Olá pessoas, como vocês estão??

Hoje eu vim chorar as pitangas sobre um livro que eu tava muito ansiosa mas que não deu certo pra mim e pelo que conversei com outras seguidoras sáficas que leram, aparentemente não funcionou pra muita gente. 




Aqui conhecemos o reino de Mersailles, lugar onde a Cinderela morava e onde conheceu o Príncipe Encantado e se apaixonou por ele. Mas agora, ela tá morta há duzentos anos e toda aquela magia da história parece ter abandonado esse reino. A única coisa que “restou” dela é o Baile Anual. Onde todas as meninas do reino precisam ir para serem escolhidas por seus pretendentes, assim como aconteceu com a Cinderela duzentos anos atrás.


Mas se engana quem pensa que tudo é maravilhoso. Essa cidade é pobre, as pessoas precisam se endividar para que suas filhas possam ir ao baile bem vestidas e não serem mortas pelo Rei. É aí que entra a nossa personagem principal, a Sophia. 


Ela sempre teve ideias controversas ao reino e é apaixonada pela melhor amiga, o que é muito errado. No dia do Baile Anual, ela resolve fugir e, no mausoléu da Cinderela, ela vai encontrar uma companhia bastante inusitada pra ir contra todo esse reino junto com ela. 


“Eu tinha doze anos quando contei aos meus pais que preferiria encontrar uma princesa a um príncipe."


Quem me acompanha a mais tempo sabe que eu sou muito fã de contos de fadas e as releituras deles. Eu realmente tava botando muita fé nesse livro! Pensa só: uma menina sáfica, que vai contra todo um sistema e ainda por cima num conto de fadas e me prometeram até um romance! Eu tava muito pronta pra isso!


Entretanto, depois dos 20% do livro as coisas começam a dar uma desandada. O livro começa muito bem, eu fiquei muito eufórica porque eu queria descobrir a verdade por trás de toda essa história da cinderela e entender como tudo tinha acontecido, que fim levou a tal fada madrinha, o que esse rei tinha de tão estranho e tudo que nos é apresentado logo no começo o livro.


O problema foi que, particularmente, eu achei meio sem sentido tudo que aconteceu nessa história. A Sophia tinha tudo pra ser uma daquelas personagens que eu iria levar pro resto da vida, mas acabou que ela tem umas atitudes meio estranhas e uns posicionamentos bem duvidosos ao longo da narrativa, enquanto uma mulher sáfica. 


O Plot do livro é bem previsível, eu já sabia que ia acabar assim antes da metade do livro, mas tem uns personagens que não fizeram sentido. O vilão da história tentou ter uma redenção que não funcionou muito bem, o romance entre as personagens não teve muito desenvolvimento e, em alguns pontos, parecia que ninguém sabia o que tava fazendo na história, ficou uma coisa meio vazia. Não sei explicar.


Conversando com outras pessoas que leram, eu cheguei a conclusão de que meu erro foi pensar sobre esse livro e questionar ele. Se eu não tivesse questionado e só aceitado aquilo que ele me fala, como uma leitura pra passar o tempo mesmo, eu teria adorado! Mas acho que algumas coisas poderiam ter sido melhor desenvolvidas, mas as minhas expectativas também estavam altíssimas pra essa história. 


Eu acredito que é uma boa leitura desde que você vá com a cabeça de só aceitar aquilo que tá ali e pronto. Principalmente se você for uma mulher que é militante, dá pra perceber que em alguns pontos a revolução descrita no livro é vazia demais. 


Termino essa resenha sem saber direito o que rolou com esse livro, mas parece que quanto mais eu penso sobre ele, mais estranho ele me parece. Eu acredito que terão mais livros da autora nesse estilo pois em um momento da história se faz referência à branca de neve e eu só espero que o próximo livro dela seja melhor do que esse. 



 Olá pessoas, como vocês estão hoje?


Hoje eu vim conversar sobre um livro que me surpreendeu muito! A autora entrou em contato comigo e logo de cara eu achei a sinopse muito promissora. Acabamos por fechar uma parceria e hoje eu vim falar sobre essa história com vocês. Vamos lá?




