Olá brilhinhos! Como vocês estão?
Hoje eu vou tomar um café com uma mulher incrivel demais! Conheci a Ju no ano passado por causa do livro dela e no lançamento do livro, tive a honra de trabalhar com ele! Já falei sobre ele no instagram e vou deixar os links aqui embaixo. Vamos lá?
Compre o livro | Veja o video sobre ele
Primeiramente, muito
obrigada por ter aceitado conceder a entrevista! É uma honra falar contigo! Pra
começar, conta pra quem ainda não te conhece quem é você na fila do pão?
Falou de pão na hora
do nosso café, já bateu uma fominha! Bom, eu sempre fico meio perdida assim pra
me apresentar, mas vamos ao principal: Eu sou a Juliana, tenho 18 anos e moro
no Rio de Janeiro. Libriana com ascendente em peixes, apaixonada por um milhão
de coisas e recentemente me descobri apaixonada pela escrita! Sou lésbica e escrevo
sobre outras mulheres que amam mulheres.
Borboletas pra lá e
pra cá começou a ser publicado no wattpad e depois foi pra uma publicação por
editora e esse é teu primeiro livro publicado, né? Como que foi que tudo isso
aconteceu?
Isso mesmo! Não só
publicado, como meu primeiro livro oficialmente. É a primeira vez, depois de
crescida, que eu pego pra escrever alguma coisa e deu no que deu. Na verdade,
eu comecei o Borboletas sem a mínima intenção de algo acontecer, meu sonho de
ser escritora tinha ficado guardadinho lá na infância e eu nunca mais toquei
nisso, tinha desistido. Com a quarentena eu comecei a escrever e, por falta de
nos enxergar nos espaços e nos romances , decidi eu mesma criar um. E foi aí
que o Borboletas nasceu! Eu mostrei pra algumas amigas e colegas antes dele ir
pro Wattpad e foram elas que me encorajaram a postar. Entre elas, estava a
Nathalia, que trabalha na Editora Caligari e foi a responsável por tudo isso
acontecer! Graças à ela, meu sonho de ser escritora não só voltou à tona, como
também virou realidade.
E o processo pra
escrever a história como um todo, todos os acontecimentos e tal, como que foi?
Você teve alguma rotina de escrita, colocava música, como que rolou?
Eu costumo dizer que
não teve um processo! As coisas foram acontecendo sem muito planejamento.
Quando eu vi que o que eu tava escrevendo estava, de fato, virando alguma
coisa, tentei planejar. Criei um perfil pra cada personagem, anotei todas as
cenas que eu queria que acontecessem, qual era o objetivo da história e enfim.
Mas com o tempo, as personagens foram criando vida e um planejamento que eu
tinha para cada capítulo ia por água abaixo porque elas praticamente tomavam
atitudes por conta própria! Eu tentava escrever um pouquinho todo dia, mas vira
e mexe não conseguia por N motivos, e sempre colocava uma musiquinha no fone
pra me desvincular do ambiente em que eu estava também. No final, foi um
processo super divertido e eu me vi apaixonada!
De onde que veio a
inspiração pra criar a Thaila e a Laís e todas as amigas delas? Tem um pouco de
você ou de alguém que você conhece nas personagens?
Muita gente que me
conhece fala que eu e Laís somos parecidas, mas eu defendo insistentemente que
não! Em algumas teimosias e certas manias, até sim, mas somos muito diferentes.
A Thaila eu acredito que foi nascendo do jeitinho dela mesmo, é única.
Analisando bem, dá pra notar um pouquinho das minhas amigas em cada uma das
meninas. É uma mistura meio doida, não tem alguém específico pra cada
personagem, mas acho que tirei um tiquinho do nosso convívio e me inspirei
nisso pra criar uma amizade tão gostosa que nem a delas.
Ainda nos
personagens, você teve que lidar com muitas pessoas nesse livro, como que você
fez pra não esquecer ninguém e dar um arco pra todas elas?
