Olá pessoas, como vocês estão?

Já faz um tempo que eu tô me dedicando a ler a série Sob o Céu da Noite Eterna que foi escrito pela Yasmim. Recentemente ela publicou o último livro da série que tem mais de mil páginas então eu tô pronta DEMAIS pra acabar essa série! Hoje, eu vou falar sobre o livro 2.5 dessa série. Ele é menor que os outros, mas não menos emocionante. Vou deixar aqui os links dos posts do primeiro e do segundo livro. Vamos lá?


Resenha Caçada às Estrelas da Noite #1

Resenha Canções às Estrelas da Noite #2





Esse livro é composto por 5 contos, todos eles contam histórias de personagens que eu já conheci nos dois primeiros livros e esses contos explicam muita coisa, mostram o que levou os personagens a serem quem são na série principal e eu vou tentar dar um resumo sobre eles sem spoiler. 


Os dois primeiros contos falam sobre a Rhenna, e eles contam sobre duas fases da vida dela antes do primeiro livro começar, que são: quando ela se casou forçada com Khan aos 12 anos de idade por causa de seu pai e quando ela conheceu os dragões e ficou “prisioneira” deles. Também conta a história dos filhos dela que é algo muito presente no primeiro livro, essa dor dela referente aos filhos. Nesses contos a gente entende tudo sobre isso. 


O terceiro conto fala sobre a Yanaa vulgo amor dragão da minha vida e ícone injustiçado e sobre o Klud, outro dragão. Vamos ver a infancia dela sob a perspectiva dele e também vai contar um pouco sobre o Dragão dos Dragões. Nesse conto, tem um breve contexto de como talvez a Yanaa tenha chegado onde ela chegou lá onde o primeiro livro começa. Foi bem interessante pra entender melhor a relação entre ela e o Klud também!


O quarto conto é narrado pelo Belpheggor que é um personagem muito presente nos dois primeiros livros e vai contar a história dele com uma das Estrelas da Noite. É basicamente explicando toda a bagunça que aconteceu pra que a história começasse, sabe? Sem muito segredo, mas bastante revelador pra entender as motivações desse homem que num vale nada. 


O último é narrado pelo irmão da Yanaa, o Vandoharen, que é o Dragão de Aço que aparece no segundo livro e, segundo o fim desse conto, ele continua no terceiro livro. É um conto que foi meio confuso pra mim, porém faz total sentido, levando em conta que esse dragão ficou louco quando posto em cativeiro e abusado e manipulado constantemente. Deu um contexto super interessante pra esse personagem que era um total mistério pra mim. 


Esse livro foi puro choro e desespero. Conhecer a história desses personagens foi algo que mexeu muito comigo, que me deixou bem desestabilizada. Conhecer eles pelo que é dito na saga principal é uma coisa, mas entender o passado deles é outra completamente diferente, eu sinto que criei um carinho maior por eles e quero enfiar todos eles numa caixinha, menos o Belpheggor. 


Eu acho super válido que se leia na ordem. Em alguns casos as pessoas costumam pular os spin off por algum motivo, mas nesse caso, precisa ser lido pois, segundo a autora, o terceiro e o último livro são puro desespero então esse livro ajuda a gente a ter um respiro HAHAHAH


Eu tô muito animada pra ler o próximo livro e já me sinto orfã sabendo que vou acabar essa série ainda esse ano. Como eu sempre falo nos posts dessa série: fazia muito tempo que eu não me entregava pra uma série de fantasia desse jeito. Absolutamente impecável! 


 Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vim conversar sobre meu mais novo livro favorito da vida! Antes que você diga Sim, escrito por Clare Lydon e publicado aqui no Brasil pela Editora Bookmarks (com tradução de Laura Pohl ) é uma comédia romântica meio no estilo Imagine eu e Você e que ganhou meu coração desde as primeiras páginas! Antes de começar, quero agradecer à Editora pela parceria e oportunidade de ler esse ícone! Vamos lá.




Abby tem a vida perfeita. Ela tem um emprego invejável, um noivo super gentil e que faz tudo o que ela quer, tudo perfeito. Ela e Marcus vão se casar em breve, mas ela tá meio esgotada de ter que conciliar tudo isso e ainda lidar com a mãe do Marcus que não vai muito com a cara dela, pensando nisso, o Marcus acha uma madrinha de casamento profissional na internet, a Jordan.


