase formado em Psicologia. Ah, e amante de gatos.

 Como eu gosto de começar com o pé na porta, já vou começar entrando numas coisas meio polêmicas. Existe uma forma certa de escrever um personagem com transtornos mentais? Porque às vezes eu sinto que a ansiedade, a depressão daquele personagem serve mais como “recurso de roteiro” do que pra algo relevante na trama, como deveria ser. O que cê pensa disso?

 - É uma pergunta complexa. Posso ditar regras para escrever certo ou errado? Acredito que não. Cada um é livre para transcrever o mundo a forma que vê. Mas acredito que uma pessoa que decide escrever sobre saúde mental acaba abraçando também uma responsabilidade: a de ajudar ou atrapalhar na promoção de saúde. Quando uma doença é mal representada — estereotipada, sem real importância, romantizada — a pessoa acaba dificultando o processo de entendimento social a respeito desse tema. O ideal é que a pessoa estude bastante antes de fazer, nem estou me referindo só a pesquisa acadêmica, mas que converse com pessoas, busque relatos. No Youtube é possível achar pessoas se abrindo e contando suas experiências, por exemplo. Usar só como uma peça de roteiro sem nenhum aprofundamento sobre o assunto é o mesmo que banalizar o peso disso na vida das pessoas que sofrem por isso, sabe? Isso até me lembra um certo tweet onde a pessoa comentava como se sentia frustrada com a representação de crises de ansiedade na mídia e como elas eram acalmadas com um mero abraço — a verdade é bem mais complicada, envolve muito mais tempo e dificuldade para aliviar o quadro. Acho que nessa onda o que posso dizer mesmo sobre escrever personagens com quadros de adoecimento mental é: pesquise. Você ainda poderá cometer erros, todos cometem, mas pesquise!

 Tanto no seu conto O Telefonema de Deus quanto no seu livro de poesia Lamentos da Luzes Noturnas você fala muito sobre suicídio e depressão, com estilos de escritas diferentes, como é ir pra esses lugares pra escrever isso? No Telefonema de Deus é uma coisa tão intensa que eu nem sei descrever, afeta muito quem tá lendo.

 - Sabe... não é muito difícil pra mim. Eu estive nesses lugares por bastante tempo. No limite, entende? Sou melancólico desde criança, enfrentei a depressão na adolescência e começo da vida adulta. Fora isso, eu estudo bastante. Leio bastante sobre essas coisas. Pra mim é bastante natural alcançar esses pontos, eu diria. Meu mundo sempre foi um pouco monocromático, então é normal que minhas obras tenham um pouco dessa expressão, eu acho.

 Como se deu sua relação com a escrita e como você sentiu que precisava falar sobre esses temas e principalmente em forma de poesia? 

 - Foi ainda na adolescência que comecei a querer escrever — embora eu tentava fazer poesia quando criança e até ganhei uma competição na escola. Começou quando eu jogava um ForumRPG (Naruto RPG Akatsuki) e eu comecei a aprender a narrar e criar a história do meu personagem, então quando vi quis escrever algo original, desconectado desse universo. Minha professora de literatura, a Tatiana, foi minha primeira leitora. Eu tinha escrito um conto inspirado num álbum da banda de visual kei NIGHTMARE, algo envolvendo um circo e um encontro. Mostrei para ela e com um sorriso ela me disse para continuar escrevendo. Eu continuei e cá estou eu. Só que a medida que eu fui escrevendo, lendo e vivendo, fui percebendo esse mundo cinza. As coisas que me abraçavam eram tristes — filmes, músicas, histórias. Então comecei a escrever sobre isso também. A querer abraçar as pessoas que, como eu, se identificam com essas narrativas e, a medida do possível, dar finais felizes a elas. Às vezes tenho crises com isso, pois queria escrever coisas mais alegres para as pessoas se sentirem melhor, sabe? Mas fazer o quê, acho que essa é minha voz. Embora eu também possa escrever outras coisas, sempre acabo botando um pouco desse cinza. Quando eu escrevo poesia sempre coloco muito mais de mim do que na prosa, então não é exatamente uma decisão consciente. É só como vejo o mundo e busco me expressar. 

