Oi, tem alguém aí?
Eu sumi por bastante tempo e não sei bem por onde começar esse texto, visto que faz algum tempo que não escrevo nada pra cá. Mas eu achei uma forma de voltar a falar de livro e explicar também o motivo do meu sumiço e é estranho como esse livro e a minha situação se interligam.
Eu tenho certeza que em algum momento da sua vida alguém já te disse que “quanto mais tempo você olha pro abismo, o abismo te olha de volta” ou qualquer coisa nesse sentido. Aqui conhecemos o Luís. Um cara que nunca quis preocupar ninguém. Ele mora com sua mãe, estuda e tem amigos próximos e até aí, tudo bem.
Um dia, marcas estranhas começaram a aparecer pelo seu corpo e é quando ele conhece o Vazio, uma entidade devoradora de almas que afeta não só ele, mas todos ao seu redor. E agora ele precisa lutar contra ele mesmo pra não ser devorado pelo Vazio e para que nenhuma das pessoas que ele ama seja devorada também. Acho que já deu pra entender né?
Eu, assim como o Luís, passei por um processo de adoecimento e esse ano fui diagnosticada com depressão - sim, o meu Vazio - e eu estou me tratando com remédios psiquiátricos e terapia toda segunda feira. Entretanto, essa doença tira tudo de nós, tira até coisas que amávamos e é muito difícil sempre estar acompanhada do seu próprio Vazio. Tanto é que eu estou tentando voltar com o blog como recurso terapêutico, tentando resgatar as coisas que eu amo fazer. No livro, brilhantemente escrito pelo meu melhor amigo, é possível ver todas as nuances da depressão e como ela nos consome por inteiro e quão angustiante é viver isso na pele, conviver com esse negócio.
Eu não me canso de elogiar o trabalho do Gogun na escrita, é maravilhoso o quão bem ele consegue retratar esses sentimentos, a falta de ser, a falta de pertencer, a falta de não saber pra onde ir, o que fazer e saber que a sua própria cabeça não é um lugar seguro e essas coisas estranhas que afetam a nossa vida e que eu mesma não consigo colocar em palavras - e olha que eu tô na terapia fazem quase 3 anos. Com esse livro, Gogun consegue mostrar o quão avassaladora a depressão pode ser, e deixa bem claro no começo do livro que a história do Luís é uma tragédia, não tem nada de feliz ali.
Eu não quero que a minha história seja uma tragédia e por isso sigo lutando contra essa doença e contra a minha cabeça, pra continuar existindo. E mesmo que isso pareça forte e corajoso da minha parte, não é, eu demorei muito pra aceitar que eu precisava de remédios, que iria demorar pra achar aquele que funcionasse e passar por tudo que estou passando.
Então, com esse texto que, me atrevo dizer, é a minha volta pra esse lugar seguro que eu criei e com esse livro que faz todo sentido no momento, eu digo: se você está passando por um momento difícil, têm se sentido sozinhe, triste ou qualquer coisa assim, procure ajuda no CAPS da sua cidade ou ligue para o CVV, peça ajuda. Reconheça seus limites e saiba que você não precisa ser refém do seu vazio pelo resto da vida, mesmo que agora pareça que ele vai te consumir e drenar toda a sua vida e tudo que mais importa, existe tratamento, é possível fazer com que eles não te dominem mais.
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ResponderExcluirTubidy músicas pop