Se imagine dentro de um lugar extremamente branco e cheio de outras pessoas. Esse lugar se chama Chapman e você está aí porque foi acusada de matar o seu pai. Passa mais de dez anos nesse lugar. Não recebe visitas e seus únicos amigos são fantasmas. Ah, você também passa pela disciplinadora que é um quarto onde, geralmente, você sofre abusos de uma outra mulher. Foda né? Bom, essa é a vida da Hanah.

Porém, um belo dia (?), alguém aparece no internato para visitá-la. Essa mulher se chama Nora e diz que trabalha para a sua madrasta e diz que no dia seguinte voltará para buscar Hanah e levar a menina pra casa. 

Hanah não sabia e nem tinha como saber que essa tal casa, não tinha lá muita coisa de casa. Na verdade, Nora não trabalha para a madrasta de Hanah, na verdade ela foi uma amiga (?) da mãe de Hanah, Lubea Morgan que, supostamente, está morta.



Ok, como se não bastasse isso tudo, ela ainda tem que lidar com o fato de que ela é filha de uma etsican e que as etsicans são mulheres resultantes de um pacto profano com uma entidade. Essa entidade fica com a alma de todas as mulheres e todo homem que nasce nas familias oriundas da mulher que fez o pacto, são sacrificados.

As etsicans são seres que podem ser comparados às bruxas, porém mil vezes pior. Elas tem poderes sobrenaturais e a carga dos poderes é mais forte se a etsican estiver mais perto da linhagem principal. Mas todas elas tem poderes em maior ou menor quantidade.

Nessa casa para a qual foi levada, Hanah convive com Soi Van Haven, um ser que fazia parte de uma Ordem Sagrada que mata seres das sombras (a Hanah) PORÉM ele foi amaldiçoado pela Lubea. Nesse primeiro livro não sabemos bem qual a dimensão da maldição, o que ela realmente é capaz de fazer, nem nada muito profundo, mas sabemos que Soi e Hanah meio que estão ligados por ela.

Agora lide com isso.

"Nós, às vezes, esquecemos que os humanos são capazes de horrores tão grandes ou piores que os seres que chamamos de monstros."

Devo dizer que eu já sabia desse lançamento há um bom tempo, eu sabia dele antes mesmo de ter terminado de ler Sempre Estive Aqui (privilégios?) e também já conhecia a escrita da Bia por causa da novela que ela tem em Todas as Letras e do conto na antologia O Papai Noel não vem aqui e eu já tinha certeza que eu ia amar o livro. Sem contar que, eu conversei com algumas pessoas que são mais próximas da Bia ou que já leram o livro e todo mundo elogia, realmente não tinha como dar errado.

O livro me conquistou logo de cara, já no prólogo a gente conhece um pouco do tal do pacto com a entidade, quem fez e porque fez e isso já conquistou meu coração. 

Como eu tive o privilégio de ter a Bia me acompanhando durante minha leitura e explicando as coisas que eu não tava entendendo, me mandando fotos e podcasts em forma de áudio, ouvindo minhas teorias, confesso que a minha experiência com esse livro foi extraordinária.

"Se qualquer pessoa pudesse ter opção em não viver nesse mundo que a gente vive, devia agarrar com todas as forças."

Por se tratar de uma série com mais ou menos um 6 livros fora os spin off, achei que o livro cumpre bem a promessa de nos apresentar a esse mundo das Sombras. Tanto que, mesmo ele não tendo grandes reviravoltas (só no final), eu simplesmente não conseguia parar de ler, essa coisa meio sombria tipo Stephen King que a Beatriz conseguiu colocar no livro todo, me hipnotizou demais. Tanto que, mesmo se eu soubesse que a cena tava se passando de dia, pra mim o dia tava cinza. Entende?

Tudo isso de esconder algumas informações, jogar as coisas pro leitor ligar os pontos e criar suas teorias, me fez ficar perdidamente apaixonada! Eu gritei tanto nesse livro, cada revelação que eu pegava era um grito diferente, quando eu comecei a ligar os pontinhos e criar umas teorias que faziam sentido eu só sabia gritar e mandar mensagem pra Bia contando tudo!

