As Rosas e a Revolução - Karina Dias

 E ai meus brilhinhos, como vocês estão?

Hoje eu vim falar sobre um livro lésbico que se passa na ditadura. Eu já vi muita gente falando dele e resolvi pegar ele no Kindle Unlimited pra ler, foi uma leitura boa e acho que vale a pena tentar porque eu, particularmente, nunca vi nenhum romance lpésbico do tipo. Vamos lá.

O ano é 1968. Aos 17 anos, Vilma, a filha perfeita e despolitizada do coronel Solano aceita um convite que mudará a sua vida. Decide acompanhar a amiga Maristella em um passeio no restaurante estudantil Calabouço, no Rio de Janeiro. Queria ver de perto como eram os cabeludos comunistas que o pai tantas vezes praguejava. Viu muito mais. Testemunhou a invasão policial do restaurante e foi resgatada do terror por Alda, militante da UNE, por quem se apaixonou perdidamente. E a saga começa... Entra para o Movimento Estudantil. O pai descobre e a manda para São Paulo. Na terra da garoa, a menina se torna mulher; se entrega à militância contra a ditadura e desfruta de um grande amor, recheado de reviravoltas. Quando você abrir este livro, perceberá que as linhas tênues de um diário unirão para sempre a vida de Miguel, Vilma, Hanna, Anita e a sua.

Leia | Skoob

A história começa no tempo presente, quando Miguel um homem extremamente religioso, sai de casa depois de descobrir que seu imrão mais novo é gay. Ele se muda pra uma casa nova, onde pensa que vai poder recomeçar a vida longe de seu irmão pecador.

Na arrumação da casa nova, Miguel se depara com um caderno que pertenceu a alguém chamado Vilma. Então ele vai até a imobiliaria e pergunta se alguém conhece essa mulher, até que a secretária de lá diz que essa mulher é sua mãe e ele vai com ela até a casa da Vilme pra descobrir a história desse caderno.

Bom, conhecendo a Vilma, ela lhe conta sua história de amor e resistência na juventude. Como filha de um coronel na ditadura, quando ela vê de perto os horrores da ditadura, ela começa a se questionar se aquilo é certo e quem são os verdadeiros terroristas. Somos conduzidos pela história da Vilma e todas as suas lutas, amores, suas perdas, suas mudanças. Uma história de tocar o coração mesmo.

"Podem calar a minha voz, mas não podem calar o meu coração."

Esse é o segundo livro da autora que eu leio e, ainda tenho as mesmas ressalvas do primeiro que li. Não que seja ruim, não, mas alguns pontos da história batem muito de frente com aquilo que eu acredito ser certo e isso me fez revirar os olhos muitas vezes ao longo da leitura. 

Porém salvo essas ressalvas, eu acho a escrita da Karina muito gostosa, ela escreve de uma forma direta e sem enrolação e sabe conduzir uma história, você consegue acompanhar o desenrolar da história e se sentir na pele dos personagens. Outra coisa que me encnatou bastante foi a pesquisa do livro. Os fatos foram muito bem atrelados a essa história ficticia, mas que pode muito bem ser real. A violência policial, os confrontos dos universitários, a repressão dos jornais, tudo é extremamente fiel ao que aconteceu e eu achei isso muito sensacional.

A história é dividida em três partes, mas com certeza a segunda é o ponto alto da história. Vale a pena dar um chance porque não é todo mundo que se incomoda com as mesmas coisas que eu, então vale a pena tentar.