Olá brilhinhos, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre um livro que mexeu bastante comigo. Quando eu recebi ele no fim do ano passado, eu fiquei bem curiosa com a leitura, mas eu não tinha ideia da dimensão desse livro. Vou tentar colocar em palavras tudo que eu senti na leitura, mas já adianto que será dificil.


Compre o livro na amazon e ajude o blog a continuar existindo!

Garota, mulher, outras é um verdadeiro marco da ficção britânica. O romance causou furor quando publicado: venceu o Booker Prize em 2019, foi aclamado por nomes como Barack Obama, Roxane Gay, Ali Smith e Tom Stoppard e incluído nas listas de melhores livros do ano por veículos como The Guardian, Time, The Washington Post e The New Yorker. A forma, por si só, não é nada convencional: trata-se de um gênero híbrido, composto de versos livres e sem pontos-finais. O resultado é uma dicção singular e envolvente, que prende o leitor da primeira à última página.

O pano de fundo dessas histórias é uma Londres dividida e hostil, logo após a votação do Brexit: um lugar onde as pessoas lutam para sobreviver, muitas vezes sem esperança, sem que as suas necessidades sejam atendidas e sem que sejam ouvidas. Nesse ambiente opressor, as vozes de Garota, mulher, outras formam um coro e levantam reflexões poderosas sobre o machismo, o racismo e a estrutura da sociedade.

Tradução de Camila Holdefer | Livro cedido pela editora

 Um bom ponto pra começar esse texto é: esteja preparado. Sério. Quando eu comecei a leitura, eu dei uma estranhada pelo fato desse calhamaço todo ser narrado em verso, então eu demorei um pouco pra entender o que tava acontecendo e pegar o ritmo da narrativa, mas depois disso, a coisa fluiu de formas inexplicáveis.

Esse livro vai falar sobre várias mulheres, cada capítulo uma mulher diferente, que de alguma forma estão interligadas, todas elas tem suas histórias, seus medos, suas feridas mas todas elas tem uma ligação em comum. E pra mim, esse foi o charme de toda a história.

Durante a leitura, eu fui ligando os pontinhos e percebendo como a vida dessas mulheres, mesmo tão distintas, tem muito em comum e é absurdo demais pensar nisso. Eu conversei muito com esse livro principalmente na parte das personagens lésbicas, elas falam sobre misoginia, sobre o feminismo radical, sobre sociedades matriarcais, relacionamentos abusivos, sobre a raça e a cor, foi um livro que me agregou muito em muitos aspectos, ele vai reverberar em mim por muito tempo, tanto é que meu exemplar tá todo riscado e cheio de anotação!

É uma leitura que dói, pois além disso, tem cenas de abuso, cenas de racismo, de abandono, tem muita coisa pesada nesse livro e que, na verdade, a gente acaba tratando isso como algo comum, como algo que acontece e a gente deixa passar e esse livros escancara essa realidade e joga na nossa cara sem dó nem piedade. 

Como eu sempre falo aqui, tenho muita dificuldade em colocar em palavras livros que eu gostei muito, mas acho que é isso. Se você puder ler esse livro, leia. Ele vai te destruir, mas depois vai colar todos os pedacinhos.





Oi brilhinho, como vai?

Hoje eu vim conversar sobre um livro bem curtinho, mas muito importante! Tô falando de Caminhos para liberdade da Lis Selwyn! Esse livro foi lançado recentemente e ele se passa antes dos acontecimentos de Amor e Liberdade que eu também já falei por aqui. 

Pra quem leu Amor e Liberdade, sabe que a Flora, quando ela aprece no livro, acabou de voltar de Paris porque tava estudando lá. Agora, nessa história, a gente entende o que fez a Flora voltar pro Brasil e porque ela voltou tão machucada.

O livro não é linear, ele é em formato de flashes da adolescência e vida adulta da Flora, desde o momento que ela se entendeu lésbica, sofreu lesbofobia na escola, participou a primeira vez de uma banda, a primeira vez que ela beijou uma menina, tudo isso.  