Desnecessário dizer que eu tô ansiosa pra ler o segundo livro né?! O final do primeiro foi só tiro porrada e bomba pra tudo quanto é canto e eu PRECISO saber de muitas coisas, que eu tenho fé que serão explicadas no segundo livro e eu também terei novos problemas com mais teorias do segundo pro terceiro, mas a gente segue a vida kkkkkk

"Uma garota com tanta escuridão dentro de si, às vezes, tinha medo de não encontrar luz para acordar mais um dia."

O lançamento oficial do livro é hoje, 31/10, e se eu ainda não tiver te convencido a ler o livro, você pode ir no perfil da editora resistência, lá eles fizeram um desvendando personagens muito maravilhoso e eu também fiz uma série de posts super especiais pra esse mês. Ah! Cê também pode aproveitar que o livro tá de graça hoje na Amazon!


Olá brilhinhos, tudo bem? Hoje eu vim aqui falar sobre uma série e um filme documental que eu adorei assistir! 


Pose




Se você faz parte da comunidade LGBTQIA+ ou é um hetero sensato com toda certeza já viu mil posts sobre essa série por ai e se já viu, com toda certeza chorou. Eu chorei uma média de duas vezes por episódio e eu nem vi a segunda temporada ainda. 

A série se passa na década de 80 em Nova York, conta a história da Blanca que, depois de diagnosticada com HIV resolve deixar seu legado e funda a sua Casa, que é um lugar em que uma mãe (na maioria dos casos, travesti) abriga LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade, é uma familia mesmo, levando em conta que cê tem que obedecer as regras da casa e contribuir financeiramente e tal.

É uma série que fala sobre resistência, sobre amor, sobre resiliencia, existencia, familia, força, prostituição, estereótipos, e o HIV permeia a série toda, é uma série muito muito muito profunda e que, se dependesse de mim, eu faria meus alunos assistirem, vale muito a pena. Mostra muito a nossa realidade e chega até ser meio insano ver que não mudou muita coisa de lá pra cá.


Holocausto Brasileiro



Assisti esse documentário porque eu precisava fazer um trabalho pra minha faculdade, mas olha, que filme! O documentário é baseado no livro de mesmo nome que foi escrito pela Daniela Arbex, o documentário também foi dirigido por ela e também tem sua participação.

O filme mostra o horror do hospital colônia, que na minha opinião, nada mais foi do que um extremo de omissão coletiva, não é possivel que ninguem soubesse daquelas atrocidades que causaram a morte de mais de 60 mil pessoas. 

Com imagens que me deixaram com vontade de vomitar e com relatos de gente que passou por ali, tanto como interno ou como funcionário, o documentário mostra o horror de pessoas que foram internadas a força, que foram submetidas a fome, frio, doenças, que eram inclusive enterradas de uma forma horrenda. 

Quando eu acabei o documentário, achei que conseguiria fazer o meu trabalho, mas acho que segui uma linha bem diferente daquilo que me foi proposto, afinal, o que nos somos capazes de fazer por poder? Como um ser humano pode arbitrar sobre a vida de outro ser humano? 

Nem preciso falar que tô doida pra ler o livro né?! 

Me conta ai, já viu algum deles? Quer assistir? Vamo conversar!


Escrevo esse texto com pesar, com dor, com um sofrimento fora de mim. Quando tava na metade desse texto, parei pra assistir a Série que tá passando na Globo, que chama Segunda Chamada. Acabei recebendo de amigos que, naquele momento, perdemos mais uma. Lorena Vicente, travesti e aluna do EJA foi assassinada por ser uma Travesti. Lorena, eu não te conheço, mas sinto a sua perda. Quantas Lorenas, Dandaras e Brunas ainda precisam entrar na estatística, pra alguma autoridade tomar alguma providência?

Hoje falaremos sobre isso, mais especificamente sobre a história de Dandara. Brutalmente assassinada no dia 15 de fevereiro de 2017. Violentada, violada, espancado e vítima de uma emboscada. O crime parou o país e até hoje Dandara é símbolo de luta, de resistência, de amor e de coisas boas dentro da comunidade das Travestis. 

Mas hoje, não falaremos sobre a morte dela. Falaremos sobre a vida dela. O Casulo Dandara foi escrito por Vitoria Holanda, amiga de infância da moça é que ajudou a investigar e prender os envolvidos.



