Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre um quadrinho que aqueceu meu coração de formas inexplicáveis. Uma leitura que foi tão quentinha e acolhedora que eu queria ter lido quando era adolescente e tava sofrendo com a questão de não pertencer a lugar nenhum. 


Arlindo é um adolescente dos anos 2000, assim como eu! Ele gosta de cantar Sandy e Júnior, sair com os amigos e viver essa fase da vida do melhor jeito possivel numa cidade no interior do Rio Grande do Norte. Também ajuda a mãe a cuidar da irmã mais nova e fazer doces pra vender. Um adolescente normal.

Porém, por mais que ele se esforce, muita gente não o aceita. Seu pai fala coisas maldosas a seu respeito e muitaas pessoas o chamam de "viadinho", ele acaba tendo que buscar apoio em outras pessoas.

Mas, pra mim, a melhor parte da história é quando ele, junto com os amigos, percebem que não vale a pena se doer por conta desse tipo de gente, que lutar por quem eles são é muito melhor e gratificante. E foi ai que a história me pegou.

Quando mais nova, já falei várias vezes por aqui, eu sofri bastante com isso de pertencer a algum lugar. Quando entendi que eu sou lésbica, meus pais não aceitaram muito bem e muitas pessoas se afastaram de mim. Depois de um tempo, eu acabei encontrando pessoas nas quais poderia me agarrar mas isso levou anos.

É muito triste saber que, isso que o Arlindo passou, muitos adolescentes LGBTQIAP+ passam também, as vezes de um jeito pior. Ter amigos que te entendam e te apoiem é algo que eu prezo muito hoje em dia. Mesmo que sejam poucos, meus amigos sempre estão ali do meu lado pra me ajudar nessas questões.

Eu chorei muito nessa parte aqui do lado, quando todos estão se apoiando e a mãe do Arlindo também o apoia incondicionalmente, isso faltou pra mim e acredito que fiquei mais emocionada ainda por conta disso.

Essa Gaphic Novel é uma das coisas mais sensiveis e bonitas que eu li. Cheia de regionalidade, amor, amizade, anos 2000 e toda a cultura daquela época (inclusive os sms), mexeram comigo e me transportaram pra um lugar meio distante, mas que ainda me dói bastante.

Os traços da Lu são lindos e muito caracteristicos, eu amei demais a experiência que foi ler a história do Arlindo! Saber que a gente não tá só é muito importante pra continuar lutando e resistindo. Obrigada por isso, Lu!


 Olá, como você está hoje?

Hoje eu vim falar sobre o primeiro mangá que eu li e devo começar dizendo que ler "ao contrario" foi um desafio pra mim. Minha esposa, a Renata, é mais habituada nessa coisa de mangá pelo fato de sempre ter curtido essa cultura. Mas eu nunca fui muito fã de anime e nem de mangá, mas com esse eu fiquei bem curiosa pra ler por conta da protagonista ser lésbica e que a primeira experiência sexual dela foi com uma prostituta, mas o mangá ainda vai mais fundo e fala sobre muitas coisas que fizeram muito sentido pra mim.


A protagonista é a própria autora do mangá e isso logo de cara me impressionou. Ela tem muitas questões consigo e muitos problemas psicológicos. Uma das coisas que mais a incomoda é uma parte da cabeça dela que não tem cabelo porque ela mesma tirou. 

Também é falado algo que fez muito sentido pra mim: a aprovação dos pais. O sonho da protagonista sempre foi viver da arte, mas ela procura bicos incessantemente pra poder agradar os pais que sempre disseram a ela que o certo é ter um emprego, pagar aluguel e afins. Por um tempo, até dá certo, mas as crises depressivas dela pioram e ela precisa voltar a morar com os pais e isso da aprovação se intensifica mais ainda.

Junto com tudo isso, ela também percebe a solidão dentro dela e questiona muita coisa sobre a sexualidade dela, e é nesse momento, entre surtos de aprovação dos pais e a vontade de ser uma adulta, que ela resolve transar pela primeira vez e pra isso, ela marca com uma prostituta. Depois disso, ainda surgem muitos questionamentos, afiinal, estamos sempre nos questionando né.


Esse mangá e muito intenso, ele realmente não é recomendado pra menores de 18 anos, não só por ter cenas de sexo, mas por descrever vividamente muitas crises depressivas e ansiosas, em alguns pontos essas descrições me deixaram meio incomodada e eu precisei pausar a leitura e tentar ler outra coisa que me incomodasse menos.

Além dessa coisa da aprovação dos pais que fez muito sentido pra mim, inclusive trabalho isso na terapia, o ponto da solidão fez muito sentido pra mim. Minha solidão não é a mesma da protagonista, mas também dói muito, parece que o fato de ser lésbica (sim, só isso, porque de resto eu tô completamente dentro dos padrões) faz com que eu me sinta excluida e diferente de todo mundo que me rodeia diariamente. Muito doido né?

Eu adorei o primeiro contato com o mangá. Os traços de Kabi são muito bons e o humor é bem peculiar, eu gostei bastante. Vale muito a pena ler mas eu recomendo ir com calma, é uma leitura bem pesada.

Me conta aqui, já conhecia esse mangá? Tem o hábito de ler?

Até o próximo post!


Olá pessoas, como vocês estão? 

Por aqui as coisas andam bem corridas mas, quando se trata de leituras, tá tudo bem devagar, quase parando na verdade HAHAHAHAHA


Hoje eu vim conversar com vocês sobre um livro de terror, bem curtinho e bastante dinâmico que eu recebi em parceria com a Editora Caligari e, se você se interessar pelo livro, você pode comprar ele aqui e usando o cupom UNICORNIO10 você ganha um descontinho e me ajuda também! Vamos lá?




