Olá pessoas, como vocês estão? Chegamos ao último post de 2021 do Unicórnio! Eu resolvi tirar umas semaninhas pra descansar e voltarei na segunda semana de janeiro. Mas antes de ir, eu precisava falar sobre esse livro que me rendeu muitas crises existenciais HAHAHAHAH

Antes de começarmos, vou lembrar que eu li a história na edição da Editora Antofágica, não sei como são as outras edições então vou falar com base nessa; outra coisa, esse é o primeiro livro da lista do Namjoon do BTS, sim, eu vou tentar ler a maioria dos livros de ficção que ele citou e estou muito animada! Vamos ao livro.


Sinopse: Obrigado por acessar sua teletela e aproveite para conhecer uma das mais marcantes obras de ficção do século XX, agora em nova edição com 115 ilustrações de Rafael Coutinho, nova tradução de Antônio Xerxenesky e apresentação de Gregório Duviviver. 

O Grande Irmão está te observando.

Em uma sociedade em constante estado de guerra contra outros países e contra os inimigos do sistema, cada cidadão deve viver sob a permanente vigilância das teletelas. Qualquer sinal de comportamento ou pensamento desviante da ideologia do Grande Irmão é severamente punido pela Polícia do Pensar.

Funcionário do Ministério da Verdade responsável por reescrever notícias e registros históricos, Winston Smith atua alterando o passado e, assim, o presente. Treinado para obedecer e calar, ele começa, no entanto, a questionar essa realidade. Seus atos de rebeldia contra o sistema, como ousar manter um caderno subversivo, parecem mínimos, até que ele se depara com a oportunidade de fazer algo maior e colocar sua vida em risco por uma sonhada mudança.

Publicado originalmente em 1949, este clássico de George Orwell é uma obra fundamental sobre opressão e totalitarismo e possibilita inúmeros paralelos com o momento que vivemos, 70 anos depois. A nova edição da Antofágica, além de contar com tradução de Antônio Xerxenesky, ilustrações de Rafael Coutinho e apresentação de Gregório Duvivier, também traz textos extras de Luiz Eduardo Soares, especialista em segurança pública, Débora Reis Tavares, estudiosa de Orwell, Ignácio Loyola Brandão, um dos principais autores contemporâneos e membro da Academia Brasileira de Letras e do jornalista Eduardo Bueno, criador do canal Buenas Ideias no Youtube.

O Ministério da Verdade informa: Ao fazer a leitura do QR Code da cinta com seu smartphone, você tem acesso a três videoaulas de Débora Reis Tavares, especialista em Orwell, para enriquecer a experiência de leitura. Cada aula é indicada para um momento da leitura: – Antes de iniciar o livro, comentando o contexto geral da obra; – Durante a leitura, com alguns insights sobre o que está acontecendo na trama; – Depois do término, como uma espécie de posfácio levantando alguns pontos interessantes da obra.

Eu realmente não sei por onde começar a falar sobre esse livro. Eu li ele no começo do ensino médio, se eu não estiver enganada, mas naquela época eu era outra pessoa, eu não entendia muito sobre politica nem nada disso então não foi algo que me afetou. Ter lido agora, foi uma experiência surreal. Esse livro alugou um triplex na minha cabeça e eu fico pensando nele o tempo todo, sério. 

Eu não sei vou conseguir falar tudo sobre esse livro em um texto, então vou tentar resumir um pouco agora e, depois, focar em dois aspectos do livro que me deixaram maluca. 

O livro conta a história do Winston, um funcionário do partido que trabalha no ministério da verdade, ele passa o dia todo alterando noticias, livros e afins, para que não haja nenhuma forma de refutar aquilo que o Grande Irmão diz, para que o partido esteja sempre certo. Na Oceania, o sistema politico é o IngSoc ou Socialismo Inglês e existem três ministérios: O da Verdade que é onde o personagem trabalha, o da Paz que é responsável por cuidar da guerra e o do Amor que é responsável pela lei e pela ordem. Também existem 2 grandes divisões sociais: os membros do partido e os proletas. 

Isso é um super mega resumo de tudo, o livro é bem maior que isso, mas agora eu vou me ater aos dois aspectos do livro que eu citei anteriormente.

"Nada era seu, exceto os poucos centímetros cúbicos dentro do seu crânio."
A primeira coisa que me chocou muito, foi a teletela. A Teletela basicamente é uma TV que fica na sua casa ligada o dia todo em que os membros do partido ouvem e vêem tudo que você diz e faz o tempo todo e, caso você pense ou faça algo errado, entra a Policia do Pensar. Já é um negócio assustador ler assim, mas, como dito no prefácio do livro e internalizado em mim ao longo da leitura: todo mundo tem pelo menos uma teletela em casa. E ninguém colocou ela lá por você, você foi lá e pagou caro por ela. Sim, a teletela é seu celular, seu computador, seu tablet, afins.

Quantas vezes eu já não me deparei com algo que eu tinha falado que queria e do nada começaram a aparecer anuncios dessa mesma coisa nas minhas redes sociais? O principio da coisa é esse. Eu realmente fiquei chocada, pois nunca tinha pensado dessa forma e na leitura, conseguimos ver muito claramente que, mesmo que a teletela não seja um personagem, ela tá lá o tempo todo e é responsável por muita coisa. Igualzinho minha relação com meu celular.

A segunda coisa que me fez ficar maluca foi a Novilíngua. Essa novilingua é uma forma de comunicação para que o inglês deixe de existir, para que todas as palavras sejam ocas de significado politico e pessoal, ela significam exatamente o que está escrito ali e essa lingua diminui a cada ano. No livro diz que até 2050 ninguém falaria mais inglês e que tudo seria assim, encolhido e vazio.

Eu demorei um pouco pra entender o propódito dessa lingua então vou tentar explicar: se a sua linguagem é vazia de significado politico e individual e ela só encolhe a cada ano que passa, seus argumentos para ir contra algo que você não gosta não se sustentam. Você consegue ir até certo ponto, onde as coisas ainda demoram, mas depois disso, mesmo que você tenha a ideia não existe palavra que denomine aquilo, então seu pensamento e sua individualidade acabam ai. 

Uma nação "obediente" com base na lingua. Surtos.
"Como apelar ao futuro quando nem um traço de você, nem mesmo uma palavra anônima rabiscada num pedaço de papel, poderia sobreviver fisicamente?"
Facilmente poderia passar o dia todo falando sobre as coisas que esse livro me trouxe e sobre os paralelos que dá pra fazer com situações que nós vivemos hoje. É bem forte parar pra pensar no lugar em que estamos chegando, onde estamos indo. É algo que me assombra e esse livro escancara tudo que me dói ver hoje em dia.