 Falando de mim, um livro que me salvou num momento muito difícil e que me incentivou a procurar ajuda profissional foi Veronika Decide Morrer, tanto que esse livro é muito importante pra mim até hoje. O quão importante são esses livros que tocam a gente no fundo da alma e que nos incentivam a procurar essa ajuda?

 - Extremamente importantes! Fico feliz que um livro tenha te tocado a esse ponto, sabe? Embora eu não concorde exatamente com o termo “salvar”. Acho que ninguém salva ninguém, é algo mais complexo que isso. Esses livros tem essa importância: abrir nossos olhos. Por isso eu fico pensando como as histórias precisam começar a abordar mais a importância da ajuda profissional nesses casos — não exatamente uma psicoterapia, dependendo do universo da história, mas alguma ajuda. Ou pelo menos mostrar o peso e a intensidade que pode ser ficar sem essa ajuda. Como eu disse antes, quem escreve sobre esses temas pode ajudar a promover a saúde mental ou torná-la ainda mais num tabu. 



 Toda vez que a gente pensa em setembro amarelo, é dois minutos pra gente ver umas atrocidades no mundo literário do tipo “meus livros de lombada amarela”, “pode falar comigo se você precisar” mas isso me parece muito problemático porque não resolve nada e as vezes mais atrapalha do que ajuda efetivamente. O que cê pensa sobre isso?

 - No mínimo irresponsável. Olha, é importante a divulgação da conscientização? Claro que é. Tem meios melhores de fazer? Muitos. Essa coisa dos livros de lombada amarela tento fingir que não existe, porque é um dos maiores absurdos. Por exemplo, em uma pesquisa rápida no Google você acha “A Revolução dos Bichos” com a lombada amarela. Posso estar enganado, pois faz tempo que li o livro, mas acho que não é exatamente uma obra para discutir suicídio. E quanto ao “pode falar comigo”... O ideal é você levar as pessoas a usarem serviços de prevenção, como o CVV (embora haja seus problemas aqui também), e buscar apoio profissional. Uma conversa é boa, entretanto, o trabalho real não está na conversa (ou na escuta), ele vai muito mais além. 

 Como é o seu processo criativo e de escrita? Precisa de um ritual ou só flui naturalmente?

 - Eu sou atormentado por inúmeras ideias que nem sei se terei tempo de escrever ao longo da vida. Meu processo criativo é viver. Lendo uma notícia, olhando o mundo, lendo algum material acadêmico, sonhando acordado. Sonhando. Para escrever é mais complicado. Boa noite de sono, fazer algumas atividades domésticas (arrumar as coisas em casa, lavar a louça, etc), e me sentar na frente da tela costuma servir. Mas tem dias que simplesmente não vai. Exceto com poesia, isso é mais simples. Tenho centenas de poemas escritos que estão escondidos em arquivos espalhados pelo computador (se são bons é outra história). Tento escrever alguma coisa todo dia. Nem que seja um poema, um trecho solto, alguma coisa experimental. Se eu me afastar demais, fico enferrujado mesmo lendo todos os dias. Outra coisa essencial é ouvir música para entrar no clima da escrita — vou de rock japonês até o KPOP, depende do dia; também ouço algo nacional e americano/britânico. 

 Tem algum livro e/ou autor em quem você se inspira? 

 - Tenho muitas pessoas que me inspiram, na verdade. Caio Fernando Abreu, Augusto dos Anjos, Haruki Murakami, Kyo, Genki Takebuchi, Kim Namjoon, Min Yoongi…, tem a dupla Rebecca Stupello e Thai Hossmann que também me inspiram bastante, eu amo a escrita delas e amo ainda mais ter a honra de editar trabalhos delas. Recentemente fiquei tocado pelo livro “Adivinha quem não voltou pra casa?”. Fora os trabalhos do Vitor Martins, da Ray Tavares, do Felipe Castilho, da Iris Figueiredo, da Lola Salgado…, são pessoas que me inspiram a continuar nesse cenário nacional tão… caótico, digamos assim. 

 O que você pensa sobre transtornos mentais associados à vilania? 