A história começa quando Vitória se muda para o Conjunto Ceará e conhece a Dandara (nessa época, ela ainda era entendida como menino) e elas viram amigas. Dandara passa a frequentar a casa de Vitória e elas criam um laço incrível. Mas como cada pessoa é única, Dandara acabou tomando caminhos diferentes, mas nem por isso deixou de amar a sua Diva - forma como ela se referia a Vitória.

E é aí que começamos a entender quem foi Dandara. O envolvimento dela com outras pessoas, com a prostituição, a relação dela com a família (já que, entre a família, ela tinha mais uma Irmã travesti e uma lésbica), os sonhos dela, quando ela sai do Ceará e vem pra São Paulo tentar a vida. Tudo, é um relato desde a infância até a morte da Dandara.

Uma das coisas que mais me cativou foi saber que a Dandara só queria ser feliz. Comprar o cigarro dela e tomar o café, que ela brincava com todo mundo, ela era a alegria dos lugares que chegava! Uma pessoa iluminada, um ser de luz que ajudou todo mundo da forma que pode, mesmo desgastada com a doença (na época da prostituição, Dandara contraiu HIV) ela fazia a vida de todo mundo mais feliz.



É realmente uma história de calçada. Dandara sempre voltava pra casa e pra calçada onde todos passavam horas conversando noite adentro, cantando, se descobrindo, se entendendo, tentando entender quem eles eram (considere que o livro se passa mais ou menos na década de 80), numa época em que não se falava sobre isso abertamente.

Foi incrível ver Dandara saindo do Casulo, assim como falado no livro, ver o entendimento dela, que ela não era é um homem gay, ela é Dandara. 

Muitas vezes eu não percebia que estava sendo afetada pelo livro, só percebia quando eu fechava e não conseguia mais parar de pensar naquilo. Imagine, eu tenho um enorme círculo de amigos que, segundo estatísticas, não passarão dos 35 anos; enquanto eu, como Cis, tenho uma expectativa de vida de 70 anos, mesmo sendo lésbica. Eu vou enterrar todes es minhes amigues?




Esse livro merece ser lido e também daria um ótimo filme documental. 

Dandara vive! Ela marcou a vida de muita gente, pra sempre será lembrada como uma pessoa feliz, vaidosa, brincalhona e extrovertida. 

Agora eu pergunto, onde estão as pessoas que gritaram o nome da Dandara aos 4 ventos tomando providências? Quantas ainda precisam morrer? Quando alguém vai fazer alguma coisa? Quando eu vou parar de enterrar pessoas que eu amo? Quando? Porque por mais barulho que eu faça, não consigo sozinha.


E ai meus brilhinhos, tudo bem com vocês?

Hoje vim aqui comentar sobre mais um livro da Editora Nua, que eu conheci a pouco tempo mas que já se tornou uma das minhas editoras preferidas. Já falei sobre um livro deles por aqui, #transvivo, e se você não viu, deveria ver. Agora vamos para o livro de hoje!



"― As portas da minha casa estarão sempre abertas para você ― anunciou a mulher com uma expressão profundamente séria, encarando a menina que se prostrava diante dela com um calorento ar de indiferença.― Certo ― a menina retrucou, sem acreditar naquilo de verdade.A garota tinha absoluta certeza de que a solidão seria, dali para frente, ainda mais tangível e dilacerante por ter convivido com pessoas que acreditavam piamente que a bondade ainda existia na sociedade atual, mesmo que estivessem forçados a lavar as mãos para a loucura que não causaram e que não tinham mais esperança de remediar. O problema é do mundo agora. A jovem menina, carente de amor, compreensão e dinheiro, é um problema do mundo agora. Que deus a ajudasse."(trecho do conto "Dependência de Empregada") Desvio nos apresenta os textos de fulô, pseudônimo da contista e poeta potiguar Rosy Nascimento, compilando material inédito produzido entre os anos de 2015 e 2018. Dedicado a todas aquelas que experimentam o sofrimento psíquico e escrito desde esse lugar de fala, Desvio também se dirige a pessoas que "valorizam os momentos de crise, já que essa condição não se escolhe", nas palavras da autora.Passeando pela prosa poética e a crítica social incisiva, a questão racial com recorte de gênero e a loucura, fulô experimenta em primeira e segunda pessoa, mesclando referências textuais em composição transgressora.



Eu nem sei por onde começar a falar sobre essa leitura, de verdade. 