Quando ela decide que quer fazer intercâmbio em Paris, ela conhece uma mulher misteriosa no avião e se envolve com ela. Depois disso, Flora nunca mais deixou de pensar nessa mulher. 

“Você não é obrigada a suportar uma situação que, para você, é desconfortável. Suportar e se adaptar são coisas diferentes que, muitas vezes, têm seus significados confundidos.”

Eu não vou mentir que fiquei muito brava com a Lis por ela ter feito a Flora, minha personagem preferida, sofrer da forma que ela sofreu nesse livro, mas eu entendo.

Nessa história, vemos o quanto é dolorido ser lésbica num mundo que não nos aceita, por isso que batemos tanto na tecla da dependência emocional. A Flora passa a se omitir e a pensar toda a vida dela a partir dessa mulher misteriosa, e mesmo quando a relação delas vai acontecendo, é nítido o quanto é estranho e prejudicial pra ela.

Quando falamos que nem tudo é amor, que a sociedade não nos ensina como é ser mulher e amar mulheres, que lésbicas não conseguem ficar sozinhas, é disso que estamos falando. Dependência emocional nunca é bacana, mesmo que seja um amor perfeito e tranquilo, nunca deposite seus sonhos e sua vida em uma pessoa.

Mais uma vez a Lis foi excepcional na publicação, mesmo que tenha feito minha personagem favorita sofrer. Não acho que exista uma ordem pra ler os livros, mas se você quiser ler esse antes de ler Amor e Liberdade, pode ser legal pra entender melhor as ações da Flora no livro!

Por hoje é isso! Me conta, já leu algo da Lis?






Olá brilhinhos, como estão?

Hoje, mais uma vez, venho aqui chorar as pitangas por conta de um livro da Taylor Jenkins Reid. Desde que li Os Sete Maridos de Evelyn Hugo que eu me acabei de chorar e é um dos meus livros favoritos da vida, eu decidi ler tudo que essa mulher publicasse e nossa, cada livro é um choro diferente e com Daisy Jones não foi diferente.

Esse livro é bem diferente dos outros que eu li da Taylor, a começar que esse é todo em formato de entrevista e, durante a leitura, eu nitidamente conseguia visualizar os integrantes da banda sentados em um branquinho falando da vida, quase como a descrição de um documentário. 

Nesse livro a gente vai acompanhar a Daisy Jones, uma adolescente que tem uma vida bem doida e que sonha em ser cantora. Ela tem uma voz potente, que pega a gente de jeito sabe? Daisy é uma força da natureza, por falta de descrição melhor. E também conhecemos os The Six, uma banda de rock. 

No vai e vem da vida, Daisy e os Six gravam um álbum juntos, e esse é o ponto da história. Esse livro é bem mais do que a ascensão e queda de estrelas, de pessoas que fizeram um baita sucesso nos anos 70 e 80, quando o rock estava explodindo e as coisas eram bem diferentes. É muito sobre amor, sobre dor, sobre paixão e sobre se manter firme e saber a hora de parar.

Esse livro me pegou logo de cara, eu queria entender tudo que tava acontecendo e não conseguia parar de ler, esse formato de entrevista foi um charme a parte porque a gente tem avisão dos fatos importantes de cada um dos integrantes da banda e, mais uma vez, eu fiquei muito triste por saber que essa banda na verdade nunca existiu.

Eu duvido que um dia eu vá conseguir encontrar palavras pra descrever o quanto que os livros da Taylor mexem comigo. Essa mulher é incrivel! 

Ainda falta um livro pra ler dela, Depois do Sim, e eu já estou me preparando psicologicamente para o choro. E você, já leu algo dela?





Olá brilhinhos, como estão? 

Hoje eu vim conversar com vocês sobre o terceiro livro da Coleção Abraqueerdabra que a Boreal tá publicando, já falei dos dois primeiros por aqui!