Cristais Invisíveis conta a história da Luísa, uma artista que sempre teve muitos sonhos e conseguiu uma oportunidade perfeita: Ela foi contratada como roteirista de uma série e agora ela precisa se mudar para um fazenda no Rio Grande do Sul para ajudar a contar a história da famosa família Montenegro. Uma oportunidade incrível!


Um ponto bem interessante da história é que a Luísa tem ansiedade, assim como eu. E quem tem ansiedade sabe o quanto é difícil lidar com esse fator quando passamos por mudanças bruscas na vida. Com Luísa não é diferente. Ela precisa se acostumar com essa cidade nova, com pessoas novas, com toda uma vida nova durante o tempo que estiver escrevendo os roteiros dessa série. 


Só que as coisas começam a tomar novos rumos quando ela descobre um pedaço de piso solto num dos quartos do casarão da antiga fazenda e, nesse piso solto, tem um saquinho cheio de poemas de amor. Agora cabe a ela e a Júlia, uma Montenegro super mau humorada e que carrega várias dores, desvendarem todo esse mistério dos poemas e tentarem entender como isso se encaixa na vida dos antepassados dela. 


“- Um brinde - falou, servindo um pouco de água para si mesma -  Às memórias que não podemos apagar.

- E aos pensamentos que nos tornam mais fortes.”


Devo começar dizendo que o livro possui descrições muito vívidas de como é uma crise ansiosa e como uma pessoa ansiosa enxerga o mundo, então se esses temas são sensíveis pra você, eu sugiro que leia com cuidado ou que adie a leitura. Dito isso, vamos às impressões.


O livro é muito sensível e poético, sério! Eu adorei a forma como a autora contou essa história. As descrições do livro são muito bonitas e poéticas e a forma como o relacionamento entre a Júlia e a Luisa acontecem é muito bonita, sempre respeitando as limitações de cada uma, isso é um ponto muito positivo.


Também é muito legal acompanhar essa coisa de escrever o roteiro de uma série! Eu não sei se é desse jeito mesmo na vida real, mas eu adorei ver todo esse processo que parece mesmo um tanto caótico e como isso afeta as pessoas ansiosas, em como a gente mergulha tão fundo em algumas coisas e surta por isso, é muito real.


E por último, vale ressaltar que a Mariana foi muito consciente na abordagem de um transtorno como a ansiedade. A Luísa vai pra terapia no decorrer do livro e ela tenta lidar com todos os traumas que ela carrega com ajuda profissional, o que é incrivel. A reta final do livro é de chorar de tão fofo, várias coisas acontecem e eu confesso que fiquei muito emocionada nessa parte da história, uma graça!!


Bom, esse foi o post de hoje! Eu espero que vocês tenham gostado e me contem se vocês conheciam a história ou ficaram curiosos pra conhecer! Até o próximo post!





 Olá pessoas, como vocês estão hoje?

Por aqui ando passando por várias mudanças e muitas coisas andam acontecendo, é difícil dizer se são mudanças boas ou ruins, acho que nosso senso anda meio distorcido devido a tudo que anda acontecendo no país. Mas não é sobre isso que vim falar agora. Hoje eu vim contar a minha experiência com a As Nove Vidas de Rose Napolitano, escrito por Donna Freitas, traduzido por Lígia Azevedo e publicado pela Paralela recentemente.





Rose Napolitano é uma mulher muito bem sucedida e decidida. Ela acabou de terminar seu doutorado, tem muitos sonhos acadêmicos, uma vida financeiramente estável e um marido que ela ama e a ama de volta. Mas aí você me pergunta: Bia, o que tem de errado nisso? Errado mesmo não tem nada, mas Rose Napolitano sempre soube que não queria ser mãe. 


Ela sempre teve muito intrínseco dentro de si que a maternidade não era pra ela e que ela não seria uma boa mãe. Seu marido, Luke, concordou com isso. Mas as coisas começam a mudar quando Luke insiste que Rose tome as vitaminas para tentar engravidar e ela não toma. 


É desse ponto que a gente conhece as nove vidas da Rose Napolitano. A partir dessa escolha, vamos acompanhar nove linhas do tempo diferentes que envolvem a Rose, o Luke e os pais de cada um. Um drama emocionante e muito real, ao ponto de doer em qualquer mulher que lê.