 - Que pergunta complicada. Huuum… eu acho que, como quase tudo na vida, depende. Se a pergunta for sobre “vilões com transtornos mentais”, eu acho que pode ser bastante prejudicial criar um estigma de que pessoas acometidas por doenças são vilãs. Mas possível, claro. No entanto, vejo que demanda de uma sensibilidade ímpar na hora de atribuir algo assim a um vilão. Fazê-lo ter como forma de explicar seus comportamentos vilanescos pode ser ainda mais problemático. Agora, se a pergunta for sobre “a doença como vilã”, bem, ela é. Claro que é importante falarmos que sofrer isso é como sofrer de qualquer outro tipo de doença, mas isso não a faz menos vilã. Ninguém gosta de ter depressão, ninguém fica orgulhoso por estar sofrendo de uma crise de ansiedade tão severa ao ponto de congelar e perder oportunidades na vida. Entende? Penso que toda pessoa que escreve deve analisar esses pesos. É a responsabilidade que eu já falei tantas vezes. Você pode ajudar a normalizar a busca por ajuda ou afastar ainda mais pessoas desses serviços. 

 Bom, por último, fale sobre os seus ‘vem ai’, onde estão seus livros, onde a gente te acha nas redes!

 - Meus livros estão na Amazon e no Wattpad. Na Amazon tem meu conto “O Telefonema de Deus” e dois livros de poesias o “Lamentos das Luzes Noturnas” e “23”. No Wattpad é uma lista maior…, ah, tem também meu conto na Sintonia Mortal da Editora Corvus — e de mais uma galera incrível —, e minha ficção relâmpago na Faísca da Mafagafo, na terceira temporada. Tem o “Armadilha para Lobos”, da Maria Eloise Alburqueque, pela coleção Abraqueerdabra da Boreal que embora eu não tenha escrito, trabalhei na edição. Eu ainda tenho outros projetos que pretendo que venham aí, um deles inclusive com sua leitura sensível…, mas isso depende de algumas respostas e outras coisas. Além disso, aproveitando a deixa do assunto, eu participo de um projeto de extensão na faculdade sobre saúde mental neste período de isolamento que estamos promovendo pelo Instagram na página @isolados_eagora e estou nas redes pelo @gogunnn (no Twitter, Medium e Wattpad) e @yagogunchorowski no Instagram. Obrigado mais uma vez pelo espaço! 


E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje eu vim conversar com vocês sobre No Olhar do Invisível, um livro clichê lésbico porém protagonizado por duas mulheres negras e gordas e uma delas caminhoneira! Vamos lá.




Dandara e Cecília são mulheres negras e lésbicas que possuem algo em comum: ambas desacreditam que o amor e o afeto podem lhe alcançar. Um encontro no bar da cidade muda o rumo dessa narrativa e leva as duas a conhecerem mais sobre si e o amor. No Olhar do Invisível é uma história feita para quem deseja sair da torre alta em que se enfiou e derrubar os muros criados ao seu redor.

Leia | Skoob | Twitter da Livia





Aqui conhecemos a história da Cecilia e da Dandara que é permeada de inseguranças. Vivendo em uma sociedade declaradamente racista e que lhes nega afeto, temos a construção dessas personagens. Cecília, com seu nome de música da MPB, trabalha como publicitária e é o que chamamos de caminhoneira (ela é essa de camisa azul com flamingos na capa), tem seus dilemas. Já Dandara, com seu nome de guerreira, é universitária e faz estágio na faculdade nos dias que não tem aula, na capa, ela é a de tranças amarelas.

O mundo dessas suas mulheres colide quando elas estão num bar. Cecilia foi esfriar a cabeça depois de um dia de trabalho (pandemia passe logo para que eu possa fazer como a cecília) e Dandara foi a convite de uma amiga da faculdade. Quando Dandara chega no bar, o coração da Cecília já se derrete todo pela menina das tranças amarelas e bom, começa a história.


"O destino possui um jeito estranho de alinhar dois universos"


 Apesar das ressalvas, eu gostei muito do livro. Esse foi o meu primeiro contato com a Lívia, sei que ela tem outras obras publicadas no wattpad que pretendo ler. Eu sigo ela no twitter tem um tempo e eu tava muito ansiosa por essa história e sério, foi surpreendente.