Precisa ter estômago pra ler tudo isso, mas é uma leitura riquissima que eu recomendo fortemente. Vale a pena demais.



 Olá pessoas, como vocês estão nessa reta final do ano? Por aqui ainda tá tudo bem confuso e muito corrido, mas acredito que essa época de fim de ano vem junto com um sentimento de renovação e de esperança em dias melhores. 

Consegui fazer tudo que eu queria? Não. Mas estou tentando ficar contente com o que foi possivel fazer e claro que já comecei os preparativos pro ano que vem. Já fiz as minhas metas e estou animada pra ver o que vai acontecer, mesmo que essa esperança seja bem estranha levando em conta a situação do mundo e do nosso país, né HAHAHAHAHA

Vamos ao que interessa. Eu já falei aqui sobre Pessoas Normais e o quanto o livro e a série mexeram muito comigo. Eu me identifiquei muito com os personagens e com a situação que eles vivem e com toda certeza virou um dos meus livros favoritos da vida. Quando a editora me mandou o livro novo deles, eu tive que me preparar emocionalmente por conta de Pessoas Normais. E olha, que surto foi esse livro.


Sinopse: Alice conhece Felix pelo Tinder. Ela é romancista, ele trabalha num armazém nos subúrbios de uma pequena cidade costeira da Irlanda. No primeiro encontro, enquanto os dois tentam impressionar, a fagulha de algo mais aparece.

Em Dublin, Eileen está tentando superar o término de seu último relacionamento enquanto precisa lidar com a falta da melhor amiga, que se mudou para o litoral. Ela acaba voltando a flertar com Simon, um homem mais velho que acompanha sua vida há tempos.

Alice, Felix, Eileen e Simon ainda são jovens, mas sentem cada vez mais a pressão do passar dos anos. Eles se desejam, se iludem, se amam e se separam. Eles se preocupam com sexo, com amizade, com os rumos do planeta e com o próprio futuro. Seriam eles as últimas testemunhas do ocaso? Eles vão conseguir encontrar uma forma de viver mais uma vez em um belo mundo?

Com uma prosa única e brutal, Sally Rooney constrói mais um romance inigualável sobre o que significa amadurecer sem deixar a si mesmo para trás.


Nesse livro, como deu pra ver através da sinopse, temos 4 personagens principais e, mais uma vez, a trama da história gira em torno da vida desses personagens. Da forma como eles enxergam o mundo e a si mesmos nesse mundo. Através de e-mails trocados entre a Alice e a Eileen descobrimos o que aconteceu na vida delas e também suas relações com seus respectivos parceiros. Além disso, falam sobre politica, religião, arte, filosofam sobre liberdade, existencia e outras coisas. Nesse post, eu vou focar na Alice e na Eileen.

Começando pela Alice, ela e Eileen ficaram amigas na faculdade e ela é uma personagem incrivel. Desde o começo da história, fica muito claro que ela se esforçou muito pra chegar onde ela queria, na carreira de escritora. A única coisa que ela não planejou foi o sucesso e quando isso acontece, ela precisa ser internada pra cuidar da sua saúde mental e para de responder os e-mails e ligações da amiga. Mesmo que saibamos pouco sobre o passado da Alice, eu senti que ela é aquela amiga que sempre esteve presente na vida da Eileen. Duas outras coisas muito interessantes a respeito dela: no livro, fica bem claro que ela se apaixona por pessoas e isso é tratado com bastante naturalidade o livro todo, algo que me deixou bem feliz e eu estava precisando ler algo assim. Também o fato de que ela carrega muita coisa dentro de si e tem muitos receios e é bem bonito ver a forma como, mesmo com todos os empecilhos, ela e o Felix conseguem se entender.

Já a Eileen acabou de sair de um relacionamento que durou anos e ela já não sabe se acredita no amor mesmo que esse parceiro não parecesse tanto com o que ela pensava que fosse o amor da sua vida, mas todo término é terrivel. Ela é bem insegura e cheia de traumas e tudo começa com a relação bastante disfuncional com a irmã. Enquanto a irmã dela é super popular e tudo "que se espera", a Eileen sofre bullying na escola e a coisa fica ainda pior conforme o passar do livro quando entendemos que a mãe claramente prefere a irmã. Quando elas são mais novas, conhecem o Simon, que vai ajudar na casa em que elas moravam.

"E a morte não é apenas o apocalipse em primeira pessoa?"

Uma das coisas que me encantou nas histórias da Sally é a forma como ela faz da vida, do cotidiano, da experiência de ser humano, a trama da história. Não sei se posso dizer que as histórias dela tem começo-meio-fim, pois a vida não é só aquilo, é mais como se ela contasse um pedaço da vida e da evolução daqueles personagens e nós precisamos aceitar que é isso. Eles só vão "evoluir" até certo ponto e pronto. E eu adorei isso.

Assim como em Pessoas Normais, os personagens partiram de lugares completamente distintos e as vezes eu me peguei perguntando como todo mundo foi se cruzar assim, mas a Sally consegue colocar tudo isso de uma maneira muito bonita, assim como acontece de vez em quando na nossa vida mesmo. Nos e-mails entre Alice e Eileen, muitas coisas que as atravessam, também me atravessam. Esse fator da identificação é algo que pesa muito pra mim.

Mais uma vez, o livro é brutal e tocou em muitas feridas minhas. No começo, o livro pode parecer meio confuso, eu demorei um pouco pra entender a dinâmica de tudo mas quando eu entendi, não consegui parar de ler, eu realmente me apaixonei por esses personagens. Não posso dizer que superou Pessoas Normais, mas tá empatado. Quero muito ler o outro livro da Sally que saiu por aqui, tenho certeza que vou gostar. 



 Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre um quadrinho que aqueceu meu coração de formas inexplicáveis. Uma leitura que foi tão quentinha e acolhedora que eu queria ter lido quando era adolescente e tava sofrendo com a questão de não pertencer a lugar nenhum. 


Arlindo é um adolescente dos anos 2000, assim como eu! Ele gosta de cantar Sandy e Júnior, sair com os amigos e viver essa fase da vida do melhor jeito possivel numa cidade no interior do Rio Grande do Norte. Também ajuda a mãe a cuidar da irmã mais nova e fazer doces pra vender. Um adolescente normal.

Porém, por mais que ele se esforce, muita gente não o aceita. Seu pai fala coisas maldosas a seu respeito e muitaas pessoas o chamam de "viadinho", ele acaba tendo que buscar apoio em outras pessoas.