“Sempre que digo às pessoas que não quero filhos, que Luke e eu não planejamos ter, olham pra mim de um jeito estranho. Depois dizem algo condescendente, como que só vou descobrir meu verdadeiro propósito da vida depois de virar mãe. Como se mulheres fossem, por definição, mães à espera. Como se virar uma mulher adulta fosse sinônimo de virar mãe, uma espécie de condição genética latente que só aparece quando a pessoa chega a uma certa idade. De repente, as mulheres percebem o que sempre esteve ali, apenas sem se manifestar. 

[...]

As pessoas nunca dizem esse tipo de coisa a Luke.”


Quando eu recebi esse livro, eu logo pensei em O Impulso que é um thriller que fala sobre isso também, mas de uma forma mais brutal. Eu sempre gostei muito desse tema de maternidade compulsória desde que comecei a estudar feminismo e esse livro escancara demais o “papel” da mulher numa sociedade.


A Rose não quer ter filhos e tudo bem. Ela quer se dedicar à carreira dela e não acha que será uma boa mãe. O problema é que muitas vezes nem a própria mãe aceita isso. E quando a história começa a desenrolar nessas nove linhas do tempo é muito nítido ver como esse papel sempre cai sobre a mulher. O Luke só quer filhos como uma “forma de salvar um casamento” ou qualquer coisa assim, por pressão dos pais e a Donna fez um trabalho impecável mostrando tudo isso em forma de drama com uma mulher como a Rose.


Eu chorei em muitos pontos do livro, por me identificar com a Rose em muitos pontos. Claro que, por uma questão puramente preconceituosa ninguém espera que eu seja mãe só pelo fato de ser lésbica, isso também é muito horrivel. Todos enxergam a maternidade como algo natural, um ciclo da vida, que em algum ponto você vai querer ter filhos e vai querer cuidar deles, mas não é toda pessoa com útero que tem psicológico, autonomia e dinheiro pra ter uma criança. 


A narrativa do livro assusta um pouco no começo porque as vidas vão mudando ao longo dos capítulos e não é uma narrativa linear, mas depois dos 5 primeiros capítulos eu já peguei o ritmo e foi uma leitura devastadora. Eu recomendo demais esse livro, faz a gente pensar sobre o que “esperam” de nós de uma forma que eu não senti, eu só fui lendo e absorvendo e quando eu acabei eu só fiquei sentada olhando pra parede e pensando no quanto esse livro mexeu comigo. 


Essa foi a dica de hoje e eu espero que vocês tenham gostado! Me contem se vocês já conheciam o livro, se já leram ou querem ler! E se quiserem me indicar mais livros que falam sobre maternidade compulsória eu vou agradecer! 


Até o próximo post!





 Olá pessoas, como vocês estão hoje?


Hoje eu vim conversar sobre o novo livro da Lis Selwyn! Como vocês devem saber, nós somos amigas fora da internet então talvez esse post seja um pouco pessoal, mas espero que eu consiga transmitir a mensagem HAHAHAHAH




Neste novo livro da Lis vamos conhecer a Isabela, uma professora universitária que vem de uma família super tradicional de advogados e que prezam pela “boa moral e costumes”. A Isabela já vive a própria vida faz um bom tempo, mas ela carrega muita dor e muitos segredos e ela tá dentro do armário ainda.


Do outro lado dessa narrativa temos a Olivia, uma estudante universitária que se mudou para São Paulo para estudar. Ela trabalha num café e mora numa pensão. Ela foi criada pela mãe no litoral do estado e é super decidida em relação a tudo na vida. 


Essas duas se conhecem num barzinho de esquina e mal sabem que serão aluna e professora, mas da parte da Olivia, foi amor à primeira vista. Então, partindo desse ponto, vamos acompanhar uma história cheia de reviravoltas políticas, segredos, indecisões, dramas, um amor avassalador e livros. 


“Muitas vezes achamos que estamos prontos para nos apaixonar, mas o que fazer quando a conexão é muito mais intensa do que esperamos?”


