“Alguma vez você já confundiu um sonho com a realidade? Ou roubou algo quando você tinha o dinheiro? Você já se sentiu triste? Ou pensou que o trem estava em movimento quando ele estava parado? Talvez eu fosse louca, talvez fossem os anos 60, ou talvez eu fosse, apenas uma Garota Interrompida.”
Olá, Tudo bem?
Hoje vamos falar sobre um assunto sério e delicado, aproveitando a campanha do mês de setembro amarelo: prevenção ao suicido. Garota interrompida tem um significado mais profundo para mim.
Sinopse: Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen (Winona Ryder) foi diagnosticada como vítima de "Ordem Incerta de Personalidade" - uma aflição com sintomas tão ambíguos que qualquer garota adolescente pode ser enquadrada. Enviada para um hospital psiquiátrico, ela conhece um novo mundo, repleto de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa (Angelina Jolie), uma charmosa sociopata que organiza uma fuga.
Baseado em um livro biográfico de mesmo nome e escrito por Susanna Keyzen, o filme corresponde a uma adaptação bem fiel aos relatos da experiencia dela no hospital.
A trama nos mostra de maneira sutil que as pessoas que estão passando ou tem algum transtorno ainda sim, são seres humanos com sonhos, desejos e histórias.
Como a história acontece no contexto dos anos 60, que claramente tem as regras sociais diferentes das quais estamos acostumados. A psicologia ainda engatinhava nas descobertas sobre o comportamento humano e pouco se sabia sobre o assunto, era um campo ainda a ser muito estudado.
Isso se reflete logo de cara quando os pais de Suzanna após o incidente à levam para uma consulta em um psicólogo amigo da família, assustados e envergonhados com a atitude da Jovem, que para eles era perfeitamente estável e promissora. O profissional já tem uma opinião formada sobre Suzanna baseado no relato dos pais. Convencida a interna-se no hospital ela inicia uma jornada de autodescoberta e fazendo amigas no hospital.
Lisa Rowe que é interpretada por Angelina Jolie que levou um Globo de ouro e um Oscar na categoria Melhor atriz coadjuvante por esse papel. Lisa é diagnostica como Sociopata e fica claro em sua primeira cena o domínio sobre os que estão a sua volta, sem mencionar a instabilidade emocional. Colega de quarto de Suzanna é Georgina Tuskin (Clea DuVall) uma mentirosa patológica.
Ao longo da estória a personagem principal se aproxima da vida dos outros pacientes e funcionários, criando vínculos e entendo mais sobre si própria. Em si o filme deixa bem claro a melancolia em sua fotografia cinza e escura. Nos diálogos profundos sobre o que está acontecendo dentro da personagem, ela consegue nomear o inominável de seus sentimentos profundos, às vezes carregados pelo sarcasmo.
Existe uma cena no filme que para mim tem todo um valor emocional e me impactou logo de cara:
"O que você diria a ela? Não sei, que sinto muito, que não saberia como é ser ela e que sei muito bem o que é querer morrer, como machuca sorrir, como você tenta se encaixar, mas não consegue e como você se fere por fora para tentar matar a coisa lá dentro. Suzanna você tem que contar aos médicos como se sente. Como eu vou contar se não entendo a minha doença? Entende sim, acabou de explicar claramente sobre ela um segundo atrás”
Eu acredito que esse pequeno dialogo possa lhe convencer a sentar e ver esse filme fantástico e profundo, não é à toa que ele foi premiado elogiado pela crítica especializada.
Oiii, super importante abordarmos esse tema sempre,não só no setembro amarelo né? Já vi muitas pessoas falando sobre o livro e filme, mas não conheço nenhum das duas obras... Mas adorei ler seu post, acho que ele vai me ajudar enquanto pessoa e estudante de psicologia!
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