Mas, pra mim, a melhor parte da história é quando ele, junto com os amigos, percebem que não vale a pena se doer por conta desse tipo de gente, que lutar por quem eles são é muito melhor e gratificante. E foi ai que a história me pegou.

Quando mais nova, já falei várias vezes por aqui, eu sofri bastante com isso de pertencer a algum lugar. Quando entendi que eu sou lésbica, meus pais não aceitaram muito bem e muitas pessoas se afastaram de mim. Depois de um tempo, eu acabei encontrando pessoas nas quais poderia me agarrar mas isso levou anos.

É muito triste saber que, isso que o Arlindo passou, muitos adolescentes LGBTQIAP+ passam também, as vezes de um jeito pior. Ter amigos que te entendam e te apoiem é algo que eu prezo muito hoje em dia. Mesmo que sejam poucos, meus amigos sempre estão ali do meu lado pra me ajudar nessas questões.

Eu chorei muito nessa parte aqui do lado, quando todos estão se apoiando e a mãe do Arlindo também o apoia incondicionalmente, isso faltou pra mim e acredito que fiquei mais emocionada ainda por conta disso.

Essa Gaphic Novel é uma das coisas mais sensiveis e bonitas que eu li. Cheia de regionalidade, amor, amizade, anos 2000 e toda a cultura daquela época (inclusive os sms), mexeram comigo e me transportaram pra um lugar meio distante, mas que ainda me dói bastante.

Os traços da Lu são lindos e muito caracteristicos, eu amei demais a experiência que foi ler a história do Arlindo! Saber que a gente não tá só é muito importante pra continuar lutando e resistindo. Obrigada por isso, Lu!


 Olá, como você está hoje?

Hoje eu vim falar sobre o primeiro mangá que eu li e devo começar dizendo que ler "ao contrario" foi um desafio pra mim. Minha esposa, a Renata, é mais habituada nessa coisa de mangá pelo fato de sempre ter curtido essa cultura. Mas eu nunca fui muito fã de anime e nem de mangá, mas com esse eu fiquei bem curiosa pra ler por conta da protagonista ser lésbica e que a primeira experiência sexual dela foi com uma prostituta, mas o mangá ainda vai mais fundo e fala sobre muitas coisas que fizeram muito sentido pra mim.


A protagonista é a própria autora do mangá e isso logo de cara me impressionou. Ela tem muitas questões consigo e muitos problemas psicológicos. Uma das coisas que mais a incomoda é uma parte da cabeça dela que não tem cabelo porque ela mesma tirou. 

Também é falado algo que fez muito sentido pra mim: a aprovação dos pais. O sonho da protagonista sempre foi viver da arte, mas ela procura bicos incessantemente pra poder agradar os pais que sempre disseram a ela que o certo é ter um emprego, pagar aluguel e afins. Por um tempo, até dá certo, mas as crises depressivas dela pioram e ela precisa voltar a morar com os pais e isso da aprovação se intensifica mais ainda.

Junto com tudo isso, ela também percebe a solidão dentro dela e questiona muita coisa sobre a sexualidade dela, e é nesse momento, entre surtos de aprovação dos pais e a vontade de ser uma adulta, que ela resolve transar pela primeira vez e pra isso, ela marca com uma prostituta. Depois disso, ainda surgem muitos questionamentos, afiinal, estamos sempre nos questionando né.


Esse mangá e muito intenso, ele realmente não é recomendado pra menores de 18 anos, não só por ter cenas de sexo, mas por descrever vividamente muitas crises depressivas e ansiosas, em alguns pontos essas descrições me deixaram meio incomodada e eu precisei pausar a leitura e tentar ler outra coisa que me incomodasse menos.

Além dessa coisa da aprovação dos pais que fez muito sentido pra mim, inclusive trabalho isso na terapia, o ponto da solidão fez muito sentido pra mim. Minha solidão não é a mesma da protagonista, mas também dói muito, parece que o fato de ser lésbica (sim, só isso, porque de resto eu tô completamente dentro dos padrões) faz com que eu me sinta excluida e diferente de todo mundo que me rodeia diariamente. Muito doido né?

Eu adorei o primeiro contato com o mangá. Os traços de Kabi são muito bons e o humor é bem peculiar, eu gostei bastante. Vale muito a pena ler mas eu recomendo ir com calma, é uma leitura bem pesada.

Me conta aqui, já conhecia esse mangá? Tem o hábito de ler?

Até o próximo post!


Olá pessoas, como vocês estão? 

Por aqui as coisas andam bem corridas mas, quando se trata de leituras, tá tudo bem devagar, quase parando na verdade HAHAHAHAHA


Hoje eu vim conversar com vocês sobre um livro de terror, bem curtinho e bastante dinâmico que eu recebi em parceria com a Editora Caligari e, se você se interessar pelo livro, você pode comprar ele aqui e usando o cupom UNICORNIO10 você ganha um descontinho e me ajuda também! Vamos lá?




Aqui, vamos conhecer a história da Dora, uma mulher que mora numa cidade daquelas bem pequenas, cheia de gente fofoqueira e histórias bizarras no interior do estado de Minas Gerais. Ela está procurando emprego agora que decidiu voltar a morar por lá e ela encontra a oportunidade perfeita no único hospital psiquiátrico que existe na cidade.


Como toda boa história de terror, esse hospital e a família que o fundou, também é rodeada de segredos e histórias que nem os habitantes da cidade podem confirmar. Porém, como boa cética que é, Dora ignora isso tudo e decide tentar entrar no emprego.


Claro que ela consegue o emprego, mas aí as coisas começam a ficar um pouco estranhas a cada dia que passa. Aparentemente, o hospital só abriga mulheres e elas passam a maior parte do tempo dopadas e nas fichas desses pacientes, não há nada que explique o motivo de estarem ali. Juntando com o fato de que a própria Dora começa a experienciar algumas coisas meio bizarras e duvidar da sua sanidade, temos uma história incrivel.




Eu tava muito curiosa pra ler esse livro e nossa, eu adorei! Não é segredo pra ninguém que eu amo uma história de terror, ainda mais se for um terror lésbico pois sim, a Dora tem uma namorada ao longo da história que é aquele casal que me deixou de coração quentinho!


A escolha da autora de colocar toda a trama num hospital psiquiatrico e numa cidade minuscula foi muito acertada, isso deu um toque muito brasileiro e real pra história. Além disso, o livro aborda lesbofobia, “terapia de reversão sexual”, machismo e união feminina, pontos que me encantaram bastante na história e que foram muito bem trabalhados. 