Aqui, vamos conhecer a história da Dora, uma mulher que mora numa cidade daquelas bem pequenas, cheia de gente fofoqueira e histórias bizarras no interior do estado de Minas Gerais. Ela está procurando emprego agora que decidiu voltar a morar por lá e ela encontra a oportunidade perfeita no único hospital psiquiátrico que existe na cidade.


Como toda boa história de terror, esse hospital e a família que o fundou, também é rodeada de segredos e histórias que nem os habitantes da cidade podem confirmar. Porém, como boa cética que é, Dora ignora isso tudo e decide tentar entrar no emprego.


Claro que ela consegue o emprego, mas aí as coisas começam a ficar um pouco estranhas a cada dia que passa. Aparentemente, o hospital só abriga mulheres e elas passam a maior parte do tempo dopadas e nas fichas desses pacientes, não há nada que explique o motivo de estarem ali. Juntando com o fato de que a própria Dora começa a experienciar algumas coisas meio bizarras e duvidar da sua sanidade, temos uma história incrivel.




Eu tava muito curiosa pra ler esse livro e nossa, eu adorei! Não é segredo pra ninguém que eu amo uma história de terror, ainda mais se for um terror lésbico pois sim, a Dora tem uma namorada ao longo da história que é aquele casal que me deixou de coração quentinho!


A escolha da autora de colocar toda a trama num hospital psiquiatrico e numa cidade minuscula foi muito acertada, isso deu um toque muito brasileiro e real pra história. Além disso, o livro aborda lesbofobia, “terapia de reversão sexual”, machismo e união feminina, pontos que me encantaram bastante na história e que foram muito bem trabalhados. 


Durante a leitura das quase 200 páginas, eu me vi torcendo demais pela Dora e, na hora que acontece o ponto de virada do livro, eu não consegui mais parar de ler e acabei a história gritando de desespero e felicidade HAHAHAHAHAHA E a razão por trás do nome do livro também é bastante assustadora e eu real fui pesquisar sobre e deu até um medinho.


Adorei o primeiro contato com a escrita da Luísa Bento, foi uma leitura muito boa e eu quero ler mais coisas dela em breve! E ai, já conhecia o livro? Você também gosta de histórias de terror?

 Olá pessoas, como vocês estão? Hoje eu vim conversar um pouco sobre os últimos dias da minha vida e como esse ano tá insano. E claro, pra não perder o hábito, também vai rolar resumo desses meses que eu sumi.

Photo by Diego San on Unsplash

Desde que a pandemia começou, não tem sido fácil pra ninguém. Mas em outubro e agora em novembro, as coisas ficaram bem mais complicadas. Perto do fim de setembro, eu e a Renata pegamos covid. Mesmo que nós tenhamos tomado muito cuidado, alguma coisa aconteceu e, talvez pela volta do trabalho presencial, acabamos nos infectando. Foi um periodo dificil, eu precisei tomar antibiótico por conta da minha saúde ser bem frágil. E eu devo dizer que até agora eu não me sinto 100% recuperada. Mas a Renata tá super bem!

Depois disso, eu já achava que não poderia ficar pior mas ficou. Uma das minhas gatinhas sumiu durante 7 dias, pouco antes do meu aniversário. Eu nunca senti uma dor tão grande, precisei fazer sessão de emergência com a minha psicológa, eu entrei num buraco que eu nem sabia ser possivel entrar. Depois de 7 dias, achamos ela e a resgatamos. Não vou entrar em detalhes, mas ela estava presa dentro de uma casa na mesma calçada da minha casa, sem comer e beber por todo esse tempo. Não sabemos se foi de propósito, mas suspeitamos que sim. 

Quando toda essa dor começou a amenizar eu percebi que, de novo, eu tava ultrapassando meus limites e me forçando a fazer coisas que eu não dou conta de fazer, sustentar um peso que não consigo. Obviamente que eu sou privilegiada por ter a chance de fazer terapia e me conhecer e entender que eu flerto com o sofrimento mais do que eu imaginava que flertava. Por isso eu precisei ir com calma e redefinir as minhas prioridades, por isso eu acabei parando de postar por aqui e no insta.

Mas agora, eu sinto que tá tudo bem e que eu me sinto pronta pra voltar, porém respeitando meus limites e a minha criatividade. E ah, eu mudei a cor do cabelo também! Agora ele tá verde, mas eu confesso que não gostei muito, achei que a tinta tá desbotando muito rápido. 

Bom, vamos ao que eu li nesse periodo de afastamento.


Durante esse tempo eu acabei percebendo que também tava me forçando a ler, algo que, depois de perceber, tentei pensar como algo divertido, como antes. Agora eu leio quando tô com vontade e é isso ai, não vou me forçar a nada. Eu adorei a meioria das leituras que fiz e tem sido um periodo bem bacana.

De assistidos, eu confesso que não vi quase nada. Terminei mais um dorama e terminei de ver Stranger Things, foi basicamente isso HAHAHAHAHAHAH

Eu termino esse texto falando que eu tô feliz e tranquila, eu realmente me sinto mais confortavel na minha rotina e, depois de um tempo, tô me permitindo voltar a sonhar e voltar a ter pensamentos bons sobre o futuro. Eu espero que continue dessa forma. E, só pra não perder o hábito: caso você queira ver mais sobre minhas leituras e conversar, me segue no instagram, é só clicar aqui. 

Até o próximo post!