Menina Boa Menina Má - Resenha de Unicórnio

Menina Boa, Menina má

Ali Land

Editora Record

Nota: 4,5 / 5 ✰'s

"Não vamos ser perturbados.

Eu já soou perturbada o suficiente,

eles acham."

Sinopse

Os corações das crianças pequenas são órgãos delicados. Um começo cruel neste mundo pode moldá-los de maneiras estranhas Nome novo. Família nova. Eu. Nova. Em folha. A mãe de Annie é uma assassina em série. Um dia, Annie a denuncia para a polícia e ela é presa. Mas longe dos olhos não é longe da cabeça. Os segredos de seu passado não a deixam dormir, mesmo Annie fazendo parte agora de uma nova família e atendendo por um novo nome — Milly. Enquanto um grupo de especialistas prepara Milly para enfrentar a mãe no tribunal, ela precisa confrontar seu passado. E recomeçar. Com certeza, a partir de agora vai poder ser quem quiser... Mas a mãe de Milly é uma assassina em série. E quem sai aos seus não degenera…

"Certas coisas nunca devem ser reveladas, como vocês costumava me dizer.

Mostre apenas o lado do qual você sabe que as pessoas vão gostar.

Confiar."

Resenha

Annie é filha de uma serial Killer que usava sua profissão de enfermeira para acalmar os corações da mulheres em situação de perigo e acabava por sequestrar e matar as crianças delas em um quarto de sua casa chamado Playground.

Um dia, quando mãe aprisionou um garotinho no qual ela conviveu no abrigo, ela resolve que não quer mais compactuar com isso e vai à polícia denunciar a mãe e as barbaridades dela.

Então, ela ganha um novo nome, Millie e vai morar com uma família temporária até que o julgamento da mãe aconteça, enquanto isso ela se prepara psicologicamente pra isso com seu “pai adotivo” que é um psiquiatra.

Temos também a presença marcante da Phoebe, a filha do casal, uma menina realmente insuportável, que faz bullying com a Millie e faz de tudo pra ela ir em bora logo. Admito que achei a menina um pouco complexada porque o pai dá muita atenção pros pacientes e mãe dela é uma banana.

"Mais inquietante do que é a dor é o amor

quando ele é errado."

Opinião

Achei um livro sensacional!

A narrativa em primeira pessoa faz com que vejamos o mundo e os pensamentos como a Millie vê. Apesar dos abusos e traumas que passou com a mãe, a menina ainda tem um laço muito forte com a mãe e conversa com a mãe em pensamento. Cada atitude dela tem uma voz da mãe ali no fundo, tem um dedo dela ali.

Conviver com essa dualidade do livro é algo muito insano, os conflitos que ela tem, em tentar não ser má como a mãe e quando ela não consegue ou faz algo que lembra a mãe… Acompanhar esses altos e baixos dela, os conflitos, é tão agoniante, me deu tanto desespero que eu não sosseguei enquanto não terminei.

O tipo de escrita é fácil e já adianto que o final não é um plot, na verdade, não tem plot nenhum no livro, tem sim muitos acontecimentos que me chocaram mas eles ornam bem com a história que não dá pra ficar muito surpreso. Mas apesar do final não ser AQUELE final, eu fiquei passada com ele mesmo assim, levei uns bons dias ai pra me recuperar desse final.

Outra coisa que me deixou muito feliz com o livro foi a história da Ali, ela é formada em saúde mental e trabalhou por uma década com crianças e adolescentes em situações de risco, quase como a Mãe da Millie. Acho que esse embasamento todo, fez com que o livro ficasse tão bom e tivesse tantas coisas reais.

Acho interessante avisar que o livro tem uns gatilhos sobre relação familiar abusiva, bullying, estupro e algumas cenas fortes.