Durante a leitura das quase 200 páginas, eu me vi torcendo demais pela Dora e, na hora que acontece o ponto de virada do livro, eu não consegui mais parar de ler e acabei a história gritando de desespero e felicidade HAHAHAHAHAHA E a razão por trás do nome do livro também é bastante assustadora e eu real fui pesquisar sobre e deu até um medinho.


Adorei o primeiro contato com a escrita da Luísa Bento, foi uma leitura muito boa e eu quero ler mais coisas dela em breve! E ai, já conhecia o livro? Você também gosta de histórias de terror?

 Olá pessoas, como vocês estão? Hoje eu vim conversar um pouco sobre os últimos dias da minha vida e como esse ano tá insano. E claro, pra não perder o hábito, também vai rolar resumo desses meses que eu sumi.

Photo by Diego San on Unsplash

Desde que a pandemia começou, não tem sido fácil pra ninguém. Mas em outubro e agora em novembro, as coisas ficaram bem mais complicadas. Perto do fim de setembro, eu e a Renata pegamos covid. Mesmo que nós tenhamos tomado muito cuidado, alguma coisa aconteceu e, talvez pela volta do trabalho presencial, acabamos nos infectando. Foi um periodo dificil, eu precisei tomar antibiótico por conta da minha saúde ser bem frágil. E eu devo dizer que até agora eu não me sinto 100% recuperada. Mas a Renata tá super bem!

Depois disso, eu já achava que não poderia ficar pior mas ficou. Uma das minhas gatinhas sumiu durante 7 dias, pouco antes do meu aniversário. Eu nunca senti uma dor tão grande, precisei fazer sessão de emergência com a minha psicológa, eu entrei num buraco que eu nem sabia ser possivel entrar. Depois de 7 dias, achamos ela e a resgatamos. Não vou entrar em detalhes, mas ela estava presa dentro de uma casa na mesma calçada da minha casa, sem comer e beber por todo esse tempo. Não sabemos se foi de propósito, mas suspeitamos que sim. 

Quando toda essa dor começou a amenizar eu percebi que, de novo, eu tava ultrapassando meus limites e me forçando a fazer coisas que eu não dou conta de fazer, sustentar um peso que não consigo. Obviamente que eu sou privilegiada por ter a chance de fazer terapia e me conhecer e entender que eu flerto com o sofrimento mais do que eu imaginava que flertava. Por isso eu precisei ir com calma e redefinir as minhas prioridades, por isso eu acabei parando de postar por aqui e no insta.

Mas agora, eu sinto que tá tudo bem e que eu me sinto pronta pra voltar, porém respeitando meus limites e a minha criatividade. E ah, eu mudei a cor do cabelo também! Agora ele tá verde, mas eu confesso que não gostei muito, achei que a tinta tá desbotando muito rápido. 

Bom, vamos ao que eu li nesse periodo de afastamento.


Durante esse tempo eu acabei percebendo que também tava me forçando a ler, algo que, depois de perceber, tentei pensar como algo divertido, como antes. Agora eu leio quando tô com vontade e é isso ai, não vou me forçar a nada. Eu adorei a meioria das leituras que fiz e tem sido um periodo bem bacana.

De assistidos, eu confesso que não vi quase nada. Terminei mais um dorama e terminei de ver Stranger Things, foi basicamente isso HAHAHAHAHAHAH

Eu termino esse texto falando que eu tô feliz e tranquila, eu realmente me sinto mais confortavel na minha rotina e, depois de um tempo, tô me permitindo voltar a sonhar e voltar a ter pensamentos bons sobre o futuro. Eu espero que continue dessa forma. E, só pra não perder o hábito: caso você queira ver mais sobre minhas leituras e conversar, me segue no instagram, é só clicar aqui. 

Até o próximo post!


Olá pessoas, como vocês estão?

Faz um bom tempo que não apareço por aqui né? Os dias têm sido difíceis e eu precisei tirar um tempo pra pensar só em mim e na minha cabeça, afinal, se nossa cabeça tá ruim, tudo fica ruim junto. Em um post futuro, vou explicar tudo que rolou! Mas vamos falar de um livro fofinho e quentinho no coração! 


Um tempo atrás eu e minha esposa trabalhamos no lançamento do primeiro livro da Gisele e da Bruna, que foi Diário de bordo de uma impostora, vou deixar o link aqui caso você não tenha visto. E recentemente elas entraram em contato comigo pra me mandar o livro novo, que é uma novela mas que facilmente poderia ser um livro de 300 páginas. Eu não reclamaria HAHAHAHAHAHAH




Aqui a gente conhece a Laura, que tem uma sensação de que sua vida tem sido a mesma durante muito tempo, sempre seguindo a mesma rotina, vendo as mesmas pessoas, coisas que a gente costuma fazer bastante. Um dia, ela decide que vai mentir que está doente e não irá trabalhar para curtir aquele dia e fazer com que ele seja incrível. “Todo mundo precisa de um dia off”.


O que era pra ser só um dia de folga se torna uma aventura maluca quando ela encontra uma desconhecida muito bonita em um café que ela costuma ir, percebe que a menina tá meio triste e resolve conversar com ela. Nisso, as duas mulheres que nem sabiam da existência uma da outra até 5 minutos atrás, cancelaram todos os planos e vão viver a vida durante aquele dia! Tudo na minha carreira!!


"A vida realmente vale mais a pena quando a gente se permite deixar levar por ela."


Eu nunca vou cansar de elogiar a escrita dessas duas e a criatividade que elas tem pra comédias românticas sáficas, é tudo que eu precisava ler e ainda mais! Essa novela é cheia de frio na barriga, café, aventuras, balão e um amor que surge de uma forma completamente inesperada e claro, segredos sobre a vida uma da outra.


Eu amei essa história! Tudo bem que eu sou suspeita pra falar sobre comédia romântica mas sério, essa história é perfeita! Tem tudo que eu sempre quis ver num filme bobo da sessão da tarde e eu nunca vi, essas mulheres servem absolutamente tudo que toda sáfica precisa pra viver nesse mundo caótico!


Essa aventura acontece mesmo no periodo de um dia e é muito doido quando a gente para pra pensar que tudo isso pode acontecer em um dia, até eu queria viver uma aventura dessas mesmo que eu morra de medo de balão e de altura HAHAHHAHAHAHAH


Leiam os livros da Gisele e da Bruna! Elas são uns amores de pessoa e escrevem coisas lindas pra deixar a gente de coração quentinho, tudo que a gente precisa né?


E ai, gostou da dica? Me conta aqui! Até o próximo post!