Eu desde sempre não sou muito fã no plot de amor entre aluna e professora. Talvez isso se deva grandemente ao fato de eu ser professora e achar um tanto anti ético, mas também se deve um pouco aos livros que já li com essa trama em que geralmente vira uma relação de “abuso de poder” e quando a instituição descobre (isso quando descobre) ninguém é punido e fica tudo por isso mesmo, algo que eu considero bem errado. Mas mesmo não gostando muito disso, fui ler o livro e acabei me surpreendendo!


A relação dessas duas é um ponto importante sim, é isso que faz o livro andar, mas a trama política envolvendo as duas famílias e todos os segredos fizeram com que eu ficasse muito presa na narrativa e além, os dramas individuais dessas duas mulheres também doeram em mim e, mesmo que seja um ficção, pode acontecer com qualquer um de nós e acho que esse é encanto das histórias da Lis.


E um ponto que foi incirvel pra mim foi o armário da Isabela. Ela conta no livro as várias coisas que ela passou, mas ainda não é tão difundido que você só deve se assumir se você se sentir seguro pra isso, se fizer sentido naquele momento. A Isa já é uma professora universitária, já viajou e ainda tá dentro do armario e tá tudo bem. Você não precisa se assumir se não se sentir confortavel pra isso e ninguém pode te julgar por isso e você também não é menos válido por isso.


E você deve estar se perguntando: mas e o plot que você não gosta, Bia? Bom, não vou dar spoilers, mas quero ressaltar que: não tem uma relação de abuso de poder! E toda a ação gera consequências então, ponto super positivo! No fim das contas, eu adorei esse novo romance da Lis, então fica aí a recomendação! 



 Olá pessoas, como estão?


Hoje eu vim falar sobre o documentário disponível na netflix chamado Pray Away, que fala sobre a “terapia de reversão sexual”. Eu fui assistir ao documentário já preparada pra ver coisas horrendas e tudo isso conseguiu ser ainda mais horrendo e doloroso do que eu tinha imaginado. Então, se você, por ventura, não estiver num dia bom ou esse tema for sensivel pra você, peço que leia com cuidado ou que volte aqui no próximo post!




Pray Away é um documentário produzido pelo Ryan Murphy com direção de Kristine Stolakis conta a história da Exodus, uma organização religiosa liderada por pessoas que não eram psicólogas (não que isso fizesse a diferença efetivamente) e tinha o apoio de psicólogos e outros líderes religiosos e essa organização promovia a chamada “Cura Gay”. Essa institução alegava que a homossexualidade se dava por meio de “comportamentos gays” e que, se você fosse condicionado a aceitar seu lugar determinado por deus e aceitasse deus no seu coração, você “voltaria a ser hétero”.


Essa produção toca no ponto sensível de muitas pessoas LGBTQIAPN+, mostrando até pessoas que se consideram ex gays e o documentário também mostra os lados dos ex-lideres da Exodus e de pessoas que sobreviveram a toda essa atrocidade. Pra se ter uma noção, essa organização promovia encontros, palestras, mil coisas, tudo para agrupar pessoas que queriam “deixar de sentir atração pelo mesmo sexo” e assimn, fazendo uma lavagem cerebral nessas pessoas, algo que deixou marcas muito grandes nas pessoas que sobreviveram a isso.


E pra fazer um contraponto a esses relatos que doeram na minha alma, o documentário conta com Jeffrey McCall, que se considera um “ex-transgênero” e até hoje faz passeatas e participa de um grupo para “curar gays”, inclusive até hoje ele aborda pessoas no meio da rua pra contar a história dele.




Esse documentário me deixou atônita em muitos momentos, principalmente quando contou a história de uma lésbica que sobreviveu a isso e hoje em dia carrega muita coisa dentro dela, mesmo que mostre no documentário o quanto ela tá feliz hoje em dia, ela fala que tem coisas que ela viveu dentro da Exodus que vão marcar a vida dela pra sempre.


É muito dramático tudo isso e pensar que até hoje entende que ser queer é sinônimo de falta de deus, de promiscuidade, de todas as coisas ruins que se puder imaginar. Eu lembro muito de quando me assumi e me disseram que era só uma fase e isso iria passar. Eu lembro que a partir desse ponto, eu só fui ainda mais fundo no poço. 