Gostei muito da forma simples e carregada de sentimento que a Lívia escreveu essa história, alternando entre os pontos de vista das duas protagonistas, colocando uma carga emocional fortissima em cada página, onde as personagens precisam se reafirmar e serem sempre o sobro do que uma pessoa branca. Minha esposa e eu conversamos muito sobre essa discrepância. E a Livia ter inserido isso no livro foi muito forte. No twitter dela, ela fala muito sobre isso e eu aprendo demais com ela.

Essa história de quase 170 páginas é poderosa, não só por ser uma história Own Voices como por retratar a realidade e o sentimento de mulheres negras, mostrando o quanto do afeto lhes é negado, o quanto de fetichização existe ao redor delas, mas também porque a Lívia conseguiu trazer o clichê do "vou no banheiro pra ver ela" pro mundo lésbico e representou pessoas que eu não costumo ver nos livros e eu achei isso muito forte.

Esse também é o primeiro trabalho dela que tá na amazon, então sério, vai lá prestigiar essa obra sapatão cheia de representatividade e quentinho no coração.



 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje? 

Hoje eu vim falar sobre um desenho que não tem nenhum defeito e me divertiu demais. Já estou ansiosa pela segunda temporada. 



The Owl House ou A Casa da Coruja aqui no Brasil, é uma animação do Disney Channel que estreou no dia 10 de janeiro desse ano e foi animada e criada pela Dana Terrace. Em essência, ela é uma série de comédia e terror, mas não é assutadora, levando em conta que eu sou uma pessoa de 22 anos gritando por um desenho.

Esse desenho vai contar a história da Luz, que acidentalmente encontra um portal e vai parar no Reino Demoniaco, onde tem tudo quanto é magia, Lá, ela conhece a Eda que é uma bruxa procurada por toda a ilha e o Rei, que é o bichinho mais lindo do mundo e Rei dos Demônios, ou quase isso.

Então ela decide que quer aprender magia e a Eda vai ensiná-lá. Mas ai você me pergunta: Ok, bia mas cadê o sáfico? Bom, essa série tem um protagonismo Bi e lésbico, que se dá através de um enemies to lovers que eu fiquei gritando muito. Luz é bi e a Amity é lésbica, confirmadas pela Dana.



Vocês não fazem ideia do que esse desenho significou pra mim e pra mais um monte de gente da minha idade que ficou vibrando por causa de um desenho. Os episódios são bem curtinhos e cada um tem uma mensagem a ser passada e acompanhar a Luz nessa jornada pra se tornar uma Humana Mágica, ela tentando fazer amigos, as aventuras foi algo qu eme marcou demais.

E também nem sei explicar o quão significativo é pra mim ter um desenho onde é confirmado que uma das personagens é lésbica, é uma coisa que eu não tive quando tava me entendendo e é uma coisa tão grande que eu não consigo nem explicar.

Fica ai a recomendação e assistam, é um desenho lindo cheio de história e muito bem feito, é apaixonante.



 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje eu vim conversar com vocês sobre um livro que me surpreendeu, me fisgou logo nas primeiras páginas e me deixou gritando de desespero quando o livro tava acabando. Eu já falei sobre outro livro do Gabriel, um livro de poesias e você pode ler o post aqui. Agora, vamos falar sobre a distopia que ele escreveu, se preparem.



O fim não é uma punição, é uma necessidade.

Os últimos de Gaia surgiram em uma época atípica e vivenciaram o terror desde a infância. Em um futuro mutilado pelo nosso presente, o foco é dado em Áurea e Otto, este que não sabendo lidar com as suas escolhas, cai em um abismo onde se encontra frente ao seu último capítulo: um planeta à beira da morte que precisa ser sacrificado para o nascimento de um novo mundo.

E-book | Físico | Skoob | Twitter do Gabriel | Instagram do Gabriel

*sobre a possibilidade de comprar o livro autografado com o autor, é só mandar mensagem em alguma das redes.



 Vamos do principio antes dos surtos. A humanidade da forma como a gente conhece agora, acabou. Os humanos acabaram com o planeta e distorceram tudo e agora baratas tem tamanho de ursos, formigas conseguem carregar humanos, a lingua foi existinta e se criou um novo dialeto e os humanos que sobraram, vivem de uma forma nômade e sobrevivendo como conseguem, praticando atos de canibalismo e outras atrocidades, e ah, eles são infertéis. Então, quando todos morrerem, acabou. 