 Olá pessoas, como vocês estão??

Hoje eu vim chorar as pitangas sobre um livro que eu tava muito ansiosa mas que não deu certo pra mim e pelo que conversei com outras seguidoras sáficas que leram, aparentemente não funcionou pra muita gente. 




Aqui conhecemos o reino de Mersailles, lugar onde a Cinderela morava e onde conheceu o Príncipe Encantado e se apaixonou por ele. Mas agora, ela tá morta há duzentos anos e toda aquela magia da história parece ter abandonado esse reino. A única coisa que “restou” dela é o Baile Anual. Onde todas as meninas do reino precisam ir para serem escolhidas por seus pretendentes, assim como aconteceu com a Cinderela duzentos anos atrás.


Mas se engana quem pensa que tudo é maravilhoso. Essa cidade é pobre, as pessoas precisam se endividar para que suas filhas possam ir ao baile bem vestidas e não serem mortas pelo Rei. É aí que entra a nossa personagem principal, a Sophia. 


Ela sempre teve ideias controversas ao reino e é apaixonada pela melhor amiga, o que é muito errado. No dia do Baile Anual, ela resolve fugir e, no mausoléu da Cinderela, ela vai encontrar uma companhia bastante inusitada pra ir contra todo esse reino junto com ela. 


“Eu tinha doze anos quando contei aos meus pais que preferiria encontrar uma princesa a um príncipe."


Quem me acompanha a mais tempo sabe que eu sou muito fã de contos de fadas e as releituras deles. Eu realmente tava botando muita fé nesse livro! Pensa só: uma menina sáfica, que vai contra todo um sistema e ainda por cima num conto de fadas e me prometeram até um romance! Eu tava muito pronta pra isso!


Entretanto, depois dos 20% do livro as coisas começam a dar uma desandada. O livro começa muito bem, eu fiquei muito eufórica porque eu queria descobrir a verdade por trás de toda essa história da cinderela e entender como tudo tinha acontecido, que fim levou a tal fada madrinha, o que esse rei tinha de tão estranho e tudo que nos é apresentado logo no começo o livro.


O problema foi que, particularmente, eu achei meio sem sentido tudo que aconteceu nessa história. A Sophia tinha tudo pra ser uma daquelas personagens que eu iria levar pro resto da vida, mas acabou que ela tem umas atitudes meio estranhas e uns posicionamentos bem duvidosos ao longo da narrativa, enquanto uma mulher sáfica. 


O Plot do livro é bem previsível, eu já sabia que ia acabar assim antes da metade do livro, mas tem uns personagens que não fizeram sentido. O vilão da história tentou ter uma redenção que não funcionou muito bem, o romance entre as personagens não teve muito desenvolvimento e, em alguns pontos, parecia que ninguém sabia o que tava fazendo na história, ficou uma coisa meio vazia. Não sei explicar.


Conversando com outras pessoas que leram, eu cheguei a conclusão de que meu erro foi pensar sobre esse livro e questionar ele. Se eu não tivesse questionado e só aceitado aquilo que ele me fala, como uma leitura pra passar o tempo mesmo, eu teria adorado! Mas acho que algumas coisas poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas as minhas expectativas também estavam altíssimas pra essa história. 


Eu acredito que é uma boa leitura desde que você vá com a cabeça de só aceitar aquilo que tá ali e pronto. Principalmente se você for uma mulher que é militante, dá pra perceber que em alguns pontos a revolução descrita no livro é vazia demais. 


Termino essa resenha sem saber direito o que rolou com esse livro, mas parece que quanto mais eu penso sobre ele, mais estranho ele me parece. Eu acredito que terão mais livros da autora nesse estilo pois em um momento da história se faz referência à branca de neve e eu só espero que o próximo livro dela seja melhor do que esse. 



 Olá pessoas, como vocês estão hoje?


Hoje eu vim conversar sobre um livro que me surpreendeu muito! A autora entrou em contato comigo e logo de cara eu achei a sinopse muito promissora. Acabamos por fechar uma parceria e hoje eu vim falar sobre essa história com vocês. Vamos lá?




Cristais Invisíveis conta a história da Luísa, uma artista que sempre teve muitos sonhos e conseguiu uma oportunidade perfeita: Ela foi contratada como roteirista de uma série e agora ela precisa se mudar para um fazenda no Rio Grande do Sul para ajudar a contar a história da famosa família Montenegro. Uma oportunidade incrível!


Um ponto bem interessante da história é que a Luísa tem ansiedade, assim como eu. E quem tem ansiedade sabe o quanto é difícil lidar com esse fator quando passamos por mudanças bruscas na vida. Com Luísa não é diferente. Ela precisa se acostumar com essa cidade nova, com pessoas novas, com toda uma vida nova durante o tempo que estiver escrevendo os roteiros dessa série. 


Só que as coisas começam a tomar novos rumos quando ela descobre um pedaço de piso solto num dos quartos do casarão da antiga fazenda e, nesse piso solto, tem um saquinho cheio de poemas de amor. Agora cabe a ela e a Júlia, uma Montenegro super mau humorada e que carrega várias dores, desvendarem todo esse mistério dos poemas e tentarem entender como isso se encaixa na vida dos antepassados dela. 


“- Um brinde - falou, servindo um pouco de água para si mesma -  Às memórias que não podemos apagar.

- E aos pensamentos que nos tornam mais fortes.”


Devo começar dizendo que o livro possui descrições muito vívidas de como é uma crise ansiosa e como uma pessoa ansiosa enxerga o mundo, então se esses temas são sensíveis pra você, eu sugiro que leia com cuidado ou que adie a leitura. Dito isso, vamos às impressões.


O livro é muito sensível e poético, sério! Eu adorei a forma como a autora contou essa história. As descrições do livro são muito bonitas e poéticas e a forma como o relacionamento entre a Júlia e a Luisa acontecem é muito bonita, sempre respeitando as limitações de cada uma, isso é um ponto muito positivo.


Também é muito legal acompanhar essa coisa de escrever o roteiro de uma série! Eu não sei se é desse jeito mesmo na vida real, mas eu adorei ver todo esse processo que parece mesmo um tanto caótico e como isso afeta as pessoas ansiosas, em como a gente mergulha tão fundo em algumas coisas e surta por isso, é muito real.


E por último, vale ressaltar que a Mariana foi muito consciente na abordagem de um transtorno como a ansiedade. A Luísa vai pra terapia no decorrer do livro e ela tenta lidar com todos os traumas que ela carrega com ajuda profissional, o que é incrivel. A reta final do livro é de chorar de tão fofo, várias coisas acontecem e eu confesso que fiquei muito emocionada nessa parte da história, uma graça!!