Jordan é uma mulher lésbica que trabalha como madrinha profissional. Basicamente ela cuida de tudo para que a noiva não precise se preocupar com absolutamente nada e só ser feliz. Ela fica responsável pelo casamento da Abby e do Marcus e, pra isso, ela finge ser uma amiga de infancia da Abby e elas se encontraram recentemente pela internet. Tudo sob controle, né? Nada pode dar errado.


Bom, pode. O que ninguém esperava (contém ironia da minha parte) é que a Abby e a Jordan SE APAIXONASSEM!!!!!!!!!!!!


“Acho que, às vezes, precisamos deixar coisas para o acaso. Ele pode te levar pra um caminho diferente, mas às vezes, pode ser divertido. Um caminho certo. Acho que estou preocupada de que quando me casar, todos esses caminhos vão se fechar pra mim.”


Eu nem sei por onde começar falando desse livro, sério. Sabe aquele livro que vem na hora e no momento certo e que você só quer surtar sobre ele e obrigar todo mundo que você conhece a ler? É esse. 


O livro me conquistou desde o primeiro capítulo, eu não me lembro de já ter lido uma comédia romântica adulta (os personagens todos tem mais ou menos 30 anos ou mais) e eu sou apaixonada no filme Imagine eu e Você, a experiência de ler esse livro é surreal.


A evolução dessa paixão entre as duas é tudo na minha vida, principalmente porque muita coisa acontece na despedida de solteiro da Abby, que acontece em Cannes!!! Sim, podre de chique, e nossa, imagina se apaixonar pela sua madrinha de casamento falsa em Cannes???? Tudo na minha vida! Mas não pense que foi uma jornada fácil, as duas tem muitos conflitos: A Abby se ressente de estar se casando com o Marcus e questiona muita coisa, afinal, ela deveria estar super feliz com esse momento, né? E a Jordan se questiona o que será do trabalho dela, pois ainda é um trabalho e nossa, como ela vai fazer pra continuar se alguém souber que ela se apaixonou pela noiva???


Esses questionamentos aconteceram durante toda a história e eu fiquei apreensiva e tive pequenos surtos o livro todo porque a tensão entre elas é tão palpável e tão forte! É uma história incrível demais, além de falar sobre o amor, fala sobre se permitir ser, se questionar sobre aquilo que você acha que é certo e entender que nunca é tarde demais pra alguma coisa, mesmo que às vésperas do seu casamento. 


O livro tem capítulos em curtos e dinâmicos, o que me fez ler essas 300 páginas em três dias. Eu me envolvi muito com a história e só torcia pra que elas ficassem juntas e sim, eu chorei no fim do livro! Os 4 últimos capítulos foram só choradeira e desespero. 


Por fim, se você tá procurando um livro leve, fluido, com personagens lésbicas e muita coisa pra dar risada, esse livro é pra você! Eu preciso de mais comédias românticas assim, meu coração implora!!


 Olá pessoas, como vocês estão?

Escrever sobre livros brasileiros é sempre uma responsabilidade enorme, pois as chances de o autor ver são grandes e eu sempre tento ser o mais sincera e educada possivel em tudo que eu escrevo, mas esse post é particularmente dificil de escrever pois eu acompanhei uma boa parte do processo de escrita desse livro, mas vou tentar.





Vamos Fugir? ou VF? para os íntimos, nos conta a história da Beth e da Anna, duas meninas que moram numa cidade litorânea minúscula e extremamente religiosa. 


A gente já começa o livro sabendo que a mãe da Beth saiu de casa e foi pra capital em busca de uma vida melhor pois sofria agressões do marido, ela promete voltar para buscar a menina mas, desde que saiu de casa, ela não teve noticias da mãe. A única coisa que ela tem é um pedaço de papel com o endereço do pensionato onde a mãe disse que ficaria. A relação dela com o pai também não é nada boa; ele a obriga a fazer todas as vontades dele e sempre a trata com desprezo. 


Anna também tem problemas com o pai. A mãe morreu uns anos atrás e, mesmo ela estando sempre animada e pronta pra fazer qualquer coisa, ela sofre e guarda muita coisa. As duas se conhecem um dia na escola e começam uma amizade que resulta num relacionamento cheio de descobertas e avassalador. 