Pray Away é um documentário incrível, não pela produção em si, mas pelo que ele fala e mostra, falando sobre nossas sensibilidades e nossos pontos que doem tanto e das feridas que a gente carrega. Também mostra muito a importância da terapia com profissionais decentes, que entendem quem somos e que não estamos errados, isso é incrível. 


Foi muito doloroso ver esse documentário, mas também foi algo que precisava ser feito, entende?


Bom, eu poderia ficar horas falando sobre esse documentário, mas vou encerrar o texto por aqui. Se você assistir ao documentário e quiser conversar, estou disponível! E se você passou ou passa por isso: PROCURE AJUDA PROFISSIONAL. Ligue para o CVV, peça pra um amigo te levar a um psicólogo, peça ajuda e denuncie essas práticas.




Foto Unsplash

Mais uma vez estou em contagem regressiva pro meu aniversário. Hoje, dia 10 de setembro, falta exatamente um mês pros meus 24 anos. Se eu dissesse que passaria mais um aniversário trancada em casa com uma pandemia ainda acontecendo lá fora, eu realemnte não acreditaria. Na verdade, ainda é dificil acreditar que fazem dois aniversários que estou trancada em casa. Nem nos meus piores pesadelos eu imaginaria isso, quem dirá os desafios que nosso país vem enfrentando, essa derrocada que estamos vivendo. Mas, posso comemorar uma coisa: Esse aniversário eu estou 50% imunizada contra essa doença terrivel. Já é um bom começo.

Também estaria mentindo se dissesse que aprendi muita coisa com a pandemia. A única coisa que eu tenho certeza agora é que eu consigo ir muito longe nos buracos aos quais eu me enfio por conta de problemas mentais e crises e pessoas que não colaboram. Eu não fui uma pessoa super mega produtiva na pandemia. Eu não cresci na pandemia. Eu não evolui. Desde que tudo isso começou eu tenho vivido um dia de cada vez, tentando sobreviver do jeito que dá com os preços subindo cada dia mais, com as contas aumentando, a falta de dinheiro, a insegurança e o medo.

Em 2021 eu cheguei em um lugar horrivel, eu tinha medo de sair de casa e tive crises de ansiedade fortissimas e minha esposa me obrigou a procurar terapia. Se não fosse pela minha psicológa que tem me ensinado tanta coisa, por mim que me dispus a ser ajudada, não sei onde eu estaria.

Nesse tempo, eu tenho tentado fazer uma contenção de danos que tudo isso tem me causado. Comecei a meditar e isso tem ajudado, principalmente os exercicios de respiração. Comecei a fazer yoga pra ter menos dor nas costas e muitas vezes, me desligo do celular pra não ter que ver noticias que vão me deixar mal e, quase sempre, os livros me serviram de refúgio pra esse inferno que acontece dentro e fora de mim. 

Muita coisa sobre mim e sobre o que eu pensava da vida mudou, mas ainda é cedo pra decidir se é bom ou ruim. Desisti de muita coisa ao longo desse percurso, também fiz amizades novas e aprofundei alguns laços que já existiam antes da pandemia, numa tentativa de me agarrar a algo real, sabe? Não é sempre que isso funciona, mas eu tento ao máximo me esforçar pra fazer dar certo.

Mas, uma das únicas coisas boas que eu aprendi nesse tempo, incluisve foi na terapia, é que eu posso e devo me permitir frustrar as expectativas do outro sobre mim. Eu não devo ser responsavel pelo que o outro projeta em mim, pelo que ele espera que eu faça. Eu só sou responsavel por aquilo que tá dentro de mim e isso já é muita coisa. Me permitir frustrar essas projeções é algo muito libertador, uma coisa tão pequena, mas que pra mim foi como se um mundo novo tivesse se mostrado. 

Eu espero que esse novo ciclo seja um pouco mais otimista do que esse que tá se encerrando agora, que eu consiga entender que, na verdade, quem importa mesmo sou eu. 

 Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre o livro novo da Natalia Borges Polesso, A extinção das Abelhas!


Eu sempre tive vontade de ler algo dela mas nunca conseguia comprar os livros. Até que um dia, o e-book de Amora entrou em promoção na amazon e eu decidi comprar, tanto é que li junto com a minha esposa e foi uma experiência bem intensa! Fizemos até um video juntas e você pode ver o video clicando aqui.