Bom, esse foi o post de hoje! Eu espero que vocês tenham gostado e me contem se vocês conheciam a história ou ficaram curiosos pra conhecer! Até o próximo post!





 Olá pessoas, como vocês estão hoje?

Por aqui ando passando por várias mudanças e muitas coisas andam acontecendo, é difícil dizer se são mudanças boas ou ruins, acho que nosso senso anda meio distorcido devido a tudo que anda acontecendo no país. Mas não é sobre isso que vim falar agora. Hoje eu vim contar a minha experiência com a As Nove Vidas de Rose Napolitano, escrito por Donna Freitas, traduzido por Lígia Azevedo e publicado pela Paralela recentemente.





Rose Napolitano é uma mulher muito bem sucedida e decidida. Ela acabou de terminar seu doutorado, tem muitos sonhos acadêmicos, uma vida financeiramente estável e um marido que ela ama e a ama de volta. Mas aí você me pergunta: Bia, o que tem de errado nisso? Errado mesmo não tem nada, mas Rose Napolitano sempre soube que não queria ser mãe. 


Ela sempre teve muito intrínseco dentro de si que a maternidade não era pra ela e que ela não seria uma boa mãe. Seu marido, Luke, concordou com isso. Mas as coisas começam a mudar quando Luke insiste que Rose tome as vitaminas para tentar engravidar e ela não toma. 


É desse ponto que a gente conhece as nove vidas da Rose Napolitano. A partir dessa escolha, vamos acompanhar nove linhas do tempo diferentes que envolvem a Rose, o Luke e os pais de cada um. Um drama emocionante e muito real, ao ponto de doer em qualquer mulher que lê.


“Sempre que digo às pessoas que não quero filhos, que Luke e eu não planejamos ter, olham pra mim de um jeito estranho. Depois dizem algo condescendente, como que só vou descobrir meu verdadeiro propósito da vida depois de virar mãe. Como se mulheres fossem, por definição, mães à espera. Como se virar uma mulher adulta fosse sinônimo de virar mãe, uma espécie de condição genética latente que só aparece quando a pessoa chega a uma certa idade. De repente, as mulheres percebem o que sempre esteve ali, apenas sem se manifestar. 

[...]

As pessoas nunca dizem esse tipo de coisa a Luke.”


Quando eu recebi esse livro, eu logo pensei em O Impulso que é um thriller que fala sobre isso também, mas de uma forma mais brutal. Eu sempre gostei muito desse tema de maternidade compulsória desde que comecei a estudar feminismo e esse livro escancara demais o “papel” da mulher numa sociedade.


A Rose não quer ter filhos e tudo bem. Ela quer se dedicar à carreira dela e não acha que será uma boa mãe. O problema é que muitas vezes nem a própria mãe aceita isso. E quando a história começa a desenrolar nessas nove linhas do tempo é muito nítido ver como esse papel sempre cai sobre a mulher. O Luke só quer filhos como uma “forma de salvar um casamento” ou qualquer coisa assim, por pressão dos pais e a Donna fez um trabalho impecável mostrando tudo isso em forma de drama com uma mulher como a Rose.


Eu chorei em muitos pontos do livro, por me identificar com a Rose em muitos pontos. Claro que, por uma questão puramente preconceituosa ninguém espera que eu seja mãe só pelo fato de ser lésbica, isso também é muito horrivel. Todos enxergam a maternidade como algo natural, um ciclo da vida, que em algum ponto você vai querer ter filhos e vai querer cuidar deles, mas não é toda pessoa com útero que tem psicológico, autonomia e dinheiro pra ter uma criança. 


A narrativa do livro assusta um pouco no começo porque as vidas vão mudando ao longo dos capítulos e não é uma narrativa linear, mas depois dos 5 primeiros capítulos eu já peguei o ritmo e foi uma leitura devastadora. Eu recomendo demais esse livro, faz a gente pensar sobre o que “esperam” de nós de uma forma que eu não senti, eu só fui lendo e absorvendo e quando eu acabei eu só fiquei sentada olhando pra parede e pensando no quanto esse livro mexeu comigo. 


Essa foi a dica de hoje e eu espero que vocês tenham gostado! Me contem se vocês já conheciam o livro, se já leram ou querem ler! E se quiserem me indicar mais livros que falam sobre maternidade compulsória eu vou agradecer! 


Até o próximo post!





 Olá pessoas, como vocês estão hoje?


Hoje eu vim conversar sobre o novo livro da Lis Selwyn! Como vocês devem saber, nós somos amigas fora da internet então talvez esse post seja um pouco pessoal, mas espero que eu consiga transmitir a mensagem HAHAHAHAH




Neste novo livro da Lis vamos conhecer a Isabela, uma professora universitária que vem de uma família super tradicional de advogados e que prezam pela “boa moral e costumes”. A Isabela já vive a própria vida faz um bom tempo, mas ela carrega muita dor e muitos segredos e ela tá dentro do armário ainda.


Do outro lado dessa narrativa temos a Olivia, uma estudante universitária que se mudou para São Paulo para estudar. Ela trabalha num café e mora numa pensão. Ela foi criada pela mãe no litoral do estado e é super decidida em relação a tudo na vida. 


Essas duas se conhecem num barzinho de esquina e mal sabem que serão aluna e professora, mas da parte da Olivia, foi amor à primeira vista. Então, partindo desse ponto, vamos acompanhar uma história cheia de reviravoltas políticas, segredos, indecisões, dramas, um amor avassalador e livros. 


“Muitas vezes achamos que estamos prontos para nos apaixonar, mas o que fazer quando a conexão é muito mais intensa do que esperamos?”


Eu desde sempre não sou muito fã no plot de amor entre aluna e professora. Talvez isso se deva grandemente ao fato de eu ser professora e achar um tanto anti ético, mas também se deve um pouco aos livros que já li com essa trama em que geralmente vira uma relação de “abuso de poder” e quando a instituição descobre (isso quando descobre) ninguém é punido e fica tudo por isso mesmo, algo que eu considero bem errado. Mas mesmo não gostando muito disso, fui ler o livro e acabei me surpreendendo!


A relação dessas duas é um ponto importante sim, é isso que faz o livro andar, mas a trama política envolvendo as duas famílias e todos os segredos fizeram com que eu ficasse muito presa na narrativa e além, os dramas individuais dessas duas mulheres também doeram em mim e, mesmo que seja um ficção, pode acontecer com qualquer um de nós e acho que esse é encanto das histórias da Lis.