O livro é narrado por meio de memórias, são 16 memórias e o livro é divido em três partes. O bom desse livro é ler sem saber praticamente nada pra não perder a graça, mas eu vou contar um pouco do que rola logo nas primeiras páginas pra dar um contexto.

Temos a tribo de Berenge, um líder que é contra o canibalismo e se esforça muito para dar o melhor de si pro seu povo. Nos vai e vens da vida nesse novo mundo, ele e seus companheiros vêem pessoas sendo escravizadas por outros humanos e resolvem atacar para libertar essas pessoas. No meio dessas pessoas, estava Eleanor, uma mulher por qual Berenge se apaixonou. Eles começam a ter uma relacionamento e Eleanor fica doente e pra curar ela, Berenge e seus parceiros fazem um ritual pra Lua e nisso, entra em cena o Johnny que, pode-se dizer, é um servo da Lua e veio para curar Eleanor e trazer presentes pras pessoas.

Porém, Eleanor não estava doente, ela estava grávida e seu filho foi prometido ao Johnny, pois ele faria grandes coisas. E bom, a partir daqui eu não posso contar mais nada.

"Talvez nenhuma vida tivesse sentido, afinal, por isso todas as pessoas acordam todos os dias. Para encontrar aquilo que sabem que não existe."

O começo do livro pode te fazer ficar meio perdido, principalemnte porque em alguns momentos o livro fala com o leitor e isso é uma coisa que eu vejo pouco, mas conforme as coisas vão acontecendo, eu entrei de uma forma muito surreal na história e essa narrativa por meio de memórias eu senti que foi muito acertada, porque vai entregando as coisas aos poucos. Sobre as memórias, a gente só descobre de quem elas são no fim do livro.

Eu já elogiei a escrita do Gabriel antes e enquanto eu lia eu dei uns surtos no twitter porque nossa, essa história é tão bem construida que eu nem sei dizer. Em alguns pontos da narrativa, eu senti uma alegoria da biblia e de mais um monte de coisa. Gabriel pegou inspiração em muitas coisas pra criar essa história e olha, ficou incrivel.

É um livro com tudo que eu gosto, tem intriga politica, umas doidera no meio do caminho, levante popular, gritos e surtos. Recomendo demais essa leitura se você gosta de distopias, você vai se apaixonar. Aproveita que o livro tem no Kindle Unlimited e corre ler.



 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje eu vim conversar com vocês sobre essa história que é bem curtinha mas que ganhou muito o meu coração, comecei a ler e não consegui parar até terminar, e acabou que eu sem querer estou fazendo a resenha dele no mês da visibilidade bi, achei incrivel! Vamos lá então.


Quem você se tornou depois de passar por algumas decepções amorosas?
Alice, uma jovem aspirante a escritora, estava cansada de viver relacionamentos efêmeros com garotas que conhecia pela internet. Desde que terminou o namoro com Kimberly, quando ainda era adolescente, nunca mais se permitiu estar verdadeiramente apaixonada por alguém.

Até que ela conhece Nina, uma mulher mais velha e comprometida. Vendo o seu coração ser invadido novamente, Alice começa a se questionar sobre questões relacionadas a casamento, carreira e liberdade.

*recentemente, a autora imprimiu fisicos do livro, pra comprar é só is no instagram dela @ladarc 


Acompanhar a história da Alice é uma montanha russa, mas aquelas montanhas russas que lembraram muito a minha vida. Depois que seu namoro de adolescencia chega ao fim, ela se fecha pra amores e vive de coisas de passagem e tá tudo bem assim.

Mas quando ela conhece a Nina, logo de cara rola um crush, mas a Nina tá noiva. Um tempo depois, uma amiga do trabalho fala que a Nina ta solteira e elas começam a conversar e a se entender. Mas como toda mulher om um passado meio mal resolvido, ela começa a se questionar e muita coisa acontece nessas 100 e poucas páginas.

"Afinal, não são dois gêneros diferentes seguindo uma tradição, se trata de duas mulheres transgredindo em nome do amor."