Resenha Armadilha para Lobos | Leia o livro

Resenha 12 chamadas Perdidas | Leia o livro

Como a proposta da coleção é fazer uma releitura de histórias famosas num lugar mágico e protagonizados por pessoas LGBT+, esse a gente vê a história do Rei Arthur por um outro lado!

Arthur é procurado pela polícia, nessa fuga ele vai morar num lugar isolado junto com Malévola, que é uma exímia costureira. Guinever, sua amiga de infância e a qual Arthur tem uma paixonite, vive uma relação abusiva com o irmão de criação do Art.Mas ai você me pergunta, cadê o Lancelot? Bom, aparentemente ele tá morto. 

Arthur tem o sonho de entrar para a Guarda Real pra poder tirar a sua amada dessa relação abusiva que vive e vingar a morte de seu melhor amigo e limpar Nova Eldorado da ameaça das gangues. Pra ajudar a concretizar esse sonho, Art procura num lago por ouro e acaba achando uma espada-flauta que faz com que uma profecia se inicie e ele, que tá bem longe de ser um rei ou qualquer coisa assim, tenha que se empenhar em salvar Nova Eldorado junto com Merlin.

Partindo desse ponto, temos a história do Jovem Rei e seus amores. 

“Um juramento de fidelidade, de amor e dedicação. Somos o nó. A tríade. Amarrados por algo maior que o tempo ou um reino.”

Que eu amo essa coleção não é segredo pra ninguém, mas esse de longe é meu favorito! 

O livro tem um tom de humor muito peculiar, Becca e Thai foram muito felizes com o Art! Sabe aquele personagem que você tem vontade de esganar durante o livro todo mesmo que ele seja o herói da história? Art é esse personagem. Ele é extremamente impulsivo e dá muitas respostas atravessadas se achando o rei do universo, mas mesmo com todo esse ódio, admito que ele é incrível!

Guinever é aquela personagem que você tem raiva mas passa a mão na cabeça, ela também é uma mulher incrível com todas as suas questões. Eu queria muito falar sobre todos os personagens que eu amei, mas seria um spoiler dos grandes! 

Esse livro conta com representatividade PCD, poliamorosa e autista, também tem muita intriga política pra quem gosta de uma fofoca, tem Merlin salvando o dia, tem plots inesperados e tudo que eu amo numa história! E, pra quem vive perguntando, não precisa ler na ordem, as histórias são independentes mas é bacana ler na ordem pra entender os acontecimentos do mundo e alguns personagens aparecem nos outros livros. 

Já tô ansiosa pra falar sobre os outros livros da coleção por aqui! Me conta aqui se você já conhecia essa coleção, se já leu algum dos livros!



 


Hoje eu vim conversar sobre uma outra coisa que vem me incomodando no meio da produção de conteúdo. Esse é o segundo texto de uma série de sabe-se lá quantos, reclamação não falta. Como eu falei no texto anterior, eu não tenho a pretensão de chegar em algum lugar, eu só quero conversar sobre essas coisas que me incomodam.

Imediatismo (i.me.di.a.tis.mo)

substantivo masculino

[Filosofia] Caráter do que é imediato.

Maneira direta de proceder, sem mediações nem rodeios.

Eu sempre fui uma pessoa que demora pra ter uma opinião formada sobre qualquer assunto. Meus pais sempre me ensinaram que eu não posso falar as coisas no impulso e isso acabou ficando em mim até hoje, eu realmente demoro e pesquiso muito antes de me posicionar sobre alguma coisa nova, pautas que eu ‘entendo’ eu me posiciono todos os dias, afinal, meu conteúdo é político também.

Acho que desde o começo da pandemia, que foi quando comecei a prestar mais atenção nas atitudes das pessoas que eu sigo porque eu tava fragilizada, eu fui percebendo que muita gente tem o hábito de falar sobre coisas importantes no impulso e isso pode ser bem ruim.