Mas não se engane, não é só isso. A história ganha contornos sofridos quando Beth sofre um abuso do pai e então, Anna propõe que as duas fujam em busca da mãe de Beth na capital. Uma narrativa que se mistura a tráfico de drogas, abusos psicológicos, amores intensos e inúmeros questionamentos e amadurecimentos, tudo isso nos anos 2000 e narrado pela Beth. 


Eu sou suspeita pra falar dessa história, afinal eu trabalhei nela e acompanhei o processo dela, mas essas meninas foram muito importantes pra mim. Eu já costumo entrar de cabeça nas histórias que leio e quando eu comecei a ler uma versão bem diferente dessa que foi publicada, eu senti o peso dessa história.


Como mulher lésbica que se entendeu na adolescencia, eu passei muito do que elas passaram, de ser vista como errada na escola, de ter medo de sofrer violência e sempre ter a minha capacidade colocada em xeque por conta de algo que eu não posso mudar. Então, eu senti demais essa história. 


O foco da história não é bem o amor entre as duas, apesar de ser algo que eu amei, esse livro mostra cruamente o quanto mulheres são marcadas pela violência, pela misogina e pelo machismo. O quanto esses traumas reverberam em tudo que a gente faz, seja na vida pessoal, no amor, no trabalho, na escola, em tudo. E quando isso é colocado em forma de uma mulher lésbica, é ainda pior. 


Esse não é um livro triste, nenhuma lésbica morreu nessa história, é algo maior que isso. Não sei dizer se é um Thriller ou um romance policial, mas eu gostei demais desse livro e vou levar essas meninas pra sempre dentro de mim, a história delas é muito importante pra mim como pessoa, me marcou muito. 


Então se você gosta de romance policial e tá afim de ver essas meninas fugindo em busca delas mesmas, esse livro é pra você! Você pode encontrar o livro aqui.


Conheci e fiquei amiga do Yago por conta dessa história. Em um dia de 2020, antes da pandemia, ele me mandou um e-mail perguntando se eu trabalhava com leitura sensivel e eu disse que sim. Ele me mandou o arquivo, bem diferente do que é hoje em dia, eu li e surtei, adotei essas duas meninas como se fossem minhas filhas. Me senti tão intima dessas meninas que chegou a ser assustador. 

Desde esse dia, espero ansiosamente para que esse livro fosse publicado e finalmente esse dia chegou.  Tive o prazer de acompanhar essa trajetória, escrever o prefácio do livro e todos os surtos que aconteceram no processo. Hoje, o Yago conversou sobre esse livro comigo (mais do que já conversamos) e, no fim desse post, você pode ler o primeiro capitulo dessa história. E ai, Vamos Fugir?



Você já comentou que a ideia pra esse livro nasceu de um trabalho que você desenvolveu com vítimas de violência doméstica, mas como foi esse processo de lidar com isso, ter a ideia e desenvolver a história da Beth e da Anna?


É uma resposta complicada... Trabalhar nesse local me permitiu ouvir e acolher diversas histórias. Alguns casos mais absurdos do que outros. Coisas que embrulham o estômago da maioria. Lembro em especial de um caso envolvendo duas mulheres que fugiram de casa para viverem juntas. Aquilo me marcou por algum motivo. Acho que porque, de maneira lógica, eu mesmo nunca fugiria de casa por algo assim. Aquilo me capturou. Estranhamente, porém, eu já vinha pensando numa história de garotas nesse cenário de fuga. Cheguei a conversar com a Marina Feijoó sobre isso, queria que ela escrevesse algo assim own voices. Só que, ainda assim, não era o meu tipo de leitura. Precisava encontrar uma forma de contar. O trabalho continuou, como esperado, e a vontade de falar sobre violência doméstica e coisas relacionadas a isso foi aumentando gradativamente. Comecei a estudar ainda mais sobre o assunto, pensando em como traduzir em palavras tudo isso através da ficção.


Cheguei a cogitar adicionar personagens gays, mas a história daquelas mulheres fugindo para se juntarem me veio mais forte. Embora esse livro não tenha nada a ver com elas, acredito que era uma forma de contar a realidade através da ficção. Ainda assim, unir a ficção a realidade, violência e romance, foi como resolver um quebra-cabeças muito delicado. Um em que a menor peça mal-colocada poderia destruir toda a imagem. Então embora eu escreva rápido quando decido uma ideia, tive que tomar muito cuidado com cada detalhe - palavra, capítulo, expressão, cena. Mais do que o normal. Dessa forma, pensando honestamente, “Vamos Fugir?” foi a coisa mais complicada que escrevi até agora. Mas desenvolver a ideia, nem tanto. Faz sentido?