Eu sempre falo que a literatura é um dos principais meios que a gente tem pra ouvir a voz de outras pessoas, conhecer outras narrativas, repensar nossos privilégios e entender o que ta acontecendo no mundo, ou o que sempre aconteceu mas é considerado tão habitual que a gente nem presta atenção.

Quando eu peguei pra ler esse livro, eu sabia que iria me deparar com lutas, medos, solidões e vivências diferentes das minhas, mas eu senti que a Fulô me pegou pela mão e me levou pra ver uma realidade que eu ignorei por muito tempo. Tem gente que me acha uma baita duma pessoa desconstruída, mas a verdade é que eu ainda tô aprendendo, é um processo muito demorado, principalmente se for levar em conta o lugar que eu cresci e como eu cresci. 

A narrativa de Fulô me pegou logo de cara, não é segredo pra ninguém que eu amo livros de poesia, crônicas, textos, contos e microcontos. 

Quando a gente vê coisas como as balas achadas nos corpos de crianças negras, professores ignorando pessoas negras durante as aulas (isso aconteceu na minha universidade), quando a gente atravessa a rua ou esconde o celular quando vem uma pessoa negra na nossa direção, chega a ser absurdo que nós (falo aqui com pessoas brancas como eu) tenhamos que fazer isso e que a gente nem pense que isso é errado, muito menos pare pra pensar sobre o que tá fazendo.

Eu ainda não consigo, pra ser bem sincera, digerir o impacto que esse livro me causou (com toda certeza, a experiência quase que se equipara a quando eu li The Hate U Give), e sem sombra de dúvida foi extremamente corajoso e necessário o ato de Fulô em escrever sobre as solidões, batalhas, medos, olhares, situações que pessoas negras passam no dia a dia e que eu, como branca, jamais pensaria que isso pudesse existir e não entendo muito bem o que isso causa na pessoa, mas tô aprendendo.

Cada vez mais eu sinto a necessidade de empretecer as minhas leituras.

No mais, leiam esse livro.


E ai meus brilhinhos, como é que cês tão? Tudo beleza?

O post de hoje é minha opinião sobre a Trilogia Rosas da Alma, que foi escrito pela Camila Martins e, por enquanto, está disponível no wattpad. Eu já havia falado sobre o primeiro livro aqui, mas como parei de acompanhar as postagens dos capítulos, eu esperei acabar tudo pra ler o segundo e o terceiro, acho que consegui ler os dois em uma semana. O jeito que a Camila escreve sempre me prende muito. 

Acho importante falar sobre a narrativa: cada livro conta a história de um personagem pois o livro alterna entre o passado e o presente.



Muito Além das Rosas

Nesse livro a gente conhece o mundo em que tudo vai se passar. Depois que um vírus misterioso assolou as pessoas, o mundo foi dominado por políticos e agora temos as estirpes (camponeses, comerciantes e superiores) e nossa personagem principal, Maria Rosa, é uma camponesa, porém é bem diferente da maioria deles pois ela gosta de escrever e ler (nesse mundo novo, os livros foram extintos) e em resumo, um dia ela vai fazer as entregas que precisam ser feitas da plantação da família e ela descobre que vai rolar um concurso de escrita na Capital, ela coloca na cabeça que vai participar e até foge de casa pra isso.

Ela consegue chegar na capital e participar do concurso e, em meio aos superiores, ela consegue fazer duas amizades: Lily, uma comerciante e Avena, uma camponesa rejeitada (que por sinal é o segundo melhor personagem dessa trilogia pra mim). E é a partir daí que a história se desenrola no primeiro livro.

Uma coisa bem legal é que nesse livro a gente conhece mais da história da Rosa e também vimos a Rebeca que é a mãe da Rosa, que é sem sombra de dúvida, o melhor personagem da história toda! Ela é super rígida com a filha, quer conter um ímpeto rebelde da menina, mas a gente nem sabe o porque disso tudo. Ah, outro fato: Maria Rosa tem um irmão. Camponeses não podem ter mais de um filho e o Pai da Rosa está morto.

A partir de agora, pode ser que tenhamos spoilers, mas vou tentar me conter.



