{OPINIÃO} Diário Simulado - Delson Neto

 E ai meus brilhinhos, como vocês estão?

Uns bons dias atrás eu postei um textinho falando que eu tava de férias e tal, mas que ainda tinham alguns livros que eu queria muito conversar e bom, cá estou! Em outubro tivemos a maratona literária de halloween e esse livro foi um dos que li pra maratona.

Eu devo confessar que estava meio receosa de ler porque não tenho o costume de ler ficção científica ainda mais com os pontos que tem nesse livro, mas de tanto ver pessoas que eu confio falando bem do livro e achar a capa muito bonita, decidi arriscar. Vamos lá!

VENCEDOR DO PRÊMIO THE WATTYS 2018 NA CATEGORIA "CRIADOR DE MUDANÇAS"

O limiar entre o real e o virtual pode ser tão perigoso quanto a travessia da juventude para a vida adulta. Os caminhos são diferentes, mas as escolhas que apresentam são mais parecidas do que alguém pode pensar.

Shura sabe que não tem a vida perfeita. Ela não precisa que lhe digam que sua família é disfuncional ou que ela não tem perspectiva de futuro. O que ela precisa é de um plano — e isso, felizmente, ela tem. As luzes da cidade não a impedem de imaginar um futuro, mas a cegam o suficiente para que ela deseje nunca ter olhado para trás.

Prepare-se para uma odisseia por diversas referências da cultura pop. Depois de mais de sete mil leituras no Wattpad, o premiado Diário simulado chega em uma nova edição, com novo visual e um conto inédito.

 

Bom, como eu falei no começo, esse livro é uma ficção cintifica protagonizada por uma lésbica, a Shura. Ela vive em Nova Avalon, que é uma cidade futurista e cheia de cores fortes (pelo menos na minha imaginação) mas que também tem suas falhas bem escondidas. 

Porém, tudo começa a ficar mais estranho ainda quando acontece um ataque “rebelde” em um local em que a Shura está e eles afirmam que estão tentando libertar os moradores de Nova Avalon, para que eles vejam a verdade, que vejam além das “brumas”. É nesse ponto que a história fica doida, pois além de ter que lidar com os conflitos da Shura como a relação com a Violet (sua namorada), relação familiar, o fato de que ela quer ser policial e todo esse tormento de que absolutamente nada é o que parece ser, somos colocados nesse mundo doido e cheio de coisas pra explodir a cabeça. 

 

“Se você é quem diz ser, então nós somos aquilo que você desconhece de si mesma”

 

É até difícil falar dessa leitura, tanto que eu terminei ela em outubro e só consegui processar ela agora e acho que nunca entenderei completamente o que rolou. Mas duas coisas são muito importantes na hora que você for pegar esse livro: Nada, nada mesmo, é o que aparenta ser e, segundo, você vai sentir muito ódio da Shura porque ela é uma anta. 

Continuando, o livro é dividido em duas partes e tem um conto no final que vai te deixar bem pirado da cabeça, mas logo no início a gente entra nessa pira da cidade e conhece mais de perto a Shura e as ambições dela e dá pra ver que ela é meio pirada da cabeça também. Então a gente vai percorrendo esse caminho até um ponto crítico, que é o primeiro ponto de virada da história, daí pra frente é só ladeira abaixo mesmo.

Como eu falei, foi uma leitura bem fora da minha zona de conforto mas foi uma experiência incrível ler essa história e ver como a ficção científica nacional tá muito bem representada. É difícil processar 100% da história, mas ela te deixa muito com a pulga atrás da orelha. As coisas vão acontecendo e eu fiquei muito passada com a forma que o Delson “amarrou” a história e fez com que eu duvidasse de tudo que a Shura via e, muitas vezes, eu gritava com ela como se ela fosse ouvir, mas ela não ouviu.

Um ponto muito interessante da Shura, que é o que eu abordo aqui, é a sexualidade dela. Ela é lésbica e o Deslon é homem e eu sempre fico com o pé atras pra ler esse tipo de coisa, mas o Delson teve um tato incrivel em abordar a sexualidade dela como uma caracteristica, algo super natural e que não é forçado nem fetichizado, e toda as cenas de interação dela com a Violet são muito naturais e isso foi algo que me encantou logo de cara. Eu fiquei muito feliz de ver uma sapatão salvando o dia, ou tipo isso.

Por fim, pra não me alongar demais, é uma história muito bem feita, me agradou demais e me deixou pensativa durante um bom tempo, tentando entender o que a Shura tava fazendo da vida dela, o que é essa bruma, o que é real e o que não é real. A leitura é bem fluida, mas tem que prestar muita atenção nos detalhes, pois são eles que vão ajudar a coisa a fazer um pouco mais de sentido no fim das contas. Foi uma boa primeira experiência com a ficção científica nacional.

E você, gosta de ficção científica? Já ouviu falar desse livro? Já leu? Me conta ai!