E um ponto que foi incirvel pra mim foi o armário da Isabela. Ela conta no livro as várias coisas que ela passou, mas ainda não é tão difundido que você só deve se assumir se você se sentir seguro pra isso, se fizer sentido naquele momento. A Isa já é uma professora universitária, já viajou e ainda tá dentro do armario e tá tudo bem. Você não precisa se assumir se não se sentir confortavel pra isso e ninguém pode te julgar por isso e você também não é menos válido por isso.


E você deve estar se perguntando: mas e o plot que você não gosta, Bia? Bom, não vou dar spoilers, mas quero ressaltar que: não tem uma relação de abuso de poder! E toda a ação gera consequências então, ponto super positivo! No fim das contas, eu adorei esse novo romance da Lis, então fica aí a recomendação! 



 Olá pessoas, como estão?


Hoje eu vim falar sobre o documentário disponível na netflix chamado Pray Away, que fala sobre a “terapia de reversão sexual”. Eu fui assistir ao documentário já preparada pra ver coisas horrendas e tudo isso conseguiu ser ainda mais horrendo e doloroso do que eu tinha imaginado. Então, se você, por ventura, não estiver num dia bom ou esse tema for sensivel pra você, peço que leia com cuidado ou que volte aqui no próximo post!




Pray Away é um documentário produzido pelo Ryan Murphy com direção de Kristine Stolakis conta a história da Exodus, uma organização religiosa liderada por pessoas que não eram psicólogas (não que isso fizesse a diferença efetivamente) e tinha o apoio de psicólogos e outros líderes religiosos e essa organização promovia a chamada “Cura Gay”. Essa institução alegava que a homossexualidade se dava por meio de “comportamentos gays” e que, se você fosse condicionado a aceitar seu lugar determinado por deus e aceitasse deus no seu coração, você “voltaria a ser hétero”.


Essa produção toca no ponto sensível de muitas pessoas LGBTQIAPN+, mostrando até pessoas que se consideram ex gays e o documentário também mostra os lados dos ex-lideres da Exodus e de pessoas que sobreviveram a toda essa atrocidade. Pra se ter uma noção, essa organização promovia encontros, palestras, mil coisas, tudo para agrupar pessoas que queriam “deixar de sentir atração pelo mesmo sexo” e assimn, fazendo uma lavagem cerebral nessas pessoas, algo que deixou marcas muito grandes nas pessoas que sobreviveram a isso.


E pra fazer um contraponto a esses relatos que doeram na minha alma, o documentário conta com Jeffrey McCall, que se considera um “ex-transgênero” e até hoje faz passeatas e participa de um grupo para “curar gays”, inclusive até hoje ele aborda pessoas no meio da rua pra contar a história dele.




Esse documentário me deixou atônita em muitos momentos, principalmente quando contou a história de uma lésbica que sobreviveu a isso e hoje em dia carrega muita coisa dentro dela, mesmo que mostre no documentário o quanto ela tá feliz hoje em dia, ela fala que tem coisas que ela viveu dentro da Exodus que vão marcar a vida dela pra sempre.


É muito dramático tudo isso e pensar que até hoje entende que ser queer é sinônimo de falta de deus, de promiscuidade, de todas as coisas ruins que se puder imaginar. Eu lembro muito de quando me assumi e me disseram que era só uma fase e isso iria passar. Eu lembro que a partir desse ponto, eu só fui ainda mais fundo no poço. 


Pray Away é um documentário incrível, não pela produção em si, mas pelo que ele fala e mostra, falando sobre nossas sensibilidades e nossos pontos que doem tanto e das feridas que a gente carrega. Também mostra muito a importância da terapia com profissionais decentes, que entendem quem somos e que não estamos errados, isso é incrível. 


Foi muito doloroso ver esse documentário, mas também foi algo que precisava ser feito, entende?


Bom, eu poderia ficar horas falando sobre esse documentário, mas vou encerrar o texto por aqui. Se você assistir ao documentário e quiser conversar, estou disponível! E se você passou ou passa por isso: PROCURE AJUDA PROFISSIONAL. Ligue para o CVV, peça pra um amigo te levar a um psicólogo, peça ajuda e denuncie essas práticas.




Foto Unsplash

Mais uma vez estou em contagem regressiva pro meu aniversário. Hoje, dia 10 de setembro, falta exatamente um mês pros meus 24 anos. Se eu dissesse que passaria mais um aniversário trancada em casa com uma pandemia ainda acontecendo lá fora, eu realemnte não acreditaria. Na verdade, ainda é dificil acreditar que fazem dois aniversários que estou trancada em casa. Nem nos meus piores pesadelos eu imaginaria isso, quem dirá os desafios que nosso país vem enfrentando, essa derrocada que estamos vivendo. Mas, posso comemorar uma coisa: Esse aniversário eu estou 50% imunizada contra essa doença terrivel. Já é um bom começo.

Também estaria mentindo se dissesse que aprendi muita coisa com a pandemia. A única coisa que eu tenho certeza agora é que eu consigo ir muito longe nos buracos aos quais eu me enfio por conta de problemas mentais e crises e pessoas que não colaboram. Eu não fui uma pessoa super mega produtiva na pandemia. Eu não cresci na pandemia. Eu não evolui. Desde que tudo isso começou eu tenho vivido um dia de cada vez, tentando sobreviver do jeito que dá com os preços subindo cada dia mais, com as contas aumentando, a falta de dinheiro, a insegurança e o medo.

Em 2021 eu cheguei em um lugar horrivel, eu tinha medo de sair de casa e tive crises de ansiedade fortissimas e minha esposa me obrigou a procurar terapia. Se não fosse pela minha psicológa que tem me ensinado tanta coisa, por mim que me dispus a ser ajudada, não sei onde eu estaria.

Nesse tempo, eu tenho tentado fazer uma contenção de danos que tudo isso tem me causado. Comecei a meditar e isso tem ajudado, principalmente os exercicios de respiração. Comecei a fazer yoga pra ter menos dor nas costas e muitas vezes, me desligo do celular pra não ter que ver noticias que vão me deixar mal e, quase sempre, os livros me serviram de refúgio pra esse inferno que acontece dentro e fora de mim. 

Muita coisa sobre mim e sobre o que eu pensava da vida mudou, mas ainda é cedo pra decidir se é bom ou ruim. Desisti de muita coisa ao longo desse percurso, também fiz amizades novas e aprofundei alguns laços que já existiam antes da pandemia, numa tentativa de me agarrar a algo real, sabe? Não é sempre que isso funciona, mas eu tento ao máximo me esforçar pra fazer dar certo.

