É quase meu aniversário. De novo.

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Mais uma vez estou em contagem regressiva pro meu aniversário. Hoje, dia 10 de setembro, falta exatamente um mês pros meus 24 anos. Se eu dissesse que passaria mais um aniversário trancada em casa com uma pandemia ainda acontecendo lá fora, eu realemnte não acreditaria. Na verdade, ainda é dificil acreditar que fazem dois aniversários que estou trancada em casa. Nem nos meus piores pesadelos eu imaginaria isso, quem dirá os desafios que nosso país vem enfrentando, essa derrocada que estamos vivendo. Mas, posso comemorar uma coisa: Esse aniversário eu estou 50% imunizada contra essa doença terrivel. Já é um bom começo.

Também estaria mentindo se dissesse que aprendi muita coisa com a pandemia. A única coisa que eu tenho certeza agora é que eu consigo ir muito longe nos buracos aos quais eu me enfio por conta de problemas mentais e crises e pessoas que não colaboram. Eu não fui uma pessoa super mega produtiva na pandemia. Eu não cresci na pandemia. Eu não evolui. Desde que tudo isso começou eu tenho vivido um dia de cada vez, tentando sobreviver do jeito que dá com os preços subindo cada dia mais, com as contas aumentando, a falta de dinheiro, a insegurança e o medo.

Em 2021 eu cheguei em um lugar horrivel, eu tinha medo de sair de casa e tive crises de ansiedade fortissimas e minha esposa me obrigou a procurar terapia. Se não fosse pela minha psicológa que tem me ensinado tanta coisa, por mim que me dispus a ser ajudada, não sei onde eu estaria.

Nesse tempo, eu tenho tentado fazer uma contenção de danos que tudo isso tem me causado. Comecei a meditar e isso tem ajudado, principalmente os exercicios de respiração. Comecei a fazer yoga pra ter menos dor nas costas e muitas vezes, me desligo do celular pra não ter que ver noticias que vão me deixar mal e, quase sempre, os livros me serviram de refúgio pra esse inferno que acontece dentro e fora de mim. 

Muita coisa sobre mim e sobre o que eu pensava da vida mudou, mas ainda é cedo pra decidir se é bom ou ruim. Desisti de muita coisa ao longo desse percurso, também fiz amizades novas e aprofundei alguns laços que já existiam antes da pandemia, numa tentativa de me agarrar a algo real, sabe? Não é sempre que isso funciona, mas eu tento ao máximo me esforçar pra fazer dar certo.

Mas, uma das únicas coisas boas que eu aprendi nesse tempo, incluisve foi na terapia, é que eu posso e devo me permitir frustrar as expectativas do outro sobre mim. Eu não devo ser responsavel pelo que o outro projeta em mim, pelo que ele espera que eu faça. Eu só sou responsavel por aquilo que tá dentro de mim e isso já é muita coisa. Me permitir frustrar essas projeções é algo muito libertador, uma coisa tão pequena, mas que pra mim foi como se um mundo novo tivesse se mostrado. 

Eu espero que esse novo ciclo seja um pouco mais otimista do que esse que tá se encerrando agora, que eu consiga entender que, na verdade, quem importa mesmo sou eu. 

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