Manifesto poético - Nossa voz precisa ser ouvida


E aí meus brilhinhos tudo bem com vocês? 

Hoje, na verdade agora pouco, eu soltei mais vídeo lá no igtv onde eu falo sobre o Manifesto Poético, uma reunião de 63 poemas que foi organizado pelo maravilhoso Alan Silva e publicado pela Editora Resistência no dia da liberdade de pensamento. Acho que deu pra entender né?!




Esse livro foi um tapa na minha cara e aposto que qualquer um que ler vai sentir o impacto também. Esses poemas falam sobre a vida dos LGBTQIA+, dos professores, do futuro da nossa educação, das mortes sem justificativa, dos casos que estão tentando empurrar pra debaixo do tapete, dos crimes ambientais, falam de pessoas e os poetas falaram tudo, absolutamente tudo que tá entalado na minha garganta faz tempo.

“Se tiram a educação e a cultura nosso povo se cala. Poucos são os que gritam, que se rebelam contra o sistema. E se continuarmos assim, esses gritos serão emudecidos e toda a arte será crime. Eles querem nos silenciar, querem esconder a história, querem jogar toda a sujeira para debaixo do tapete, querem nos castigar, nos prender, nos matar. E nós, o que nós queremos?

Essa é a nossa voz. Esse é o nosso manifesto.”


“É Brasil, dois mil e dezenove 
Poderia ser sessenta e quatro? 
É tanta morte de pobre 
Morte não, assassinato 

A comida virou veneno 
Nossa água virou quinhão 
80 tiros em um carro 
Preto não gera comoção 

Não tem choro, nem tem vela 
Morte de pobre não vira novela 
Matam aos montes todo dia
 E dizem que é pra pacificar a favela

E proíbe propaganda 
NÃO PODE diversidade NA TV 
Dizem que o banco é nosso 
Mas só eles podem mexer 

Cancelam a faculdade 
Modificam o saber 
Pensar, eles dizem não dar dinheiro 
Mas sabem que dá poder 

E o povo desatento 
Ocupado em pagar conta 
Deixa a revolução pra outro dia 
Mas se a mídia pedir: tem panela pronta

Vazia, como há anos não ficava 
A alma paga preço de ilusão
Que com medo da democracia 
Elege ditador ladrão 

E a ditadura que disfarçada 
Que ainda estava por aí 
Hoje veste sua farda 
E vem pra rua se exibir 

Faz arminha com a mão 
Cancela os direitos humanos 
Enquanto chama todo mundo de irmão 
E os assassinatos de engano

 Caminham entre corpos 
Cheios de sangues nas mãos 
Gritando “O Brasil é nosso” 
Vendem ele pro patrão”

- 2019, por Ana Claudia Serrano

E você, pelo que se manifesta?

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