Esse é um daqueles livros confortaveis sabe, que dão um quentinho no coração e dá pra ter umas bosas risadas principalmente com o final, que eu já sabia que ia rolar algo assim e adorei isso! Eu sinto que a Larissa escreveu esse livro com muito carinho.

É uma história sobre descobertas do amor, descobertas de si mesma, de se permitir, de superar, é uma história muito bonita, mesmo que seja triste em alguns momentos. Eu adorei a forma como a história foi contada e tô doida pra ler o outro livro dela, que é um livro de não ficção.

Bom, fica ai a dica de uma história curtinha, gostosa de ler e que ganhou meu coração. Já conhecia? Ficou com vontade de ler? Me conta ai!


 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Em agosto a Editora Seguinte fez uma leitura coletiva de Frank e o Amor e como eu já tinha o e-book aqui fazia um tempo, resolvi acompanhar. Eu já disse que adoro quando comelo um livro sem saber nada dele e foi assim com esse. Acabei que a cada página eu me apaixonava mais e mais por todos os personagens e por todos os temas que a história aborda!



Frank nunca conseguiu conciliar as expectativas de sua família tradicional coreana com sua vida de adolescente na Califórnia. E tudo se complica quando ele começa a sair com a garota de seus sonhos, Brit Means, que é engraçada, inteligente, linda… Basicamente a nora perfeita para seus pais ― caso tivesse origem coreana também.
Para poder continuar saindo com quem quiser, Frank começa um namoro de mentira com Joy Song, filha de um casal de amigos da família, que está passando pelo mesmo problema. Parece o plano perfeito, mas logo Frank vai perceber que talvez não entenda o amor ― e a si mesmo ― tão bem assim.

Tradução de Lígia Azevedo | Compre | Skoob


Logo quando comecei o livro eu fiquei de boca aberta com a consciência do Frank, desde o começo do livro ele fala muito sobre os pais dele que são coreanos e são racistas com qualquer outra pessoa não coreana. Frank tem uma irmã mais velha que foi "deserdada" porque se casou com um homem negro, então desde as primeiras páginas esse assunto permeia a narrativa, que ele tem que se apaixonar por uma menina coreana. 

O problema mesmo começa quando Frank se apaixona pela Brit e eles começam a ter um relacionamento, mas em hipotese alguma o Frank pode contar sobre isso para os pais. É ai que a Joy entra. Joy é uma das filhas de um casal coreano amigo dos pais de Frank e ela se relaciona com um menino chines há alguns anos, então, Frank e Joy resolvem fingir uma relação para que eles possam ter mais liberdade e sair com seus respectivos parceiros sempre.

Tinha tudo pra dar certo, tudo muito bem arquitetado, mas como a vida adora pregar umas peças, Frank passa por um processo de auto conhecimento, de analise e questionamento sobre sua vida e sobre seus sonhos e ele acaba descobrindo que não é bem assim que a vida funciona.

"Não parece justo que eu leve uma eternidade para explicar minhas origens enquanto os brancos não precisam passar por isso."

Esse livro é de uma grandeza que quando eu acabei de ler, eu fiquei até meio sem saber o que fazer. Esse foi um dos primeiros livros que fala sobre racismo amarelo que eu li. Mas ele fala sobre isso de uma forma que eu senti um tapa na cara, esse livro é muuto bem escrito.

Todos so personagens desse livro são cativantes, mas entre os melhores está o Q que é o melhor amigo do Frank, esse personagem é incrivel demais! E todo o processo de auto descoberta que o Frank e a Joy passam no periodo de fingir o namoro é muito incrivel, eles tem uns debates muito profundos, que só dá pra se ter com um igual e eu lendo aquilo, fiquei muitas vezes sem palavras pra descrever o que eu sentia, aprendi muito com esse livro.

Se eu contar mais sobre esse livro é capaz que eu dê spoiler e não é uma coisa que eu quero fazer HAHAHAHAH mas sério, se você tiver oportunidade de ler esse livro, leia. Ele é muito bom e vai te fazer refletir muito. 

Já leu? Tem vontade? Me conta ai!



Eai meus brilhinhos, como estamos hoje? 

