Oi pra você ai do outro lado! Hoje eu vim contar sobre uma das melhores leituras de 2024, (sim, tenho certeza) um livro que me consumiu e me prendeu desde os primeiros capítulos: Canção Dos Ossos de Giu Domingues publicado pela Galera Record. Esse livro tem o hype de ser o Fantasma da Ópera sáfico e, esse musical é de longe um dos meus favoritos da vida, obviamente que eu não ia deixar essa leitura passar batido por mim. 




A protagonista da nossa história se chama Elena Bordula e o sonho dela é se tornar uma Prodígio da Primeira Orquestra do Conservatório de Vermília, — calma que eu já vou explicar — porém, a mãe da Elena foi morta porque descobriram que ela usava um tipo de magia proibida, a magia dos ossos, e isso afetou a reputação da Elena dentro do conservatório; as pessoas olham pra ela com desdém por ser órfã e por conta de sua mãe ter usado magia proibida. 


Além dela, temos suas duas melhores amigas, Cecília e Meg, que vêm de famílias com melhores condições e reputação que a da Elena. Sobre o conservatório, é um lugar onde as pessoas aprendem a fazer magia para servir ao Reino. Cada tipo de magia tem sua função e quem “faz” a magia são as prodígios, que são pessoas que invocam a magia por meio da música, então rola muita cobrança pra que elas sejam perfeitas. A Primeira Orquestra é o auge do auge na vida de uma prodígio, todo mundo quer chegar ali e ser conhecida por todos os nobres e pelo rei. Acho que é desnecessário pontuar, mas: aquele lugar é um ninho de cobra. Todo mundo quer passar por cima de qualquer um que atrapalhe a busca por sucesso, independente do que for preciso fazer pra que esse sucesso chegue.


Tá, agora que você tem uma ideia do lugar que se passa esse livro, vamos voltar pra história da Elena. 


Em um dado momento, as coisas começam a dar uma desandada na relação com as melhores amigas, eu vou dizer que essa relação nunca foi boa, sabe aquele tipo de amizade condicional? Do tipo “te quero bem mas nunca melhor que eu”? é mais ou menos assim que funciona essa amizade — e a Elena, na busca por ser uma Prodígio da Primeira Orquestra, recebe uma ajuda meio inusitada: a mestra Eco, uma fantasma que aparece no espelho da Elena, com seus olhos azuis vibrantes e com metade do rosto coberta por uma máscara feita de crânio e ajuda a Elena a se destacar no Conservatório, ensinando a ela tudo que sabe. E, como boa fasntasma do Consevatório, faz com que coisas estranhas aconteçam para que sua passarinho tenha o tão sonhado sucesso. 


“Quando você deixa que a coragem a conduza, ao invés de se tolher pelo medo, aí sim encontra o seu verdadeiro potencial.”


Esse livro me despertou um misto de sentimentos que até agora eu não consigo descrever. É um livro brutalmente real e com um plot tão, mas tão real que é até difícil falar dessa preciosidade de história. Pra não dar muitos spoilers da história, vou listar algumas coisas que me fizeram amar esse livro.


Primeiro que a Giu não teve medo de mostrar a realidade. Quando nos colocamos em um ambiente tão hostil, é natural que a gente sinta inveja das outras pessoas que conseguem mais do que nós. Aqui não seria diferente. Os alunos do conservatório são praticamente a personificação da inveja, sempre diminuindo as conquistas dos outros e tentando derrubar o próximo. Isso se reflete demais na amizade entre as três protagonistas. Logo no começo a gente percebe o quão bosta essa relação é. Uma sempre fala da outra pelas costas, menosprezam, mas tem aquela coisa da dependência que me pegou demais: quando você sente que não tem pra onde ir, até uma relação merda como essa ajuda a te manter “são”, mesmo que isso te desperte sentimentos horríveis. 


A escrita da Giu é ótima, eu já li o primeiro livro dela, Luzes do Norte, e gostei muito mas não pense que Canção dos Ossos segue a mesma linha. Esse livro é uma coisa meio Dark Academia com alta fantasia gótica, não consigo explicar muito bem, porém a mistura dessas coisas funcionou tão perfeitamente bem que eu não senti o tempo passar enquanto eu tava lendo 


A escolha de mostrar como a humanidade é lotada de sentimentos que considerarmos ruins foi muito acertada, em alguns momentos da história eu fiquei “meu deus que ódio vou bater em alguém” e dois segundos depois eu tava “puts eu também já me sujeitei a isso” ou “nossa, eu já vi isso acontecendo em n situações”. Foi maravilhoso ver isso num livro e conforme a narrativa vai avançando, parece que eu tava tão imersa na leitura que as coisas estavam acontecendo comigo, sabe? Como se eu também estivesse ali junto com a Elena e isso foi mágico demais. 


Como eu falei anteriormente, o livro não é uma romantasia, não é uma coisa fofinha nem nada disso, é uma fantasia gótica, que aborda temas que podem ser sensíveis a algumas pessoas, então, tome cuidado na leitura e respeite seus limites.


Pra finalizar, devo agradecer a Giu por escrever essa preciosidade de história que eu vou guardar no meu coração por um bom tempo. Eu espero que você tenha gostado desse texto e que, se você ler esse livro, venha conversar comigo.


É isso, até o próximo texto. <3