O post de hoje é sobre um livro que me doeu, um livro que
eu não consigo nem pensar que já me dói. Li esse livro pro Pamdle e nossa, que
livro. Hoje vamos conversar sobre ‘O Peso do Pássaro Morto’.
O Peso do Pássaro Morto escrito por Aline Bei e publicado
pela editora Nós em 2017 é facilmente definida como uma história de
autoabandono e renúncia, e talvez seja isso mesmo. Uma história narrada em
forma de versos, com quebra de linhas fenomenais e que fere. Cada linha é uma
ferida.
Aqui, acompanhamos a vida da personagem (que é inspirada na
própria autora) em várias idades da sua vida: aos 8, 17, 18, 28, 37, 48, 49, 50
e 52 que desde cedo é marcada pela morte e por perdas. Esse ciclo começa quando
sua melhor amiga morre e ela entende o que é a morte. Daí em diante, a
narrativa gostosa e fácil e muito rica em imagens (eu imaginei tudo
nitidamente), vai nos levando pela vida dessa menina.
Na vida adulta, ela passa maior parte do tempo no transito
ou sentada num escritório onde trabalha como secretária, é nítido o cotidiano
pobre e infeliz e, aos poucos, vamos vendo essa mulher ir em direção ao precipício,
se afastando não só de todos, mas de si mesma. Com o abuso sofrido na juventude,
o medo da repressão e a vergonha, ela se afunda nessa dor pelo resto da vida,
isso só mostra o quanto isso destrói as mulheres. Tanto que a narradora não tem
nome, todos os personagens tem nome, menos ela.
Conforme vemos a personagem crescendo, vemos o abuso
soterrado e o quanto isso a machuca e afeta a sua relação com o filho que é
resultado desse estupro, a relação com os pais e com o neto. É um livro que me
fez chorar de uma forma que eu nem sabia ser possível. Mesmo que eu tenha lido
o livro em uma sentada só, é um livro que me marcou muito e que vai ficar na
minha cabeça pelo resto da minha vida.
Se você tiver oportunidade de ler, leia. Mas leia com
cuidado, o livro é cheio de gatilhos e isso pode te fazer mal, assim como me
deixou um tanto inquieta.
Olá, tudo bem por aí?
ResponderExcluirNossa, parece ser o tipo de história que deixa a gente de bad por dias quando lembramos. Ainda mais sabendo que foi inspirado na história da autora. Adorei a sua resenha, mas acho que o que eu menos preciso no momento é uma história cheia de gatilhos. Muito ruim quando a gente fica se sentindo assim, não é? Acabei de seguir o seu blog, com certeza irei visita-lo com frequência.
Abraços!
www.acampamentodaleitura.com
é realmente é uma história muito pesada que pode fazer mal pra agumas pessoas, mas com toda certeza é uma história que vai ajudar a gente a refletir, isso é fato!
ExcluirObrigada!
Olá, tudo bem? Que interessante acompanharmos a trajetória de uma personagem durante vários anos. Achei importante você falar que pode possuir gatilhos, e acho que também irei chorar bastante! Dica anotada!
ResponderExcluirBeijos
é muito bonito ao mesmo tempo que é sofrido.
ExcluirNão sei se teria coragem de ler por ser sofrido, tento evitar temas assim. Mas parece ser um ótimo livro.
ResponderExcluiré mesmo, mas acho que o sofrimento faz a gente pensar em coisas que não pensariamos se fosse um livro feliz, sabe?
ExcluirEu aproveitei que esse livro estava gratuito na Amazon e baixei. Não vejo a hora de ler, pois já sinto que vou me envolver e emocionar
ResponderExcluirSai da Minha Lente
leia mesmo, é super rapidinho e garanto que você não sairá a mesma da leitura!
ExcluirOlá
ResponderExcluirSofri violência sexual na adolescência e isso marcou demais minha vida amorosa. Até hoje fico muito apreensiva e até em estado de alerta quando vejo homens tentando me conquistar, porque acho que eles vão querer me abusar, mesmo com anos de terapia isso ainda machuca e define muito das minhas atitudes.
Beijos
eu também passei por isso quando era mais nove e isso me afeta até hoje, tanto que eu não consigo ficar sozinha com um homem, sempre da um panico tremendo.
ExcluirEu tenho muita vontade de ler esse livro, sei que vai ser difícil em vários momentos, mas também sei que será uma excelente leitura. Adorei a resenha!
ResponderExcluirEu não sabia sobre essa obra, mas já sei que seria uma que mexeria muito comigo. Que resenha linda!
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