A Essência das Rosas

Aqui, Maria e suas amigas já estão no concurso e já estão lacrando com tudo que escrevem, porém, e algum lugar ali, Maria Rosa confronta o apresentador do programa, Vicktor e ele meio que quer contar a verdade dele pra ela, mostrar quem ele é de verdade. Que ele não é o arrogantão que deixa transparecer na TV. E sim, nesse livro conhecemos a história de vida do Vicktor, que não se chama Vicktor e que tem uma vida bem triste.

A Rosa foi pra esse concurso com a intenção de falar sobre o sofrimento do povo dela e acaba descobrindo coisas muito piores do que ela imaginava sobre as atrocidades que fazem com os Camponeses, então ela fica cada vez mais rebelde e quer botar pra fora o que ela sabe, mas o medo de ser morta a assola, até que ela consegue Vicktor como aliado, mas pra saber como isso rolou, só lendo mesmo.


No Jardim das Rosas

Esse livro, com toda certeza, foi o mais esperado por mim! É nesse livro que a gente descobre a história da Rebeca. Quem ela foi, como que aprendeu a ler e a escrever, como que ela teve outro filho, como o marido dela morreu, tudo, e eu fiquei extremamente satisfeita com ele.

Não dá pra falar muito sobre o final do último livro, mas aqui, nossos personagens organizam uma revolta, é só isso que dá pra falar, se não seria muito spoiler.

Opinião sobre a trilogia

Cara, eu nunca foi me cansar de elogiar a Camila, ela escreve muito bem e tudo, absolutamente tudo, que ela escreve me prende, mesmo que ela escreva uns romances dramáticos (o que não é o caso desta trilogia) e eu não seja fã do gênero, se for dela eu leio.

Eu realmente gostei dos livros, tudo foi muito bem construído e fiquei feliz com o desfecho de todo mundo, mas principalmente o desfecho da Avena e da Rebeca, esses foram os melhores. Eu acho que me encantei pela Avena pelo fato de ela ser lésbica e de amar uma moça de uma estirpe superior, isso foi tudo pra mim. Já a Rebeca eu gostei dela pela força, obviamente que eu discordo do modo que ela ensina a filha, mas eu compreendo, mas não faz ser menos errado.

Também gostei muito do fato de que as vidas de todos os personagens estão entrelaçadas, nenhum personagem foi jogado ali, pode até parecer no primeiro livro, mas depois você percebe que tudo tem um porque e mesmo que você suspeite, pode ser que não seja isso.

Quando eu li o primeiro, não consegui criar muitas teorias, mas depois de acabar o segundo eu criei muitas e, pasmem, eu adivinhei o final do terceiro livro e todos os acontecimentos marcantes hahahahahahah e, como eu falei pra Camila, só teve uma coisa que me incomodou, que foi um dos casais que eu achei que não deveriam ter acontecido, mas como essa trilogia sairá por uma editora, Camila disse que pretende reescrever algumas coisas antes de publicar, então já estou ansiosa pra ver como vai ficar e já tô me planejando pra reler!

Eu nem sei por onde começar esse texto. Primeiro que eu jamais imaginaria que leria um livro 700 páginas tão rápido, mas sabe quando o livro já começa com aquele pé na porta e cada página virada é um surto diferente e é quase impossível parar de ler? Pois então, esse livro é assim.

Como eu já falei lá no instagram (todo mundo acompanhou meus surtos durante a leitura e minha devastação quando eu acabei) eu já tive contato com a escrita do Pedro através dos contos de terror que ele escreve, inclusive, pra ver o post é só clicar aqui, então eu tava cheia de expectativas. 

Antes de começar, quero dizer que o livro é dividido em duas partes (que antes eram livros separados). Agora sim, vamos lá!




O livro conta a história do Adrian e como eu falei, já começa com pé na porta, pois logo nos primeiros capítulos o irmão gêmeo dele sai de casa, os pais morrem e ele muda de país porque recebeu uma proposta maravilhosa de emprego numa empresa do wisconsin. Depois disso, daremos um salto para um Adrian casado, com um filho (perfeito por sinal) e super bem sucedido na carreira de publicitário. Agora a história começa.

Um belo dia, Adrian vai a feira comprar maçã pra fazer salada de frutas pro filho, e é ai que ele encontra o nosso maravilhoso Theo. Ele acaba de se mudar e tá sem emprego, então Adrian resolve tentar colocar ele dentro da empresa em que ele trabalha, isso funciona, e, pra ser mais rápida, eles vão viajar pra Rússia pra fecharem um contrato e ai os sentimentos começam a dar uma aflorada.