Meu primeiro contato com a Rainbow foi através de Carry On, que foi um livro que eu gostei bastante, foi uma leitura super gostosa e que me rendeu boas risadas e quentinhos no coração. Quando fiquei sabendo que a Seguinte ia republicar os livros e trazer os novos dela pra cá, eu fiquei eufórica, eu finalmente vi a oportunidade de ler a sequência de Carry On e ler os outros dela.

Já tinha visto muitas pessoas falando sobre Eleanor e Park nas redes, mas não sabia muito sobre a história. Quando a editora me mandou o livro, eu passei na frente de tudo e nossa, valeu muito a pena! É sobre ele que vamos conversar hoje.


Uma das maiores obras da literatura jovem contemporânea em nova edição. Compre na pré-venda e ganhe um postal exclusivo com arte de irena freitas. Eleanor é nova na cidade. Com roupas inusitadas, cachos ruivos indomáveis e uma família problemática, ela sente que nunca vai conseguir se encaixar. Park senta sozinho no ônibus da escola. Sempre de camiseta preta, fones de ouvido e a cabeça enfiada num livro, acha que consegue passar despercebido. Mas não para eleanor. Aos poucos, entre fitas cassetes gravadas, pilhas de histórias em quadrinhos e conversas até tarde da noite, eleanor e park se apaixonam. Narrada durante o ano letivo de 1986, essa é a história de dois jovens de dezesseis anos que, mesmo sabendo que o primeiro amor quase nunca é para sempre, têm coragem e esperança suficientes para tentar.“ eleanor e park me lembrou não só como é ser jovem e se apaixonar por uma garota, mas como é ser jovem e se apaixonar por um livro.” — john green, autor de a culpa é das estrelas best-seller do new york times. livro de honra do michael l. Printz award (2014). vencedor do boston globe-horn book award de melhor livro de ficção (2013). escolhido como um dos melhores livros juvenis pela publishers weekly (2013). escolhido como um dos melhores livros juvenis pelo new york times book review (2013).


Como disse, eu não sabia quase nada sobre o livro, mas vi muita gente dizendo que chorou e nossa, eu também.

Esse livro se passa nos anos 80, no começo do ano letivo. Eleanor é de uma familia pobre e sem estrutura, veste roupas de brechó, é insegura sobre si mesma e e tem medo do seu padrasto abusivo. Ela sofre bullying desde o primeiro dia de aula. Park é asiático e sempre fica sozinho no ônius da escola, se veste de preto e tá sempre acompanhado dos fones de ouvido e de uma HQ.

No primeiro dia de aula, Eleanor tem que pegar o ônibus da escola, mas ela não tem onde sentar e as pessoas começam a caçoar com ela. O único lugar vago é ao lado de Park que, mesmo a contragosto, deixa com que a menina se sente com ele. Mas ela nunca mais sai dali.


"Segurar a mão de Eleanor era como segurar uma borboleta. Ou as batidas do coração. Como segurar algo completo, e completamente vivo."


Logo de cara eu fiquei presa na história. A narrativa da Rainbow é muito fluida e os capitulos desse livro são bem curtinhos, o que tornou tudo mais dinâmico e, quando eu menos esperava, me peguei apaixonada por esses dois.

Eles são de mundos opostos e o livro é narrado pela visão dos dois, cada um enxerga o outro de uma forma única, como se só existissem eles no mundo e isso foi a coisa mais linda que eu já li. Park começa a inserir Eleanor no seu mundo lhe dando suas HQs, fazendo fitas com músicas que ela gostaria, fazendo da sua casa um lugar seguro, ao mesmo tempo que Eleanor precisa lidar com toda uma carga dentro da própria casa e a gente vai descobrindo a história de vida dela aos pouquinhos.

Conforme fui entendendo a dinâmica desses dois, eu simplesmente não consegui parar de ler e me vi emocionada em muitas partes. Realmente, esse livro é uma história ingênua, que lembra muito a primeira vez que a gente se apaixona de forma visceral e pura, que a gente não sabe mais diferenciar quem somos nós e quem é o outro. 


"Ela já tinha ganhado cinco fitas - o que significava que, se as pilhas duressem, podia passar quatrocentos e cinquenta minutos com Park em sua cabeça, segurando sua mão."


