Olá pessoas! Como vocês estão?

Faz muuuuuuito tempo que eu não apareço por aqui e o motivo é bastante simples: a vida me atravessou. Minha profissão começou a demandar bastante do meu tempo, estudos também e junto com isso veio a percepção de que manter redes sociais como um “hobby monetizado” parou de fazer sentido. Eu precisava voltar às origens, fazer isso aqui como algo seguro, sem cobrança, no meu ritmo.


Eu não deixei de ler, a leitura sempre foi e eu espero que continue sendo o meu porto seguro, algo que eu amo fazer, então, tô voltando aos poucos. 


Hoje eu vim escrever sobre um livro que me chamou atenção pelo nome e eu não sabia nada sobre ele, comecei a ler ele no dia da virada do ano e até agora não sei se eu devorei o livro ou ele que me devorou. 





Pra dar uma pincelada sobre a história: todos os animais tiveram uma doença que os tornaram extremamente tóxicos, só de você ter um gato em casa você estava correndo um risco enorme e consequentemente a carne dos animais se tornou tóxica para consumo humano e praticamente não existem mais animais em lugar nenhum desse mundo. Então o canibalismo passa a ser legalizado. Sim, exatamente, existem criadouros, açougues, abatedouros de humanos para comercializar a carne dessas pessoas. 


O livro não chega a ter duzentas páginas mas ele é absurdo e bastante conflituoso. Ele vai do ponto A ao ponto B e não se propõe a explicar nada pra você, só o que é realmente necessário pra acompanhar a história e o texto é bastante frio e é exatamente aí que tá a genialidade desse livro. A autora fez uma critica muito boa à hipocrisia humana, de como a gente se acostuma com absurdos, como criamos malabarismos pra poder ter menos peso na consciência, sabe? 


Eu não sei dizer se exatamente é um livro “gore” mas é bastante explícito porque fala dos criadouros, da forma como essas pessoas são menos pessoas que o resto do mundo, sobre como funciona o abate e como é feita a criação de “carne de qualidade” que também é um ponto bastante importante do livro.


“Nós já comemos uns aos outros de forma simbólica, então comer de verdade seria só uma forma de ser menos hipócrita.”


O personagem principal trabalha num desses frigoríficos e também conta sobre os próprios dilemas no casamento, na vida e sobre essa atrocidade toda. Tem muita coisa acontecendo nesse livro e eu fiquei presa nele, de verdade. Em muitos momentos eu precisei parar de ler por conta de ter vontade de vomitar (eu não como carne, pra quem não sabe), precisa de muito estômago pra ler esse livro.


Eu gostei muito da forma como o livro é escrito e, apesar do final meio polêmico e abrupto, eu gostei bastante e achei que o livro é muito bom naquilo que se propõe a fazer. Foi o primeiro livro que li nesse ano e foi um favoritado, mas, novamente, tenha em mente que esse livro tem coisas gráficas e é bastante perturbador.


Por hoje é isso! Espero que tenham gostado e me perdoem eventuais falhas no texto, faz tempo que não escrevo assim (risos).