É simplesmente a coisa mais linda do mundo acompanhar o desenvolvimento do Adrian, foi muito real, a insegurança dele, o fato de ele ser mais velho, casado e com filho e “do nada” começar a nutrir sentimentos por outro homem, como assim? E ainda por cima seu melhor amigo? É muito como acontece na vida real mesmo, as inseguranças, as coisas que o Adrian percebe, os questionamentos, é muito muito muito real, eu me identifiquei muito com isso.



Ah, durante a viagem para Rússia o Adrian começa a receber uns e-mails de um tal de X que a gente não sabe se é homem ou mulher ou qualquer coisa, só sabemos que X sabe onde a família do Adrian mora e diz que se ele não responder os e-mails, quem sofre é a família dele.

Outros fatos importantes da primeira parte do livro: Como o irmão gemeo do Adrian sumiu, eu ficava me corroendo pra saber onde ele tava, se tava bem, até porque o Adrian vive sonhando com o irmão. Também conhecemos o Jasper, um cara que vai trabalhar na mesma empresa que Theo e Adrian trabalham e logo de cara o Theo odeia ele pois Jess está assumidamente e descaradamente dando em cima do Adrian. Sim, temos um pentágono amoroso no livro. 

Tudo isso que eu falei, acontece só na primeira parte do livro (claro que tem mais coisa, mas gente, é tanta coisa, que eu poderia fazer uma monografia sobre esse livro), que com toda certeza, é a parte mais leve do livro. Ah, tenha atenção tá? O Pedro tem uma coisa com ele que é “jogar” as coisas e se você não percebe na hora, quando foi explicado você vai achar meio sem sentido, então preste muita atenção nas ações dos personagens e nas coisas pequenas, vai por mim.



Nem preciso dizer que eu tô devastada com o livro, me entreguei tanto pra essa trama que realmente não sei o que fazer agora, mas gostaria de ressaltar uns pontos que foram muito significativos pra mim.

Em nenhum momento do livro, temos as palavras Gay e homofobia, ninguém afirma nada, essas palavras realmente não são usadas nenhuma vez durante a história, então acho que isso faz com que cada pessoa que leia, tenha uma interpretação diferente e válida. Também não temos NENHUMA cena mais “quente” e isso de forma alguma é ruim, pois trabalha todo afeto de um pelo outro, trabalha a descoberta, tudo que eu falei anteriormente e eu achei isso sensacional.

Bom, acho que não devo me alongar demais aqui, porque eu vou acabar contando a história toda, mas realmente é uma história com uns pontos bem muito sutis e bem feitos, como a ingenuidade das crianças, formas de preconceito muito sutis (igual na vida), tem a redenção de um personagem que foi muito preconceituoso e depois se arrependeu, tem cenas de homofobia, teve até um personagem que eu esperava mais, mas na verdade é um embuste mesmo, também tem uma critica do quanto o amor pode ser doentio porque temos um sequestro ao longo da trama… Eu vou parar de falar.




Por fim, leiam esse livro, qualquer pessoa, de qualquer idade pode ler e tirar ótimas lições dessa história, com toda certeza você vai se identificar com os personagens e com alguma situação ali.

Ah, uma coisa que eu achei bem legal, é que o livro tem dois finais, o Final original e um final alternativo, eu confesso que escrevi esse texto tendo em mente o final original, que foi perfeito pra mim, mas eu li depois o final alternativo e achei ele super interessante, mas NADA supera o final original! hahahahahah

Olá brilhinhos, como estamos hoje? O post de hoje é uma entrevista que eu ava realmente ansiosa pra fazer, pois a Camila é uma pessoa muito importante pra mim e tudo que ela escreve eu amo muito! Senta ai então e vamos tomar um café!



Como, quando e porquê você decidiu que queria ser escritora? Como que foi seu começo nesse mundo e qual a sua trajetória até agora?