Uma das coisas muito presentes na história é o sentimento de não pertencimento das duas com relação ao mundo. Elas sentem que podem viver algo muito maior do que aquilo que a cidade pequena lhes dá, é um sentimento muito forte. Como foi colocar isso em palavras?


Huuuum… algum jovem se sente pertencente ao mundo? Não conheço nenhum adolescente que nunca tenha pensado sobre isso, sobre não pertencer, sobre querer fugir. Alguns mais profundamente do que outros, é claro, mas sempre há esse momento. E se você for um adolescente em uma cidade pequena como litoral ou interior isso é ainda maior. Cresci numa cidade assim e o mais comum era ver esse brilho nos olhos dos adolescentes sobre a capital. Como se ao terminar a escola ir para cá fosse mudar tudo e dar uma nova vida a eles. É algo bem cultural, eu diria. Claro, eu mesmo não era muito diferente - embora com circunstâncias bastante diferentes já que eu era originalmente da capital. Pensando assim, recolher o sentimento não foi difícil. Acho que ainda sinto que não pertenço muito bem a esse mundo, estando ou não numa cidade grande. A parte difícil de traduzir isso em palavras foi de encontrar como falar da mesma coisa com vozes diferentes. Beth é contida, não se expande muito sobre isso; Anna é bastante clara e direta sobre. Equilibrar essas duas formas de encarar o mesmo tema e ainda dosar o medo e a ansiedade em cima dessas mudanças foi um desafio. Daqueles gostosos de enfrentar.



Como foi pra você enquanto homem escrever sobre duas adolescentes lésbicas em processo de descoberta e ainda passando por tudo que elas passaram? Imagino que tenha sido um trabalho considerável pois eu li uma das versões da história em 2020 e aquela já não era a primeira versão…


Foi extremamente complicado, difícil e cansativo. Um desafio gigantesco, cheio de obstáculos. Apavorante. Acho que por isso eu gostei tanto de ter escrito. Um pouco masoquista talvez, mas é a verdade. Quando decidi escrever sobre lésbicas, a primeira coisa que me veio à mente foi como homens costumam errar feio nesse trabalho. Já não podia simplesmente escrever qualquer coisa. Só que, diferente de como você enxerga, eu nunca vi “Vamos Fugir?” como um livro sobre descobertas - porque se fosse eu não teria escrito. Pra mim é apenas uma história de amor com toques de suspense. Sim, o protagonismo é lésbico. Sim, elas vivem certas primeiras vezes e descobertas, mas VF? está longe de ser sobre isso. Faz parte delas, como faz da vida de qualquer pessoa, mas não é só isso. Ninguém é apenas sua orientação sexual. O foco sempre foi amor, suspense e traumas. É muito mais sobre como elas lidam com seus traumas - fugindo, se amando, lutando. Claro que, de novo, a sexualidade faz parte do desenvolvimento humano e nelas não é diferente, mas não é o foco nem a única coisa que determina a vida delas. A partir disso, eu escrevi sobre traumas psicológicos e seus impactos na vida de adolescentes. Por acaso elas são lésbicas, e por acaso elas passam por descobertas como qualquer outro adolescente. 


Por mais que eu diga isso, eu nunca tratei a história como “uma história qualquer com lésbicas” porque, no fim do dia, elas são as protagonistas. Então foi um trabalho pesado escrevendo, reescrevendo, apagando, editando… não é a toa que terminei em 2019 e só lancei agora em 2021. Assisti a vídeos, conversei com lésbicas, pesquisei sobre a vivência dessas pessoas e também segui estudando a psicologia envolvida na história. Como já expliquei, tudo foi muito pensado. Tudo foi muito pesado, dosado. A certa altura eu pensei sinceramente em desistir da ideia, mas foi aí que decidi entregar a outras pessoas e os feedbacks foram bons. Sempre acolhendo o que me traziam fui lapidando mais - e não se tornou mais fácil… Acho que foi uma missão impossível, mas estar disposto a realmente aprender e ouvir foi fundamental para o resultado. Toda pessoa que escreve pode escrever todas as ideias que tiver na cabeça, só não pode fazer isso baseando-se exclusivamente nas coisas de sua cabeça; escrever não é tão solitário assim, sempre há espaço para escutar outras pessoas.