Olha, te falar que
não foi fácil não! Toda hora eu me pegava pensando: "Tá, mas tem fulana.
Como que ela vai terminar?", mas no fim das contas as coisas foram meio
que fluindo naturalmente e cada uma delas já estava destinada. Um dos meus
maiores medos foi ter deixado alguém de lado, porque eu mesma sempre fico
triste quando vejo um personagem com potencial não tendo nenhum foco em um
livro/filme, então acho que esse medo me impulsionou a tomar mais cuidado com
isso e prestar atenção em cada uma delas.
Eu bato muito na
tecla de que a gente precisa cada vez mais dar voz a mulheres que escrevem
sobre mulheres se amando, mais ainda se forem lésbicas, acho que a gente tem um
caminho enorme pra percorrer nesse role ainda, tanto do seu lado escrevendo,
quanto do meu, procurando e falando sobre. Quão importante e significativo pra
você foi ter escrito um livro com lésbicas, que falasse sobre esse amor e sobre
amizade entre lésbicas também?
Foi significativo
demais. Acho que meu maior impacto para começar o livro foi ficar procurando
livros e filmes com representatividade lésbica que realmente representasse. Eu
sempre via uns filmes em que a personagem se descobria e vivia sozinha no mundo
sendo a única sapatão e ficava “Mas isso tá errado! A gente anda em bando!”. E
isso quando encontrava, né, porque nossas opções são extremamente limitadas!
Então, no fim das contas, deixar tudo a nossa cara me deixou feliz demais! Ver
as meninas dizendo que se identificavam e que as amigas eram parecidas deixou
meu coração quentinho.
Quais autoras te
inspiram? Quais são suas referências?
Acho que vou citar
minhas favoritas aqui: Elayne Baeta e Mary Abade. Ambas são uma inspiração
enorme, assim como são referência.
Uma pergunta polêmica
que mandaram no meu instagram e eu achei o máximo: qual a sua personagem
preferida de Borboletas e por qual motivo? Acho que pode escolher mais de uma,
mas não podem ser todas!
Thaila Fontana!
HAHAHAHAHA Acho que ela é a de quase todo mundo. Eu vejo muita pureza na Thai,
o sentimento dela é bonito demais, a forma que ela se expressa e se importa,
mas o que ninguém fala é que, no fim das contas, ela é tão complicada quanto a
Laís. Tem a Lorena também, ela tem muito meu coração. Acho que a cena do
banheiro foi crucial pra ela se tornar tão importante pra mim. Acredito que ela
tenha ganhado muita gente ali também.
O que você diria pras
escritoras lésbicas que tão aí publicando seus livros de forma independente? E
pras sapas mais novinhas que não tiveram esse acesso a literatura sapatão que a
gente tem hoje?
Escritoras, não
desistam. Tenham sempre em mente que o que vocês estão fazendo é lindo. É
importante. Nunca deixem ninguém dizer o contrário. E pras meninas que estão
tendo a oportunidade de se descobrir enquanto podem se enxergar nos lugares:
APROVEITEM! Apoiem quem está fazendo isso por vocês, desfrutem disso. É uma
beleza ver que o seu amor existe e é válido. A gente faz isso por vocês
também!
O que a gente pode
esperar do futuro? Tá com algum vem aí em andamento?
Segredo… Mas talvez…
80% de chance que saia algo esse ano! 50% de que tenham dois “Vem Ai” pra esse
ano. Mas eu não falei nada pra vocês, se não minha assessora Nathalia Perrone
me mata.
Tá acabando, espero
que cê tenha gostado do papo e, antes de ir, deixa aqui onde a gente pode te
achar nessa internet!
Gostei demais! Muito
obrigada pelo convite, Bia. E a todo mundo que mandou perguntinhas também!
Adorei participar. Olha, vocês podem me encontrar com @juuzreis em qualquer
rede social, viu?!