 - Escrevo desde os 10 anos, talvez antes. Aquelas historinhas infantis. Com 12 comecei a compor algumas poesias e contos. Tendo como exemplo meus pais que liam muito e minha mãe que que se aventurava na escrita de textos variados. Com 16 surgiu o primeiro livro finalizado, porém só com 26 eu resolvi que queria escrever mais, que queria criar mais, incentivada por amigas que os grupos literários do Facebook me deram. Aí surgiu Pirados, que bombou no wattpad. O wattpad mudou tudo para mim, me abriu a primeira porta, sem essa plataforma talvez eu não tivesse começado a compor minhas obras, a interação com o leitor me.motiva demais. Ainda não estou onde quero chegar, sou uma autora engatinhando e buscando guiar meus livros para mais estantes do país. Um dia chego lá!

Sobre céu de menta, o quão importante é ter um livro que aborde o autismo? Porque eu mesma, só conheço livros acadêmicos sobre o assunto, nunca li nada sobre isso, sem ser o Céu. E também, o quanto da sua filha, de você e do seu marido tem naquele livro? 

 - Eu acho fundamental essa quebra de tabus. Céu de Menta é um romance doce que traz o autismo como parte da vida e não como personagem principal roubando cenas e gerando dramas. Ele faz parte da trama e da vida da Ana de forma natural. Eu quis que fosse assim para não forçar um esteriótipo, para apenas trazer para as pessoas de forma simples como é o espectro. Lógico que eu trouxe um autismo brando, há ainda outros dois níveis e o severo é o que mais castiga, seja a pessoa ou os familiares. Com o livro, talvez surja interesse na pesquisa do transtorno, abrindo os olhos das pessoas e diminuindo o preconceito. 
Escrevi para que minha filha autista possa no futuro ler um livro e se sentir representada de forma natural, não em suas crises, mas em seus dons. Esse livro tem todo o meu coração. Confesso que queria ser como a Carolina, mãe da Ana, um dia quem sabe? Já Roberto tem bastante do meu marido. Pequenas adaptações para compor os personagens e criar uma história o mais realista e sutil possível. 


Agora sobre a trilogia das Rosas, cara, de onde saiu a ideia de falar sobre isso? Uma critica social tão sutil, mas ao mesmo tempo tão forte em forma de distopia! Eu mesma achei essa sacada genial.

- Olha, eu não sei bem quando e como surgiu o desejo de trazer esses temas complicados para discussão. Eu imaginei um mundo dividido onde os livros não mais importavam e nesse cenário, o último concurso literário, atraindo escritoras das sombras, mulheres fortes de diferentes formas com histórias de luta e determinação. Aí, enquanto escrevia, as críticas vieram sozinhas na minha mente, como se sempre estivessem lá, só aguardando a chance de saírem e ganharem o mundo. Porém tudo começou mesmo com a ideia de que a houvesse um concurso, um reality que eu pudesse participar, qual seria? A única resposta foi: escrita e então voilá! Estou com o livro 3 quase pronto e com uma enorme sensação de dever cumprido.

Sobre a série dos Recomeços, de onde surgiu a ideia de criar essa série?

Veio Pirados, um livro que eu compus para o wattpad, trazendo os bons clichês que as pessoas gostam, mas de um jeito um tanto fora do clichê kkkk é estranho, mas foi assim. Então as leitoras se apaixonaram por um dos personagens, me pediram livro dele, eu fiz: Correspondidos, nele outro personagem maravilhoso apareceu e o livro Marcados apareceu, que por sequência trouxe Sentidos e para finalizar Reencontrados. Todos retratam membros da família Marra, a melhor família da literatura hahaha gente como a gente, todo mundo se identifica. Por isso que a série faz tanto sucesso.



Todos os seus personagens são muito reais, você se inspira em alguma pessoa ou sai tudo da sua cabeça mesmo?

- É uma mistura. Junto um pouco de tudo que vejo e conheço. Faço com que se pareçam com pessoas conhecidas de todo mundo, gente que a gente.poderia esbarrar numa esquina ou morar do lado. Eu amo isso.

Como é ter livros publicados por editora? Porque poxa, praticamente todos os seus livros tem casa e você faz um sucesso tremendo, tanto nos físicos quanto na amazon!

- Encontrar uma editora boa é complicado, mas elas existem e eu tenho o prazer de fazer parte de duas delas. Ter livros por editora é um sonho que alcancei. Quanto ao sucesso tremendo, ainda é utopia para mim, mas quero kkk


Cê tem algum autor preferido? Você acaba se inspirando nele pra escrever seus livros?? 

