Olá, como você está hoje?
Hoje eu vim falar sobre o primeiro mangá que eu li e devo começar dizendo que ler "ao contrario" foi um desafio pra mim. Minha esposa, a Renata, é mais habituada nessa coisa de mangá pelo fato de sempre ter curtido essa cultura. Mas eu nunca fui muito fã de anime e nem de mangá, mas com esse eu fiquei bem curiosa pra ler por conta da protagonista ser lésbica e que a primeira experiência sexual dela foi com uma prostituta, mas o mangá ainda vai mais fundo e fala sobre muitas coisas que fizeram muito sentido pra mim.
A protagonista é a própria autora do mangá e isso logo de cara me impressionou. Ela tem muitas questões consigo e muitos problemas psicológicos. Uma das coisas que mais a incomoda é uma parte da cabeça dela que não tem cabelo porque ela mesma tirou.
Também é falado algo que fez muito sentido pra mim: a aprovação dos pais. O sonho da protagonista sempre foi viver da arte, mas ela procura bicos incessantemente pra poder agradar os pais que sempre disseram a ela que o certo é ter um emprego, pagar aluguel e afins. Por um tempo, até dá certo, mas as crises depressivas dela pioram e ela precisa voltar a morar com os pais e isso da aprovação se intensifica mais ainda.
Junto com tudo isso, ela também percebe a solidão dentro dela e questiona muita coisa sobre a sexualidade dela, e é nesse momento, entre surtos de aprovação dos pais e a vontade de ser uma adulta, que ela resolve transar pela primeira vez e pra isso, ela marca com uma prostituta. Depois disso, ainda surgem muitos questionamentos, afiinal, estamos sempre nos questionando né.
Esse mangá e muito intenso, ele realmente não é recomendado pra menores de 18 anos, não só por ter cenas de sexo, mas por descrever vividamente muitas crises depressivas e ansiosas, em alguns pontos essas descrições me deixaram meio incomodada e eu precisei pausar a leitura e tentar ler outra coisa que me incomodasse menos.
Além dessa coisa da aprovação dos pais que fez muito sentido pra mim, inclusive trabalho isso na terapia, o ponto da solidão fez muito sentido pra mim. Minha solidão não é a mesma da protagonista, mas também dói muito, parece que o fato de ser lésbica (sim, só isso, porque de resto eu tô completamente dentro dos padrões) faz com que eu me sinta excluida e diferente de todo mundo que me rodeia diariamente. Muito doido né?
Eu adorei o primeiro contato com o mangá. Os traços de Kabi são muito bons e o humor é bem peculiar, eu gostei bastante. Vale muito a pena ler mas eu recomendo ir com calma, é uma leitura bem pesada.
Me conta aqui, já conhecia esse mangá? Tem o hábito de ler?
Até o próximo post!
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirEu não conhecia esse mangá, mas que bom que gostou da leitura. Confesso que por não ser muito fã de quadrinhos de forma geral, acabei nunca lendo mangás. Mas achei a premissa desse super interessante e deu para ver que é uma leitura bastante intensa, principalmente por retratar de forma tão real crises de ansiedade e de depressão. Amei conhecer a obra e a sua opinião sobre a leitura.
Beijos
Olá, tudo bem? Eu já conhecia o mangá, pois lembro que ouvi falar muito dele quando foi lançado. E lembro que a minha sensação ao lê-lo é que em algum momento a gente acaba se identificando com essa solidão, mesmo que seja mais específica. Eu adorei a experiência, e espero que apesar de ser sua primeira, você possa se aventurar mais no estilo. O traço dela é realmente lindo!
ResponderExcluirBeijos
Olá,
ResponderExcluirConheço o mangá por resenhas, mas ainda não li. Imaginava que teria toda a parte de sexo mas não pensei que iria tão profundo na parte psicológica. Mesmo sendo um tema mais pesado fiquei com vontade de ler.
Sobre ler o contrário acho que nem sinto mais isso porque tô acostumada, mas realmente para uma primeira vez com o mangá é mais difícil, porém você se acostuma.
Oi!
ResponderExcluirAntigamente eu lia muito Gibi, e modernizou as figuras e tudo mais, mas mangá leio muito pouco queria pegar o hábito de ler mais, mas enfim não conhecia esse e acho muito impressionante como uma imagem de desenho pode significar muitas coisas. Parabéns pela resenha, sua experiência lendo e passando tantos sentimentos deve ser muito gratificante, obrigado pela dica!
Olá,
ResponderExcluireu não sou muito conhecedora de mangás, já tive algumas experiências positivas com leituras do tipo mas não é algo que eu leia com frequência. Sobre esta história em específico, imagino como deve ter sido difícil ler algo que gera tantas identificações, ao mesmo tempo que a gente se sente parte de um todo, também desperta esse incômodo que você citou. Acredito que são leituras importantes pra se fazer no momento certo.
Abraços!