Por exemplo, você viu várias pessoas que você segue falando sobre um determinado assunto e tá vendo que aquilo tá dando ibope, você vai lá, pega seu celular, e reproduz o que você entendeu do que aquelas pessoas falam, sem conhecimento nenhum e sem ter uma opinião formada. Tá, mas e se você tiver falado besteira e influenciar outras pessoas a terem um discurso ruim? Afinal, por mais que a gente que produz conteúdo às vezes não tenha essa noção, a gente tem poder sim de mudar o que as pessoas pensam, não importa a quantidade seguidores ou qualquer coisa, quem tá ali são pessoas. 

Ao mesmo tempo que as redes sociais fazem com que pessoas que geralmente são silenciadas possam falar e se expressar, ao mesmo tempo eu sinto que gera uma renca de pessoas que só querem números e gerar polêmica em cima de qualquer pauta. 

Isso me incomoda muito. Quantas e quantas vezes eu já vi famosos que nem são lésbicas terem discursos extremamente lesbofóbicos sem motivo nenhum? (motivo tem sim, mas não vamos entrar no mérito agora). Eu acredito que seja de extrema importância que a gente tenha a noção de que a gente não precisa, nem deve, nem pode falar sobre qualquer coisa. Você não tem como ser especialista em tudo, sabe? Quando alguma pauta ou assunto te chamar a atenção, veja o que especialistas ou pessoas que entendem mesmo daquilo estão dizendo, não confie em falas de qualquer famoso por ai, você vai acabar reproduzindo um discurso super errado, vai por mim.





Olá brilhinho, como vai?

Hoje, eu vim conversar sobre o segundo livro do Clube de Lesbos, que se chama Nadando com as Tartarugas e essa leitura foi realmente algo que eu não tava esperando. Mas logo de cara eu fui arrebatada pela leitura e devorei o livro em 2 dias!

Aqui a gente conhece a Mabel. Ela acaba de se mudar pra uma cidade nova junto com a mãe e sua irmã mais nova, a Vera. Mas não é só isso, Mabel carrega o peso do mundo em suas costas; além de lidar com a mudança de cidade, ela ainda não se recuperou da morte do irmão, do abandono do pai e também não tem uma boa relação com sua mãe.  

Enquanto trabalha sobre esses conflitos na terapia, Mabel também escreve cartas para o Dante, o irmão falecido, contando sobre coisas que acontecem no dia a dia dela, coisas que ele gostaria de saber. Mas as coisas começam a mudar quando Jasmine entra na vida de Mabel. A menina dos cabelos coloridos trouxe muito mais do que luz pros dias de Mabel.

Eu não sabia que eu precisava ler esse livro até eu ler, sério. Sabe quando você sente a dor das personagens, que você se entrega pra narrativa e no fim você tá acabada de tanto chorar? Foi assim comigo.

Eu achei muito bacana a ideia da Emely de escrever as cartas e intercalar com os acontecimentos da vida da Mabel, ver ela amadurecendo é uma jornada muito linda. Mesmo que ela tenha que lidar com todos os desesperos e ansiedades dela, é muito forte ver tudo que ela carregava, principalmente sobre a mãe e o pai dela, sendo resolvido de dentro pra fora, quando ela entende que é a hora de resolver, sabe? 

Esse livro tem uma narrativa muito fluida, apesar de ser um drama daqueles de chorar muito, eu devorei o livro porque eu simplesmente não conseguia largar a história da Mabel. A Jasmine, que faz o par romântico dela,também é uma menina cheia de conflitos e eu achei muito bacana da parte da Emy de colocar os conflitos não só em quem está protagonizando a história, todo mundo que aparece na história tem seus conflitos, até quem aparece mais pro final e eu acho isso incrível.

Com toda certeza eu acertei mais uma vez na escolha da leitura do meu clube! Esse livro conta com representatividade lésbica e pan e nossa, que história. Virou um dos meus favoritos do ano e da vida também! Mereceu muito o prêmio Wattys!