- Érico Veríssimo. Amo a forma como ele cria rotinas. Quero ser como ele quando crescer. 

Agora uma coisa meio complicada: de uns tempos pra cá, eu tenho me aprofundado um pouco mais no mercado editorial e nas editoras e vi tanta coisa errada que quase me deu vontade de jogar tudo pro alto, sem contar essa crise danada no mercado editorial. Cê tem sentido essa dificuldade também? Quais foram as maiores dificuldades na sua carreira até hoje?

- Dificuldade sempre existiu nesse meio. As pessoas são complicadas, cada um só pensa no seu lado, há tretas e desunião. O mais difícil é se manter ileso e positivo diante das crises, mas eu tento não surtar todos os dias.

Quem você é quando não ta escrevendo?

- Leitora viciada, mulher com receios e certezas que se mesclam nas crises de ansiedade. Sou mãe e esposa. Amiga para todas as horas. Precisando de um ombro amigo, só chamar. 



Agora é meu momento de biscoitar tá?! A gente vê que tem muita gente que tá cada vez mais buscando a opinião de um blogueiro que gosta antes de ler um livro, eu mesma recebo muitas fotos e muita gente falando “poxa, eu li um livro que você falou aqui e eu amei” e particularmente eu acho isso o máximo! Mas e do seu lado? Essa coisa de confiar em blogueiros funciona mesmo? Traz resultados?

- Ah eu amo as parcerias. Me trazem muitos resultados positivos. Queria poder ter mais condições financeiras para mandar muitos presentes para vocês que me ajudam tanto. Esse dia vai chegar, fé no Pai! Hahaha mas sem os blogs e igs, eu não teria metade do alcance que tenho hoje. Vcs são demais!!

Alguma vez você imaginou que conquistaria tudo isso com seus livros? 

- Nunca! Eu queria só ter um exemplar na minha estante e deu. Sou muito realizada, apesar de ainda ter muitos sonhos literários.

Como que cê se organiza pra escrever? Tem uma rotina, uma preparação ou é na base do vamo que vamo? E quando vem uma ideia e você tá, sei lá, lavando roupa (peguei uma situação bem aleatória mesmo) como que faz pra essa ideia não se perder?

- Eu escrevo a partir das 14h até o capítulo encerrar, as vezes leva 8 horas para finalizar. Na trilogia de distopia, desenvolvi um novo meio de compor: eu rabiscos tudo no meu caderno e depois passo para o PC. Isso ajuda a manter a linha da história. Tem vezes que ela tá tão nítida que viro a noite pensando e estruturando mentalmente. As ideias normalmente surgem em situações aleatórias kkk lavando louça, tomando banho, andando de carro. Aí guardo tudo na cabeça até por no papel.

Como que faz pra escrever um romance com personagem autista, depois uma distopia, depois drama e eu sei que cê escreveu até hot! Como que pode isso? Num é difícil diferenciar as coisas? Ou só flui normal?

- Não é difícil. Cada livro tem seu clima e eu mergulho nele de cabeça. Depois que ele acaba, eu saio da imersão e vamo pra próxima! 



Eu abri a caixinha de perguntas no meu Instagram também, agora vamos as perguntas de lá!

Porque você mata tanto personagem? (A maioria das perguntas foi isso)

Kkkkkkkk ah a morte faz parte da vida. Morre gente todos os dias de diversos modos. Eu gosto de criar contextos realistas, há quem não goste, que prefira romances puramente fofos e inteiramente felizes (tenho livro assim também). Só tem um livro meu que não morre ninguém e o que mais morre é na distopia (livro 2 e o 3 nem se fala). 

Você já teve um trabalho seu plagiado? Se sim, como cê lidou? Acho que não tive ainda. 

Qual a pior parte de ser escritora? A insegurança da receptividade que a história terá, a insegurança no futuro (se o livro será publicado e terá boa saída), a insônia e lidar com picuinhas. (não necessariamente nessa ordem)

Qual seu maior sonho? Literário? Virar best seller.
Qual sua música preferida? She wolf
Qual sua comida preferida? Pastel de queijo
Um lugar pra viajar? Florianópolis 

Bom pessoas, esse foi meu papo com a Camila, vou deixar aqui algumas das redes sociais dela pra vocês acompanharem o trabalho dela, espero que tenham gostado do café de hoje!