Enquanto você escrevia e revisava e passava por profissionais e afins, qual era a coisa que você mais sentia? Tinha algo ali que martelava sua cabeça?


Que eu precisava dar tudo de mim e mais um pouco. Que se eu não fizesse isso, deveria apenas abandonar a história. Desistir de contar sobre essas duas personagens. Porque se não fosse o máximo do máximo e além, eu me limitaria a ser mais um homem cis escrevendo lésbicas com uma visão estúpida. A cada nova profissional envolvida - porque todas eram mulheres - eu absorvia os feedbacks e buscava aprender o que era novo e entender melhor tudo para lapidar o livro. Sei que não é uma história perfeita (alguma é?), porém, sei também que dei tudo de mim e mais um pouco. Era isso que martelava constantemente. Essa necessidade. Sabia, claro, que não sairia algo perfeito. Não existe essa coisa de obra perfeita. 



Por último, mas não menos importante: esse é seu primeiro romance a ser publicado, como você se sente sabendo disso? Levando em conta o mercado, ser um autor independente que tem que se virar sozinho e afins…


É o meme do cachorrinho no meio do fogo falando “its fine”. Prefiro nem entrar em reclamações sobre o mercado nesse espaço - e eu teria várias, desde o cenário cultural brasileiro até as guerras de ego no meio independente. Acho que ser um autor independente é muito complicado. É preciso pensar em várias coisas; o marketing, realizar os contatos, elaborar coisas criativas, manter-se ativo. Época de promoção de livro é realmente um pequeno inferninho. No entanto, é legal também. É um empurrão para a criatividade ser exercitada. Preparei coisas que eu não teria pensado antes, nem sabia como realizar. É um pouco romântico falar assim, mas gosto de aprender coisas novas e ultrapassar meus limites criativos. Claro, é um inferno. É difícil ser notado. Tem e-mails esperando resposta há mais de mês. É meio solitário por ser tudo feito sozinho. Mas é o que temos, né?


Agora, você pode ler o primeiro capitulo clicando aqui e você será redirecionado para um arquivo no google drive. Se gostar, pode reservar seu e-book clicando aqui

Olá pessoas, como vocês estão? Por aqui tá tudo tranquilo dentro do possível.

Hoje eu vim conversar sobre um livro que eu protelei por um bom tempo pra ler e resolvi pegar pra ler durante a MLI junto com minha melhor amiga e bom, esse foi de longe o melhor livro que eu li na vida.




Flores para Algernon é uma narrativa epistolar por meio de relatórios de progresso, onde conhecemos o Charlie, um homem de 33 anos que tem uma deficiência mental; no livro ele é retratado como “retardado”. Ele trabalha numa padaria de um amigo do tio dele e estuda numa escola para pessoas como ele, para aprender a ler e escrever e vive uma vida “normal”, dentro do que é possível no universo do livro.


Num dado momento, ele é indicado por sua professora para participar de um experimento que promete deixá-lo inteligente e é desse ponto que a história começa.


“Apesar de sabermos que, no fim do labirinto, a morte nos aguarda (e isso é algo que nem sempre soube, até pouco tempo atrás, pois o adolescente em mim pensava que a morte acontecia só com outras pessoas), vejo agora que o caminho escolhido pelo labirinto me faz quem sou. Não sou apenas uma coisa, mas também uma maneira de ser - uma das muitas maneiras -, e saber os caminhos que percorri e os que me restam vai me ajudar a entender o que estou me tornando.”


Eu sempre vi muitas pessoas falando desse livro e que choraram muito, porém como ele estava na minha lista de leituras, acabei evitando comentários mais profundos com medo de pegar spoiler e fui ler sem saber nada e nossa, que leitura!


Os relatórios do Charlie e as percepções dele acabaram comigo de formas inimagináveis e me fizeram questionar muita coisa. Numa das passagens mais marcantes do livro, pra mim, ele relata o que lhe foi dito um tempo depois da cirurgia que é mais ou menos “seu intelecto não vai acompanhar seus sentimentos”. Essa jornada é muito insana, ao mesmo tempo que Charlie é um gênio, ele tem sentimentos de um adolescente, ver ele questionando (e lembrando) as coisas que ele viveu com sua mãe, seu pai, sua irmã e as pessoas que ele considerava como amigos é algo que mexeu muito comigo.