Por hoje é isso, me conta aí se você já conhecia esse livro, se já leu ou se tem costume de ler na plataforma do Wattpad! 




Olá brilhinhos! Como vocês estão?

Hoje eu vou tomar um café com uma mulher incrivel demais! Conheci a Ju no ano passado por causa do livro dela e no lançamento do livro, tive a honra de trabalhar com ele! Já falei sobre ele no instagram e vou deixar os links aqui embaixo. Vamos lá?

Compre o livro | Veja o video sobre ele


Primeiramente, muito obrigada por ter aceitado conceder a entrevista! É uma honra falar contigo! Pra começar, conta pra quem ainda não te conhece quem é você na fila do pão?

Falou de pão na hora do nosso café, já bateu uma fominha! Bom, eu sempre fico meio perdida assim pra me apresentar, mas vamos ao principal: Eu sou a Juliana, tenho 18 anos e moro no Rio de Janeiro. Libriana com ascendente em peixes, apaixonada por um milhão de coisas e recentemente me descobri apaixonada pela escrita! Sou lésbica e escrevo sobre outras mulheres que amam mulheres.

Borboletas pra lá e pra cá começou a ser publicado no wattpad e depois foi pra uma publicação por editora e esse é teu primeiro livro publicado, né? Como que foi que tudo isso aconteceu?

Isso mesmo! Não só publicado, como meu primeiro livro oficialmente. É a primeira vez, depois de crescida, que eu pego pra escrever alguma coisa e deu no que deu. Na verdade, eu comecei o Borboletas sem a mínima intenção de algo acontecer, meu sonho de ser escritora tinha ficado guardadinho lá na infância e eu nunca mais toquei nisso, tinha desistido. Com a quarentena eu comecei a escrever e, por falta de nos enxergar nos espaços e nos romances , decidi eu mesma criar um. E foi aí que o Borboletas nasceu! Eu mostrei pra algumas amigas e colegas antes dele ir pro Wattpad e foram elas que me encorajaram a postar. Entre elas, estava a Nathalia, que trabalha na Editora Caligari e foi a responsável por tudo isso acontecer! Graças à ela, meu sonho de ser escritora não só voltou à tona, como também virou realidade.

E o processo pra escrever a história como um todo, todos os acontecimentos e tal, como que foi? Você teve alguma rotina de escrita, colocava música, como que rolou?

Eu costumo dizer que não teve um processo! As coisas foram acontecendo sem muito planejamento. Quando eu vi que o que eu tava escrevendo estava, de fato, virando alguma coisa, tentei planejar. Criei um perfil pra cada personagem, anotei todas as cenas que eu queria que acontecessem, qual era o objetivo da história e enfim. Mas com o tempo, as personagens foram criando vida e um planejamento que eu tinha para cada capítulo ia por água abaixo porque elas praticamente tomavam atitudes por conta própria! Eu tentava escrever um pouquinho todo dia, mas vira e mexe não conseguia por N motivos, e sempre colocava uma musiquinha no fone pra me desvincular do ambiente em que eu estava também. No final, foi um processo super divertido e eu me vi apaixonada!

De onde que veio a inspiração pra criar a Thaila e a Laís e todas as amigas delas? Tem um pouco de você ou de alguém que você conhece nas personagens?

Muita gente que me conhece fala que eu e Laís somos parecidas, mas eu defendo insistentemente que não! Em algumas teimosias e certas manias, até sim, mas somos muito diferentes. A Thaila eu acredito que foi nascendo do jeitinho dela mesmo, é única. Analisando bem, dá pra notar um pouquinho das minhas amigas em cada uma das meninas. É uma mistura meio doida, não tem alguém específico pra cada personagem, mas acho que tirei um tiquinho do nosso convívio e me inspirei nisso pra criar uma amizade tão gostosa que nem a delas.

Ainda nos personagens, você teve que lidar com muitas pessoas nesse livro, como que você fez pra não esquecer ninguém e dar um arco pra todas elas?