Bom, voltando pro livro novo: eu peguei o e-book dele em parceria com a Companhia das Letras e meu deus, mais uma vez a Natalia me impactou de uma forma que eu nem imaginava ser possivel, vamos lá.





Esse é o segundo romance dela e aqui a gente conhece a história da Regina, uma mulher que foi abandonada pela mãe e foi criada só pelo pai que acabou morrendo quando ela era quase adulta. Ela foi cuidada pela Eugênia e pela Denise, da forma que elas duas podiam naquele momento e a familia da Regina também inclui a filha das duas, a Aline.


A história é uma distopia nem tão distópica assim que se passa num mundo pós pandemia, e a Regina, frustrada com a vida que ela tá levando, ela resolve ser camgirl e bom, depois disso, a gente acompanha a vida dela de uma forma não linear que só a Natalia é capaz de fazer e que vai falar sobre solidão, depressão, colapso, salvação e sobre tudo que permeia a gente (ou talvez só eu mesmo) nesse mundo de caos que a gente ta vivendo.


“Eu não fazia ideia de como as coisas podem mudar tanto em quinze anos, de como a coragem e a falta de noção dos meus vinte e poucos anos se transformariam na moderação e na empáfia dos trinta, tampouco imaginava que aos quarenta eu me sentiria tão absolutamente sozinha e inábil.”


Ainda é dificil colocar em palavras meus sentimentos por esse livro, sabe quando algo te pega tão fundo, que parece que foi feito pra você? Então.


Apesar de não ter nem perto da idade da Regina, eu sinto muita coisa que ela descreve no livro e ver essa descrição da realidade tão bem feita me fez ficar com medo mas também me sentir acolhida. Faz sentido?


Tem uma parte do livro que fala assim: Das últimas peças da ruína: a extinção das abelhas. Eu acho que essa frase carrega muita coisa, e além de ter falado sobre tantos temas sensíveis, a Natalia colocou muita política e muitas mensagem de preservação ambiental. E isso me fez ficar pensando naquela metáfora da calça de moletom, sabe? Que quando você dorme de calça a primeira vez é horrivel mas depois você se acostuma? Parece que eu e muitas pessoas estamos vivendo isso, a gente se acostumou em ouvir falas bizarras e ataques a tudo que a sociedade levou vidas pra construir e meio que acha normal. 


Eu sei que estou dando muitas voltas nesse texto, mas é isso que acontece quando eu gosto muito de algum livro, acho que eu poderia ficar horas falando sobre ele!


Por fim, leiam A Extinção das Abelhas! Um dos melhores livros que eu li esse ano e a forma que a Natalia conduz uma narrativa vai te conquistar com toda certeza!


Olá pessoas, como vocês estão?


Nesse post eu vim conversar com vocês sobre uma série que eu comecei a ver logo que assinei o HBOMAX e eu não sabia ao certo sobre o que a série falava, mas eu achei o banner dela no app tão bonito que resolvi ver. De começo, por causa do nome (que em português é ‘Eu posso destruir você’) eu achei que fosse algo mais investigativo, não me perguntem o motivo. Mas logo no primeiro episódio eu senti o drama da série e sim, ela é muito pesada, mas eu simplesmente não conseguia parar de ver.




Em I May Destroy You vamos conhecer a história da Arabella que é interpretada por Michaela Coel. A Arabella ficou famosa na internet por causa de um twitter que se chama ‘Crônicas de uma millennial cansada’ e então ela foi contratada por uma editora pra escrever um livro, e enquanto ela tá escrevendo esse livro, uns amigos mandam mensagem convidando - a pra sair e o que deveria ser uma noite bem tranquila de rolê com os amigos, se torna um pesadelo.


No dia seguinte, a Arabella acorda e se dá conta de que não lembra de muita coisa daquele rolê, mas percebe que ela foi vitima de um estupro. E é ai que se desenrola a série. Vamos acompanhar a jornada dela pra entender o que aconteceu, achar culpados e também tentar processar tudo que aconteceu.