Esse livro nos dá uma lição enorme sobre capacitismo, amor e amizade. No começo, a leitura pode assustar um pouco por conta da forma que o Charlie escreve, o que vai evoluindo conforme ele vai aprendendo mais, os questionamentos e tudo ao qual ele é submetido são coisas tão fortes, tão reais, que pareceu mesmo que eu tava lendo algo que aconteceu. 


Ler Flores Para Algernon foi uma coisa além de uma experiência de leitura, foi algo muito físico e sensorial pra mim, eu senti demais tudo que o Charlie passou e eu vou levar esse livro pelo resto da minha vida. Se pudesse, eu tornava esse livro leitura obrigatória em todas as escolas. Todo mundo deveria sentir o peso da história do Charlie e do Algernon.




 Olá pessoas, como vocês estão?

Julho foi um mês no minimo estranho. Eu senti que demorou pra passar e eu vivi muito nesse mês. Tive ressaca literária, não queria ler nada, passei mais tempo vendo séries mas nas ultimas semanas do mês eu consegui engatar em algumas leituras. Também tive um surto e mudei o cabelo (sim, meu jeito de lidar com as frustrações é mudar o cabelo). Em junho fez um mês que voltei pra terapia e tem sido incrivel e mesmo com o frio eu consegui voltar a fazer yoga e aos poucos tô criando coragem pra ir caminhar pelo meu bairro, sempre de mascara e alcool em gel no bolso HAHAHAHA. Ah, também aprendi a fazer e terminei um cachecol de lã pra mim!

Apesar de ter sido um mês cheio de altos e baixos, acho que foi um tempo bom pra eu me entender e voltar pros eixos. As coisas não tem sido fáceis e tá cada dia mais dificil acreditar na melhora, mas quero me manter firme até onde der. 

No mais, vamos aos lidos e assistidos do mês!


Essas foram as leituras do mês, gostei de todas! Oceanic é uma distopia bem rapida de ler, li bem no começo do mês, foi uma leitura bem bacana! Caçada às Estrelas da Noite eu já falei por aqui que gostei demais e tô muito animada pelo próximo, Flores Para Algernon foi de longe uma das melhores leituras que fiz na vida, simplesmente impecavel. Um gato entre os pombos nem tem muito o que dizer né, Agatha Christie é tudo na minha vida; O Guia de Mecânica Celeste para Damas também foi uma leitura inesperada, foi meu primeiro romance de época e ainda por cima com protagonismo lésbico então só sucesso! Por último, mas não menos importante, Onde Está Daisy Mason que me prendeu desde as primeiras páginas e me fez rir muito no final, mesmo sendo um thriller. 

Foram leituras ótimas, mesmo que poucas se comparar com meu ritmo de leitura normal.


Os assistidos também foram muito bons!

Normal People eu já falei por aqui também e foi uma série que me emocionou muito, a série tem no Starzplay, um canal dentro do Prime Video. Tudo bem Não ser Normal (netflix) foi meu primeiro Dorama e eu adorei a experiência! Comentei todos os episódios com minha melhor amiga e foi muito legal, eu chorei muito e quero assistir mais doramas! I May Destroy You (HBOMAX) eu comecei a ver por conta de achar o banner da série muito bonito mas acabei destruida, é uma série muito forte porém muito bonita. Também finalmente comecei a ver The Handmaid's Tale (Globloplay) e sério, essa série deixa a gente paranóica com tudo. Eu já li os livros e foram leituras que me abalaram muito, por isso tô vendo a série um pouco mais devagar porque eu me afeto muito fácil com as coisas.

De filme só teve Um Lugar Silencioso 2 que é INCRIVEL! Quando eu vi o primeiro, me lembro de ficar perturbada e reparando em tudo quanto é barulho e nesse não foi diferente. Eu fiquei o filme todo tensa e extremamente nervosa, eu espero que tenha um terceiro filme!

Como falei, apesar de ter sido um mês bem conturbado e cheio de mudanças pra mim, foi um mês até que bom, eu consegui ler e assistir muitas coisas boas e aprendi um pouco mais sobre mim. Espero que agosto seja um mês menos conturbado e que eu consiga tomar a vacina do COVID!

Me conta como foi seu mês de julho e como vão as coisas por ai, vamos conversar!