Olha, te falar que não foi fácil não! Toda hora eu me pegava pensando: "Tá, mas tem fulana. Como que ela vai terminar?", mas no fim das contas as coisas foram meio que fluindo naturalmente e cada uma delas já estava destinada. Um dos meus maiores medos foi ter deixado alguém de lado, porque eu mesma sempre fico triste quando vejo um personagem com potencial não tendo nenhum foco em um livro/filme, então acho que esse medo me impulsionou a tomar mais cuidado com isso e prestar atenção em cada uma delas. 

Eu bato muito na tecla de que a gente precisa cada vez mais dar voz a mulheres que escrevem sobre mulheres se amando, mais ainda se forem lésbicas, acho que a gente tem um caminho enorme pra percorrer nesse role ainda, tanto do seu lado escrevendo, quanto do meu, procurando e falando sobre. Quão importante e significativo pra você foi ter escrito um livro com lésbicas, que falasse sobre esse amor e sobre amizade entre lésbicas também?

Foi significativo demais. Acho que meu maior impacto para começar o livro foi ficar procurando livros e filmes com representatividade lésbica que realmente representasse. Eu sempre via uns filmes em que a personagem se descobria e vivia sozinha no mundo sendo a única sapatão e ficava “Mas isso tá errado! A gente anda em bando!”. E isso quando encontrava, né, porque nossas opções são extremamente limitadas! Então, no fim das contas, deixar tudo a nossa cara me deixou feliz demais! Ver as meninas dizendo que se identificavam e que as amigas eram parecidas deixou meu coração quentinho.

Quais autoras te inspiram? Quais são suas referências?

Acho que vou citar minhas favoritas aqui: Elayne Baeta e Mary Abade. Ambas são uma inspiração enorme, assim como são referência. 

Uma pergunta polêmica que mandaram no meu instagram e eu achei o máximo: qual a sua personagem preferida de Borboletas e por qual motivo? Acho que pode escolher mais de uma, mas não podem ser todas! 

Thaila Fontana! HAHAHAHAHA Acho que ela é a de quase todo mundo. Eu vejo muita pureza na Thai, o sentimento dela é bonito demais, a forma que ela se expressa e se importa, mas o que ninguém fala é que, no fim das contas, ela é tão complicada quanto a Laís. Tem a Lorena também, ela tem muito meu coração. Acho que a cena do banheiro foi crucial pra ela se tornar tão importante pra mim. Acredito que ela tenha ganhado muita gente ali também. 

O que você diria pras escritoras lésbicas que tão aí publicando seus livros de forma independente? E pras sapas mais novinhas que não tiveram esse acesso a literatura sapatão que a gente tem hoje?

Escritoras, não desistam. Tenham sempre em mente que o que vocês estão fazendo é lindo. É importante. Nunca deixem ninguém dizer o contrário. E pras meninas que estão tendo a oportunidade de se descobrir enquanto podem se enxergar nos lugares: APROVEITEM! Apoiem quem está fazendo isso por vocês, desfrutem disso. É uma beleza ver que o seu amor existe e é válido. A gente faz isso por vocês também! 

O que a gente pode esperar do futuro? Tá com algum vem aí em andamento? 

Segredo… Mas talvez… 80% de chance que saia algo esse ano! 50% de que tenham dois “Vem Ai” pra esse ano. Mas eu não falei nada pra vocês, se não minha assessora Nathalia Perrone me mata. 

Tá acabando, espero que cê tenha gostado do papo e, antes de ir, deixa aqui onde a gente pode te achar nessa internet! 

Gostei demais! Muito obrigada pelo convite, Bia. E a todo mundo que mandou perguntinhas também! Adorei participar. Olha, vocês podem me encontrar com @juuzreis em qualquer rede social, viu?!


Olá brilhinhos, como vocês estão?