Essa série pode ser sensível para muitas pessoas, mas eu acredito que o tema que ela traz deve ser mais debatido. 


fonte da foto: https://www.vox.com/culture/2020/8/7/21356216/i-may-destroy-you-hbo-review-michaela-coel


Durante essa jornada de achar o culpado e tentar entender o que rolou, a Arabella passa por todos os estágios das vítimas de abuso e ela também começa a entender o que é consentimento. Tem uma cena que deixa isso muito explícito na série que até eu fiquei meio chocada com tudo isso. 


A gente sabe que isso, infelizmente, é muito comum de acontecer: colocarem uma droga na bebida e pronto. É muito complicado lidar com tudo isso, é um fardo que ninguém deveria carregar e a série mostrou demais isso. Tanto a importância de procurar a polícia que, em alguns casos não consegue resolver nada, como também a importância de se fazer terapia e ter uma rede de apoio. 


E, mais um ponto positivo sobre a série: Além disso tudo, a série também fala sobre conscentimento entre pessoas do mesmo sexo! No caso da série, é de um garoto negro e gay, algo que a gente sabe que é falado menos ainda pois sempre rola um tabu sobre isso. Afinal, é fora da "norma" né?


A produção da série é incrível, eu me emocionei demais em todos os episódios e foi uma jornada muito boa. Mas, antes de ir, gostaria de dizer que, além dos gatilhos, a série tem muitas cenas gráficas, então tome cuidado.


Bom, esse foi o post de hoje! Me conta aqui se você já conhecia a série ou se já viu! Até o próximo post! 




 Olá pessoas, como vocês estão?

Devo começar esse post dizendo que o mundo tá doido simplesmente pelo fato de eu não ter sentido que agosto passou! Eu geralmente acho que esse mês é tão demorado e tão cansativo que ele compensa pelo ano todo, mas esse ano, parece que agosto durou só uma semana!

Foi um mês ameno no geral. Eu tomei a primeira dose da vacina e eu já senti um alivio enorme no meu coração, eu quero acreditar que a gente tá cada dia mais perto de algo bom e do fim disso tudo. Claro que as vezes eu duvido muito disso, mas eu quero me manter confiante.

Agosto também foi o mês da visibilidade lésbica e mesmo que eu não tenha feito nada muito especial e que tenha acontecido várias coisas não tão legais assim, eu tentei me orgulhar de quem sou e da luta de todas as lésbicas que vieram antes de mim, mas eu quero falar sobre isso num outro momento. 

Bom, vamos às leituras né?!


No geral, só tive leituras boas! Todas me divertiram e me fizeram muito feliz durante o tempo que me acompanharam! Mas eu vou dar destaque para duas: Antes que você diga sim que é uma comédia romantica onde a noiva se apaixona pela madrinha de casamento e é uma leitura incrivel demais e Confissões, que foi meu primeiro thriller japonês! Eu adoro thrillers mas ainda não tinha tido contato com nenhum que não fosse norte americano ou europeu e essa leitura foi incrivel, eu devorei o livro e dei um berro no final que meu deus HAHAHAHAHAHAHA

Ah, antes que surja o questionamento: Elas em legitima defesa é uma não ficção e eu cheguei a conclusão de que não quero mais dar estrelinhas para Não Ficção, é só por isso que não tem nota! Mas é uma leitura que precisa ser feita e se eu pudesse, tornaria ela obrigatória nas escolas!


Os assistidos foram só três, pois acabei ficando mais na zona de conforto com Dr. House e Friends HAHAHAHAH

Admiravel mundo novo (globoplay) é a adaptação do livro de mesmo nome, é uma séria MUITO boa e que me fez ter vontade de reler o livro, eu adorei essa trama! Pray Away (netflix) é um documentário sobre uma instituição que fazia a "terapia de reversão sexual" e eu ainda vou escrever um texto sobre ela, assim que eu me recuperar do baque desses relatos. Duas rainhas (netflix) é um filme que me deixou bem pensativa, mas eu gostei muito e uma coisa dessde filme que me agradou muito foi a fotografia e o figurino que são a coisa mais linda da vida!

Bom, esse foi o meu mês de agosto! O post ficou pequeno porque eu tava precisando de dias mais amenos e mais calmos, acho que acabei fazendo as coisas no meu tempo e tentando não me cobrar muito, o que é bem dificil.

Me conta aqui como foi seu mês, o que você leu, o que viu e se conhece algum dos livros que citei!

Até o proximo post!