Aviso que, pra quem não saiba, esse livro tem cenas muito gráficas de bullying, gordofobia e abusos, então é bom tomar cuidado. Mas essa história é tão pura, tão bonita, tão intensa que eu me entreguei até a alma por ela. Conforme o livro ia acabando eu já tava chorando e quando eu acabei, eu fiquei um bom tempo olhando pra janela e pensando na vida, realmente esse livro é tão incrivel quanto dizem. 

E um adendo, como eu não li a edição anterior, eu não tenho como comparar e ver o que os comentários das pessoas no twitter são reais mesmo, mas eu adorei essa nova tradução, achei que ficou muito sensivel e a diagramçaõ do livro tá sensacional também, gostei muito.

E você, já leu Eleanor e Park? Gostou do que leu? Vamos conversar!



 E ai meus brilhinhos, como estamos hoje?

Hoje vamos conversar sobre Agosto e nossa, que mês conturbado né?! Agosto foi o mês da Visibilidade Lésbica e eu fiz posts sobre isso o mês todo no instagram e aqui, mas, mesmo que a gente sempre exista, parece que cada vez mais estamos invisiveis. Mas isso é um assunto pra outro post, mas no último dia do mês eu fiz um desabafo sobre a invisibilidade da sapatão e você pode ver aqui.

Porém, sem mais delongas, vamos ao resumo do mês.


Os livros com protagonismo lésbico que eu li esse mês foram muito bons, Garotas como eu da Lis Selwyn que já tem resenha aqui e tem também entrevista com a autora; Fisgadas que também tem resenha aqui e eu adorei essa história; Cadê você no meu inverno? que é um conto rapidinho de ler e eu vou falar dele no instagram em breve e por último eu li Armadilha para lobos e foi uma leitura antecipada, o livro tá incrivel e você pode saber mais sobre o livro aqui.

Um destque também foi Tálamo que e´prtagonizado por uma mulher bi mas que foi uma leitura muito incrivel e super gostosa e eu vou falar muito desse livro aqui!

De livro gringo tivemos Eleanor e Park que eu adorei e vou falar dele aqui; O Colecionador de Ossos que foi uma leitura muito boa mesmo que tenha demorado pra engatar; Um Estranho Sonhador que foi uma grata surpresa e eu gostei muito (porém o casal é uma m*rda); Frank e o amor que foi uma leitura muito intensa, que aborda muitos temas importantes e eu vou falar desse livro aqui também; E por último e menos importante sim, Garota Exemplar que foi um livro que eu odiei ler como dá pra ver, simplesmente horrivel.

E também duas histórias incriveis de autores nacionais que eu vou falar por aqui: Os Últimos de Gaia que é uma distopia que me deixou gritando com o final e O Telefonema de Deus que é cum conto que mexeu demais comigo, eu fiquei muito pensativa com ele.

Em resumo foi um mês bem legal, eu gostei das leituras!


Dos assistidos, eu assisti a primeira temporada de The Owl House que é o novo desenho da Disney que é protagonizado por uma bi e uma lésbica e nossa, eu vou muito falar sobre esse desenho!! E também finalmente comecei a assistir She-Ra e vi a primeira temporada e já tô apaixonada, vou assistir tudo!! 

De filmes eu vi With a Kiss I Die que é uma releitura lésbica de romeu e julieta e a Julieta é uma vampira, é um filme bem mediano mas é tão gostoso de se assistir, recomendo muito! Finalmente assisti a obra de arte que é Retrato de uma Jovem em Chamas e eu chorei muito nesse filme, ele merece as premiações que teve, quero muito falar dele também. Tomates Verdes Fritos me deixou de coração quentinho, eu ainda não li o livro mas quero muito ler e espero que ele seja tão incrivel quanto o filme!

Por último, assisti o filme Crimes de Familia que é um filme baseado em fatos reais e que tem uma mensagem incrivel, quando eu comecei a ver o filme eu não entendi muito bem o que tava rolando, mas é um filme sensacional quando você entende o que tá rolando, ele tem na netflix!

Bom, esse foi o meu mês de agosto, me contem aqui como foi o mês de vocês, se já viram ou leram algo em comum comigo!