Eu ja falei aqui e no instagram que nesse ano, eu e minha amiga Evy relemos a trilogia dos jogos vorazes pra poder ler A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes e nossa, que loucura foi voltar pra esse universo depois de tanto tempo. Hoje vim contar um pouco de como foi essa experiência.

A primeira vez que eu li jogos vorazes eu acho que estava no fim do ensino médio/entrando na faculdade, faz um bom tempo e naquela época eu não tinha metade das vivências e questões que eu tenho hoje. Na época eu me lembro bem de ter ficado muito chocada com tudo que era retratado ali no livro, como se fosse algo muito longe de acontecer comigo e ainda é complicado pensar que meu país tá nesse estado que tá hoje, sabe? Naquela época eu gostei muito da leitura e ter voltado pra esse mundo tantos anos depois, foi algo que mexeu muito comigo. 

Muita gente já leu a trilogia então não vou me ater a contar a história, mas logo de cara, quando eu comecei a releitura eu senti muita dor pela situação da Katniss e coloquei muito do que eu sei hoje nessa história, o fato de o 12 ser o mais pobre por ser o mais distante e o mais ignorado como acontece com as periferias, por exemplo. Também coloquei esses jogos vorazes num outro patamar, de como a gente é doente no nível de passar horas e horas vendo a vida das pessoas escorrerem, e sim, qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência.

Conforme a história foi andando e eu me recordava dos detalhes, passou a me doer cada vez toda essa situação. Tudo nessa história me doeu. Acompanhar a evolução da Katniss e ela entendendo as coisas também me doeu, afinal, ela era uma criança quando foi pros jogos pela primeira vez.  

A Rebelião também foi uma parte que me marcou, mostra como todo mundo tava muito insatisfeito com aquilo mas não conseguia fazer nada por medo da repressão e o quanto ela foi um símbolo pra revolução. Até o fim do livro, eu senti que a Katniss não teve muita ideia do que ela significou pra Panem, mas foi muita coisa.

Eu também assisti aos filmes pra fazer uma comparação, e eu gostei muito dos filmes. Nos livros, a gente só tem a visão da Katniss e nos filmes a gente consegue ver melhor as coisas e eu achei muito legal.

Agora, eu já comecei a ler o livro novo, o do Snow e tô bem curiosa com essa leitura. No geral, reler esses livros me doeu porque eu consegui traçar muitos paralelos com a minha realidade. E agora eu enxergo a Katniss de uma outra forma, muito mais bonita e real do que da primeira vez, e todos os outros personagens também. 

Assim que eu acabar o cantiga, quero vir trocar com vocês sobre a leitura num geral. Me conta, você costuma reler livros? Já leu jogos vorazes?





Oi Brilhinho! Tudo bem?

Hoje eu vim conversar sobre uma Graphic Novel que eu li bem no começo do ano junto com uma amiga e foi uma experiência incrível! Bora lá? 

Laura Dean Vive Terminando comigo foi publicado aqui no Brasil pela intrínseca no fim do ano passado, quem escreveu foi a Mariko Tamaki e quem ilustrou foi a Rosemary Valero-o’connell e veio com a tradução da Rayssa Galvão. Quando essa GN saiu lá na gringa, ela foi muito bem recebida pela critica, tanto que ganhou 2 Eisner Awards, que é tipo o Oscar dos quadrinhos e olha, mais do que merecido! 

Se eu pudesse mudar o nome dessa GN eu chamaria de “Laura Dean - um guia de como ser uma péssima namorada” porque é isso. A história começa com a Freddy (essa do cabelo preto na capa) mandando e-mail pra uma mulher que tem uma coluna de conselhos, falando sobre a relação dela com a Laura (essa do cabelo curtinho na capa) que é o pior tipo de relação que se pode ter. A Laura já terminou com a Freddy várias vezes e inclusive já traiu ela na frente dela.

