{OPINIÃO} O Impulso - Ashley Audrain

Olá pessoas, como vocês estão?

Hoje eu vou mudar um pouco a temática da resenha, que eu sempre falo sobre livros LGBTQIA+, YA, coisas levinhas né? Mas eu juro que é por uma boa causa! Vamos conversar sobre O Impulso da Ashley Audrain, um thriller psicológico que é a grande aposta da Paralela pra 2021 e, devo dizer, uma aposta certeira.


Tradução de Lígia Azevedo | prova antecipada cedida pela editora. Todas as opiniões nesse texto são inteiramente minhas e não foram influenciadas pela editora

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Aqui a gente conhece a Blythe, uma mulher casada com um cara aparentemente bacana, com uma vida bacana, mas as coisas começam a desandar quando ela fica grávida da primeira filha, a Violet. Blythe veio de uma família complicada, a mãe a abandonou e bom, esse é o histórico da família dela, enquanto na família do marido, tudo parece ser perfeito.

Depois que Violet nasceu, Blythe começa a sentir o peso da maternidade, de que talvez ela não queria ser mãe tanto assim. Ela e a filha não conseguem se conectar, não conseguem conviver, o casamento parece acabado e distante e é extremamente agoniante ver essa relação (ou a falta dela) narrada pela Blythe, a cabeça dela é algo extremamente perturbador e ela sente muito as coisas em volta, dá pra ver o “surto” dela evoluindo ao longo da narrativa.

Porém, quando ela fica grávida do segundo filho, o Sam, as coisas parecem melhorar. Sam é calmo, amoroso e Blythe sente a conexão com a criança logo de cara, é isso que ela imaginava que seria a maternidade. Até que um acidente acontece e bem, Blythe, que já não estava bem, vai decaindo cada vez mais.

“Antes, você costumava se preocupar comigo como pessoa - minha felicidade, as coisas que me faziam bem. Agora eu era uma prestadora de serviços. Você não me via como mulher. Eu era apenas a mãe da sua filha.”

Esse livro foi uma surpresa pra mim. Eu realmente estava muito esperançosa com essa leitura e não me decepcionou em nada! Os capítulos são bem curtos e dinâmicos, o que tornou a leitura super rápida e bem viciante e o livro tem um “charme”, se é que dá pra chamar assim, que é falar sobre a relação da Blythe com a mãe dela, a Cecilia e sobre a relação da mãe da Blythe com a avó, Etta. Então toda a trama tem como foco as mulheres e como nossos corpos e nossos pensamentos são deturpados pela lógica heteropatriarcal.

A dor dessas mães é muito palpável, a Blythe pode facilmente ser uma das mães das crianças que eu dou aula. É um livro que chegou a me deixar enjoada de tão real. E se você gosta de uma pitada de loucura, acredite em mim, esse livro tem.

Pra quem gosta de Precisamos falar sobre o Kevin, Garota Exemplar e Menina Má, esse livro vai ser muito bom, tem a mesma “receita de bolo” dessas histórias, mas com uma abordagem diferente e que me agradou muito! Eu sempre gostei muito de thrillers e esse me deixou muito feliz, eu terminei o livro gritando que eu sabia que ia dar ruim e deu mesmo! HAHAHAHAHAHA

Um livro cheio de emoções, mas que me deixou bem reflexiva sobre essa coisa da maternidade compulsória, coisas que nos são impostas por homens e que não necessariamente são coisas que a gente quer fazer, sabe?! E são pautas que eu mesma bato muito na tecla, então pode ser um livro pra abrir portas pra esse debate que vem se tornando cada vez mais urgente!

Me conta, já leu esse livro? Ficou com vontade de ler? Conhece algum outro livro que fale sobre maternidade? 



8 comentários:

  1. Oi, Bia! Essa é a quarta resenha que vejo deste livro e, a cada uma que leio, sinto mais vontade de ler. Mas você foi a primeira que falou sobre o heteropatriarcado, o que me fez ficar com mais vontade ainda de ler! Já me ganhou hahaha. Acho ótimo focar nas mulheres e na maternidade. Eu nunca quis ser mãe e, provavelmente, nunca serei e acho que é porque eu sempre contestei essa lógica heteropatriarcal de colocar as mulheres nunca lugar de confinamento quando se fala em maternidade. Vou colocar na wishlist, com certeza! Obrigada pela dica!

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

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  2. Oi Bianca.

    Eu ainda não li Precisamos falar sobre o Kevin, mas Garota Exemplar eu li e vou reler este ano para trazer uma resenha para o blog. Também quero muito ler O Impulso porque cada resenha que leio dele estou ficando mais curiosa com os personagens. Ainda mais sabendo pela sua opinião que é uma leitura dinâmica e viciante. Vou tentar lê-lo o mais rápido possível.Obrigada pela dica.

    Bjos
    https://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com/

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  3. Olá
    eu não vejo a hora de poder conferir mais a respeito dessa obra, amo o gênero e só leio bons comentários a respeito também. Suas impressões me deixaram ainda mais interessada e não tenho dúvidas de que deve ser cheio de emoções mesmo.
    Beijos, Fe
    https://modoliterario.blogspot.com/

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  4. Oi Bianca, sua linda, tudo bem?
    Esse é um assunto muito complexo, não é? E estou percebendo uma certa movimentação sobre essa temática nos últimos tempos. Estou vendo esse livro sendo muito divulgado e fico feliz por você ter gostado, e estou torcendo para gostar também. Já vai para a lista.
    beijinhos.
    cila.
    https://cantinhoparaleitura.blogspot.com/

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  5. Olá,
    eu tive uma experiência bem positiva com esse livro também, foi o primeiro que li com essa temática e consegui me identificar com vários dilemas da protagonista referente a maternidade. Só fiquei um pouco assim com o desfecho, queria que a Blythe tivesse conquistado algo maravilhoso para si, achei o "final" dela bem triste.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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  6. Todo mundo falando e elogiando esse livro e eu tô em sentindo sem assunto na roda... rs A premissa me interessa porque adoro ver a perspectiva da maternidade com olhos menos romantizados e sei que será uma leitura intensa.
    Beijos

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  7. Olá, tudo bem? Eu estou doidinha para ler esse livro, justamente por conta da temática. E todo mundo falando dele, me sinto ainda mais tentada em ter minha opinião sobre. Adorei a resenha que trouxe e seu ponto de vista do livro. Realmente acho que é uma temática que devemos falar mais sobre.
    Beijos

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  8. Eu li esse livro mês passado e assim como você gostei bastante da obra.
    Minha única ressalva foi o desfecho que de fato já era meio previsível, mas queria que a Blythe tivesse tido mais, sabe? Um propósito nem que seja profissional, senti que a vida dela ficou meio vazia, e isso é tão triste. Assim como a mãe e avó, ela experimentou tão pouco da felicidade, eu acho que ela merecia mais.

    Abraços!
    Nosso Mundo Literário

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