Mas, uma das únicas coisas boas que eu aprendi nesse tempo, incluisve foi na terapia, é que eu posso e devo me permitir frustrar as expectativas do outro sobre mim. Eu não devo ser responsavel pelo que o outro projeta em mim, pelo que ele espera que eu faça. Eu só sou responsavel por aquilo que tá dentro de mim e isso já é muita coisa. Me permitir frustrar essas projeções é algo muito libertador, uma coisa tão pequena, mas que pra mim foi como se um mundo novo tivesse se mostrado. 

Eu espero que esse novo ciclo seja um pouco mais otimista do que esse que tá se encerrando agora, que eu consiga entender que, na verdade, quem importa mesmo sou eu. 

 Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre o livro novo da Natalia Borges Polesso, A extinção das Abelhas!


Eu sempre tive vontade de ler algo dela mas nunca conseguia comprar os livros. Até que um dia, o e-book de Amora entrou em promoção na amazon e eu decidi comprar, tanto é que li junto com a minha esposa e foi uma experiência bem intensa! Fizemos até um video juntas e você pode ver o video clicando aqui.


Bom, voltando pro livro novo: eu peguei o e-book dele em parceria com a Companhia das Letras e meu deus, mais uma vez a Natalia me impactou de uma forma que eu nem imaginava ser possivel, vamos lá.





Esse é o segundo romance dela e aqui a gente conhece a história da Regina, uma mulher que foi abandonada pela mãe e foi criada só pelo pai que acabou morrendo quando ela era quase adulta. Ela foi cuidada pela Eugênia e pela Denise, da forma que elas duas podiam naquele momento e a familia da Regina também inclui a filha das duas, a Aline.


A história é uma distopia nem tão distópica assim que se passa num mundo pós pandemia, e a Regina, frustrada com a vida que ela tá levando, ela resolve ser camgirl e bom, depois disso, a gente acompanha a vida dela de uma forma não linear que só a Natalia é capaz de fazer e que vai falar sobre solidão, depressão, colapso, salvação e sobre tudo que permeia a gente (ou talvez só eu mesmo) nesse mundo de caos que a gente ta vivendo.


“Eu não fazia ideia de como as coisas podem mudar tanto em quinze anos, de como a coragem e a falta de noção dos meus vinte e poucos anos se transformariam na moderação e na empáfia dos trinta, tampouco imaginava que aos quarenta eu me sentiria tão absolutamente sozinha e inábil.”


Ainda é dificil colocar em palavras meus sentimentos por esse livro, sabe quando algo te pega tão fundo, que parece que foi feito pra você? Então.


Apesar de não ter nem perto da idade da Regina, eu sinto muita coisa que ela descreve no livro e ver essa descrição da realidade tão bem feita me fez ficar com medo mas também me sentir acolhida. Faz sentido?


Tem uma parte do livro que fala assim: Das últimas peças da ruína: a extinção das abelhas. Eu acho que essa frase carrega muita coisa, e além de ter falado sobre tantos temas sensíveis, a Natalia colocou muita política e muitas mensagem de preservação ambiental. E isso me fez ficar pensando naquela metáfora da calça de moletom, sabe? Que quando você dorme de calça a primeira vez é horrivel mas depois você se acostuma? Parece que eu e muitas pessoas estamos vivendo isso, a gente se acostumou em ouvir falas bizarras e ataques a tudo que a sociedade levou vidas pra construir e meio que acha normal. 


Eu sei que estou dando muitas voltas nesse texto, mas é isso que acontece quando eu gosto muito de algum livro, acho que eu poderia ficar horas falando sobre ele!


Por fim, leiam A Extinção das Abelhas! Um dos melhores livros que eu li esse ano e a forma que a Natalia conduz uma narrativa vai te conquistar com toda certeza!


Olá pessoas, como vocês estão?


Nesse post eu vim conversar com vocês sobre uma série que eu comecei a ver logo que assinei o HBOMAX e eu não sabia ao certo sobre o que a série falava, mas eu achei o banner dela no app tão bonito que resolvi ver. De começo, por causa do nome (que em português é ‘Eu posso destruir você’) eu achei que fosse algo mais investigativo, não me perguntem o motivo. Mas logo no primeiro episódio eu senti o drama da série e sim, ela é muito pesada, mas eu simplesmente não conseguia parar de ver.




Em I May Destroy You vamos conhecer a história da Arabella que é interpretada por Michaela Coel. A Arabella ficou famosa na internet por causa de um twitter que se chama ‘Crônicas de uma millennial cansada’ e então ela foi contratada por uma editora pra escrever um livro, e enquanto ela tá escrevendo esse livro, uns amigos mandam mensagem convidando - a pra sair e o que deveria ser uma noite bem tranquila de rolê com os amigos, se torna um pesadelo.


No dia seguinte, a Arabella acorda e se dá conta de que não lembra de muita coisa daquele rolê, mas percebe que ela foi vitima de um estupro. E é ai que se desenrola a série. Vamos acompanhar a jornada dela pra entender o que aconteceu, achar culpados e também tentar processar tudo que aconteceu.


Essa série pode ser sensível para muitas pessoas, mas eu acredito que o tema que ela traz deve ser mais debatido. 


fonte da foto: https://www.vox.com/culture/2020/8/7/21356216/i-may-destroy-you-hbo-review-michaela-coel


Durante essa jornada de achar o culpado e tentar entender o que rolou, a Arabella passa por todos os estágios das vítimas de abuso e ela também começa a entender o que é consentimento. Tem uma cena que deixa isso muito explícito na série que até eu fiquei meio chocada com tudo isso. 


A gente sabe que isso, infelizmente, é muito comum de acontecer: colocarem uma droga na bebida e pronto. É muito complicado lidar com tudo isso, é um fardo que ninguém deveria carregar e a série mostrou demais isso. Tanto a importância de procurar a polícia que, em alguns casos não consegue resolver nada, como também a importância de se fazer terapia e ter uma rede de apoio. 


E, mais um ponto positivo sobre a série: Além disso tudo, a série também fala sobre conscentimento entre pessoas do mesmo sexo! No caso da série, é de um garoto negro e gay, algo que a gente sabe que é falado menos ainda pois sempre rola um tabu sobre isso. Afinal, é fora da "norma" né?


A produção da série é incrível, eu me emocionei demais em todos os episódios e foi uma jornada muito boa. Mas, antes de ir, gostaria de dizer que, além dos gatilhos, a série tem muitas cenas gráficas, então tome cuidado.


Bom, esse foi o post de hoje! Me conta aqui se você já conhecia a série ou se já viu! Até o próximo post!