Foi muito intenso ver tudo isso acontecendo na visão da Freddy, ver como ela se omite em função da Laura, mesmo quando ela ter compromissos com as amigas, ela deixa de ir quando a Laura fala alguma coisa, mas a Laura não para de viver a vida dela quando algo rola com a Freddy. Como é uma GN, a gente tem que prestar bem atenção nos desenhos pra pegar as coisas, e foi muito nítido pra mim ao longo da leitura, o quanto a Freddy meio que perde o brilho dela quando ela tá perto da Laura. 

Essa GN tem muitas personagens lésbicas e eu achei muito importante que se fale sobre relações abusivas no meio lésbico porque tem muito! Isso é um assunto muito extenso, que vai ter que ficar pra outra hora, mas isso de rompar os ciclos de abuso foi absolutamente tudo pra mim, algo que me tocou muito. 

É uma história pra ser com muita atenção aos detalhes, mas é muito rica e bonita, eu amei essa experiência e tenho certeza de que qualquer lésbica que ler vai sentir o impacto dessa história!



 Olá brilhinhos, como estão?

Como sempre, hoje eu vim fazer um balanço do mês anterior e nossa, já adianto que fevereiro foi um mês estranho aqui! Eu senti que foi um mês que demorou a passar e nada que eu pegasse pra ler ou assistir ia pra frente. Mas no geral, as leituras que consegui fazer foram muito boas! Também tive muito trabalho de leitura sensivel pra fazer, acho que por isso eu acabei com essa sensação de que eu não li nada, porque quase tudo foi pra trabalho HAHAHAHAHAH

Bom, vamos lá!


Em fevereiro eu e a Evy acabmos de reler a trilogia dos jogos vorazes e hoje mesmo vamos começar o Cantiga dos passaros e das serpentes. Eu tô animada pra esse livro e não sei o que esperar dessa leitura. Em breve vou fazer um post contando como foi reler essa trilogia.

Também li o terceiro livro da Coleção Abraqueerdabra, O Jovem Rei. Foi uma leitura incrivel e com toda certeza foi o melhor da coleção até agora! Também comecei a ler o quarto livro, mas eu acho que tava muito hypada e o livro não funcionou pra mim, não consegui me conectar com a história e vou pular esse e ir pro quinto, depois eu volto.

Daisy Jones & the six foi uma leitura que acabou comigo, eu vou falar dessa leitura ao longo do mês. Mais uma vez tendo certeza de que Taylor Jenkins Reid é uma autora incrivel! Também acabei Com Sangue no começo do mês e eu acho que tava esperando mais, eu não acho que o ponto forte do King sejam contos, mas dos 4 que ele escreveu, 2 foram incriveis e um foi ok, por isso a minha nota.

Pra terminar, os livros com representatividade lésbica foram: Caminhos para liberdade que é um prequel de amor e liberdade que eu já falei por aqui, Nadando com as tartarugas que foi a leitura do mês no meu clube e Garota, Mulher, Outras que foi uma leitura que acabou comigo e também quero falar dela aqui.

De assistidos só tenho esses três! Mãe só tem duas comecei a ver porque queria algo leve pra ver e essa série é bem isso. Na verdade, pra mim, ela foi uma farofada sem limites e só tem um queerbait bem no final que é pra ver se as pessoas gostam da ideia. Ela é boa pra passar o tempo.

O Mapa das pequenas coisas perfeitas é bem legal, é um filme do prime video que estreou recentemente e ele parece ser a mesma receita de bolo de pessoas presas no mesmo dia infinitamente, mas conforme a gente vai assistindo, vemos que não é bem assim a história. Vale a pena, é bem fofo!

Behind Her eyes eu não sei o que dizer. Sabe quando algo é ruim mas mesmo assim é legal? É essa série. Ela promete ser um thriller mas eu achei o plot meio sem graça e fiquei meio meh com a série. Eu queria muito ler o livro, mas agora que vi a série acho que vou deixar essa ideia pra lá HAHAHAHHA

Bom, foi isso que rolou aqui nesse mês. Espero que Março seja melhor. E por ai, como foi teu mês?